sexta-feira, 4 de março de 2011

Não façais da casa de Meu Pai um antro de comércio.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de S. Marcos, n°9 (a partir da trad. Marc commenté, DDB 1986, pp. 87ss.)
«Entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e os que compravam.» Alguns espantam-se com a ressurreição de Lázaro; ficam admirados com o fato de o filho de uma viúva ter ressuscitado. Outros ficam estupefatos com outros milagres. É certamente admirável tornar a dar vida a um corpo morto. Quanto a mim, fico mais impressionado com o acontecimento presente. Este homem, filho de um carpinteiro, um pobre sem morada fixa, sem sítio onde repousar, sem exército, que não era nem chefe nem juiz – que poder O autorizou a, [...] sozinho, expulsar uma multidão tão numerosa? Ninguém protestou, ninguém ousou resistir, pois ninguém ousou opor-se ao Filho que reparava a injúria feita a Seu Pai. [...]
«Ele começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no templo.» Se isto foi possível entre os judeus, porque não será, e com mais razão, entre nós? Se isto acontece no contexto da Lei, porque não acontece o mesmo no Evangelho? [...] Cristo, um pobre, expulsa os compradores e os vendedores, que são ricos. Aquele que vende é expulso do mesmo modo que aquele que compra. Que ninguém diga: «Eu ofereço tudo o que possuo, dou oferendas aos sacerdotes como Deus ordenou». Numa passagem de Mateus lemos o seguinte: «Haveis recebido de graça, dai de graça» (Mt 10, 8). A graça de Deus não se vende, dá-se.

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