segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ao ouvir estas palavras, retirou-se pesaroso.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia na Capadócia, Doutor da Igreja
Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278 (a partir da trad. coll. Icthus, t. 6, p. 82 rev.)
O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, chega junto das muralhas, encontra aí uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da sua viagem e acaba por não ir visitar as belezas da cidade. Assim são estes que cumprem os mandamentos mas se revoltam com a idéia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?
Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Procurai primeiro o reino de Deus!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas
Conferência de 21/02/1659 (trad. a partir de Seuil 1960, p. 547)
«Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo.» [...] Por conseguinte é dito que procuremos o reino de Deus. «Procurai-o» é apenas uma palavra, mas parece-me significar muitas coisas. Quer dizer [...] trabalhar incessantemente para o reino de Deus, e não permanecer num estado ocioso e estático, prestar atenção ao interior para bem o regrar, e não aos divertimentos exteriores. [...] Procurai a Deus dentro de vós, visto que Santo Agostinho confessa que, enquanto O procurou fora dele, não O encontrou. Procurai na vossa alma, como Sua morada agradável e base onde os Seus servos procuram pôr em prática todas as virtudes. A vida interior é imprescindível, e é necessário ampliá-la; se não tivermos vida interior, nada temos. [...] Procuremos tornar-nos interiores. [...] Procuremos a glória de Deus, procuremos o reino de Jesus Cristo. [...]
«Mas [dir-me-ão] há tanto a fazer, tantos trabalhos em casa, tantos empregos na cidade, no campo; trabalho por toda a parte; será então necessário deixar tudo para pensar unicamente em Deus?» Não, mas é necessário santificar estas ocupações procurando a Deus nelas, e fazê-las para O encontrar, mais do que para as ver feitas. Nosso Senhor quer, antes de tudo, que procuremos a Sua glória, o Seu reino, a Sua justiça, e, por isso, que o nosso tesouro seja a vida interior, a fé, a confiança, o amor, os exercícios espirituais [...], os trabalhos e as dores com vista a Deus, nosso soberano Senhor. [...] Uma vez assim constituídos na procura da glória de Deus, temos a certeza de que o resto se seguirá.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Acolher o Reino de Deus à maneira de uma criança.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Bem-Aventurado Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cistercense
1º sermão para a Natividade (a partir da trad. SC 166, p. 167 rev.)
Um Menino nasceu para nós: o Deus de majestade aniquilou-Se a Si próprio, tornando-Se semelhante, não apenas ao corpo terreno dos mortais, mas ainda à idade das crianças, imbuído de fraqueza e pequenez. Bem-aventurada infância, cuja fraqueza e simplicidade são mais fortes e mais sábias que todos os homens! Porque a força e a sabedoria de Deus realizam verdadeiramente aqui a Sua obra divina através das nossas realidades humanas. Sim, a fraqueza desta criança triunfa sobre o príncipe deste mundo; quebra os nossos laços e liberta-nos do cativeiro. A simplicidade deste Menino, que parece mudo e privado da palavra, torna eloquente a linguagem das crianças; Ele fala a linguagem dos homens e dos anjos. [...] Esta criança parece ignorante, mas é Ela que ensina a sabedoria aos homens e aos anjos, Ela que é na verdade [...] a Sabedoria de Deus e o Seu Verbo, a Sua Palavra.
Ó santa e suave infância, tu que restituis aos homens a inocência verdadeira, graças à qual, em qualquer idade, podemos regressar à bem-aventurada infância e assemelharmo-nos a ti, não pela pequenez do corpo, mas pela humildade do coração e pela doçura do comportamento! Certamente que vós, os filhos de Adão, que sois tão grandes aos vossos olhos [...], se não vos converterdes e não vos tornardes como esta criancinha, não entrareis no Reino dos céus. «Eu sou a porta do Reino», diz esta criancinha. Se o homem não se abaixar, esta humilde porta não o deixará entrar.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, e serão os dois um só.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilia 20 sobre a Carta aos Efésios, 4, 8, 9: PG 62, 140ss. (a partir da trad. Orval)
O que deves dizer à tua mulher? Diz-lhe com muita ternura: «Escolhi-te, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. A existência presente nada é; por essa razão, as minhas orações, as minhas recomendações e todas as minhas ações destinam-se a fazer que nos seja dado passar esta vida de tal maneira, que voltemos a reunir-nos na vida futura sem qualquer receio de separação. O tempo que vivemos é breve e frágil. Se nos for dado agradar a Deus durante esta vida, estaremos para sempre com Cristo e um com o outro, numa felicidade sem limites. O teu amor arrebata-me mais que tudo, e não conhecerei infelicidade tão insuportável como a de estar separado de ti. Mesmo que tivesse de perder tudo, de ser pobre que nem um mendigo, de passar pelos maiores perigos e de sofrer fosse o que fosse, tudo isso me seria suportável desde que o teu afeto por mim não diminuísse. Só com base neste amor desejo ter filhos.»
E convém que adeqúes o teu comportamento às palavras. [...] Mostra à tua mulher que aprecias viver com ela e que, por causa dela, preferes estar em casa que na rua. Prefere-a a todos os teus amigos, e mesmo aos filhos que ela te deu; e que estes sejam amados por ti por causa dela. [...]
Fazei as vossas orações em comum. Ide à igreja e, ao regressar a casa, contai um ao outro o que foi dito e o que foi lido. [...] Aprendei a temer a Deus, e tudo o resto decorrerá daqui, e a vossa casa encher-se-á de inúmeros bens. Aspiremos aos bens incorruptíveis, que os outros não nos faltarão. Procurai primeiro o Reino de Deus, e o resto ser-vos-á dado por acréscimo, diz-nos o evangelho (Mt 6, 33).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O sal da penitência.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Paulo VI, papa de 1963-1978
Constituição apostólica «Paenitemini» (a partir da trad. DC, nº 1466 6/3/1966, p. 387 Libreria Editrice Vaticana)
Todo o cristão deve seguir o Mestre renunciando a si mesmo, levando a sua cruz e participando nos sofrimentos de Cristo (Mt 16, 24). Assim, transfigurado à imagem da Sua morte, torna-se capaz de meditar na glória da ressurreição. Seguirá igualmente o Mestre não vivendo já para si mesmo, mas para Aquele que o amou e Se deu a si mesmo por ele, e também pelos seus irmãos, completando «na sua carne o que falta aos padecimentos de Cristo pelo seu corpo que é a Igreja» (Gal 2, 20; Col 1, 24).
Por outro lado, estando a Igreja intimamente ligada a Cristo, a penitência de cada cristão tem igualmente uma relação própria e íntima com toda a comunidade eclesial. Com efeito, é apenas no seio da Igreja que, pelo batismo, ele recebe o dom fundamental da metanóia, quer dizer da mudança e da renovação do homem todo; mas este dom é restaurado e fortalecido pelo sacramento da penitência nos membros do Corpo de Cristo que caíram em pecado. «Os que se aproximam do sacramento da penitência recebem da misericórdia de Deus o perdão da ofensa que Lhe fizeram, ao mesmo tempo que são reconciliados com a Igreja que foi ferida pelo seu pecado e que, pela caridade, o exemplo e as orações, trabalha pela sua conversão» (Vaticano II: LG 11). É na Igreja que a pequena obra da penitência imposta a cada penitente no sacramento participa de uma maneira especial na expiação infinita de Cristo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Quisemos impedi-lo porque não nos segue!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Pio XII, papa entre 1939 e 1958
Encíclica «Mystici Corporis Christi», nº 94
Imitemos a vastidão daquele amor do próprio Jesus, modelo supremo de amor pela Igreja. É certo que esposa de Cristo é só a Igreja; contudo, o amor do divino Esposo é tão vasto que a ninguém exclui e, na Sua esposa, abraça a todo o género humano; pois que o Salvador derramou o Seu sangue na cruz para conciliar com Deus a todos os homens de todas as nações e estirpes, e para os reunir num só corpo. Por conseguinte, o verdadeiro amor da Igreja exige, não só que sejamos todos no mesmo corpo membros uns dos outros, cheios de mútua solicitude (cf. R m 12, 5; 1Cor 12, 25), membros que se alegrem com os que se alegram e sofram com os que sofrem (cf. lCor 12, 26), mas que também nos outros homens, ainda não incorporados conosco na Igreja, reconheçamos outros tantos irmãos de Jesus Cristo segundo a carne, chamados como nós para a mesma salvação eterna.
É verdade que hoje não faltam – e é um grande mal – os que vão exaltando a rivalidade, o ódio, o rancor, como coisas que elevam e nobilitam a dignidade e o valor do homem. Nós, porém, que magoados vemos os funestos frutos de tal doutrina, sigamos o nosso Rei pacífico, que nos ensinou a amar os que não são da mesma nação ou mesma estirpe (cf. Lc 10, 33-37) e até os próprios inimigos (cf. Lc 6, 27-35; Mt 5, 44-48). Nós, compenetrados dos suavíssimos sentimentos do Apóstolo das gentes, com ele cantemos o comprimento, a largura, a sublimidade, a profundeza da caridade de Cristo (cf. Ef 3, 18), que nem a diversidade de nacionalidade, ou de costumes pode quebrar, nem a vastidão imensa do oceano diminuir, nem as guerras, justas ou injustas, arrefecer.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

FELIZ ANIVERSÁRIO


HOJE CELEBRAMOS E RENDEMOS GRAÇAS A DEUS PELO ANIVERSÁRIO DO LUCIANO DÍDIMO, PRESENTE DE DEUS PARA NOSSA COMUNIDADE E PARA PROVÍNCIA.
NOSSO RECONHECIMENTO E GRATIDÃO PELA MISSÃO NO CAMPO DA COMUNICAÇÃO E COMO CONSELHEIRO PROVINCIAL QUE DESEMPENHA COM ZELO E DEDICAÇÃO, CONTE COM NOSSAS ORAÇÕES.

Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», § 22
Assim como, por instituição do Senhor, São Pedro e os restantes Apóstolos formam um colégio apostólico, assim de igual modo estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos. A natureza colegial da ordem episcopal, claramente comprovada pelos Concílios ecuménicos celebrados no decurso dos séculos, manifesta-se já na disciplina primitiva, segundo a qual os Bispos de todo o orbe comunicavam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e da paz; e também na reunião de Concílios, nos quais se decidiram em comum coisas importantes, depois de ponderada a decisão pelo parecer de muitos; o mesmo é claramente demonstrado pelos Concílios Ecuménicos, celebrados no decurso dos séculos. E o uso já muito antigo de chamar vários Bispos a participarem na elevação do novo eleito ao ministério do sumo sacerdócio insinua-a já também. É, pois, em virtude da sagração episcopal e pela comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio que alguém é constituído membro do corpo episcopal.
Porém, o colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, entendido com sua cabeça, permanecendo inteiro o poder do seu primado sobre todos, quer pastores quer fiéis. Pois o Romano Pontífice, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, tem nela pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente. A Ordem dos Bispos, que sucede ao colégio dos Apóstolos no magistério e no governo pastoral, e, mais ainda, na qual o corpo apostólico se continua perpetuamente, é também, juntamente com o Romano Pontífice, sua cabeça, e nunca sem a cabeça, sujeito do supremo e pleno poder sobre toda a Igreja, poder este que não se pode exercer senão com o consentimento do Romano Pontífice. Só a Simão colocou o Senhor como pedra e calvário da Igreja (cfr. Mt. 16, 18-19), e o constituiu pastor de todo o Seu rebanho (cfr. Jo. 21, 15 ss.); mas é sabido que o encargo de ligar e desligar conferido a Pedro (Mt. 16,19) foi também atribuído ao colégio dos Apóstolos unido à sua cabeça (Mt. 18,18; 28, 16-20). Este colégio, enquanto composto por muitos, exprime a variedade e universalidade do Povo de Deus e, enquanto reunido sob uma só cabeça, revela a unidade do redil de Cristo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Reunião da Comunidade Rainha do Carmelo em 19-02-11

Nossa reunião aconteceu na Ermida de São José, Carmelo de Santa Teresinha. Nossa presidente, Efigênia conduziu a oração inicial:
Membros da Comunidade:


Dando continuidade a nossa formação sobre Liturgia, Rosângela, nos explicou a respeito da Eucaristia:
Momento dos avisos. Luciano nos falou sobre sua viagem para Parnaíba-PI, onde foi para fundação de um novo grupo OCDS:
Hora do lanche e fraternidade:
Após o lanche, lemos o evangelho e comentamos:
Neila iniciou nossa formação com o livro Caminho de Perfeição de Nossa Santa Madre, capítulos de 8 a 14:
Concluimos nossa reunião com a oração das Vésperas.
Para reflexão, segue algumas frases dos capítulos estudados hoje:
"É bem duro separar-nos de nós mesmas, sermos contra nós mesmas, porque somos muito agarradas ao nosso eu e nos amamos excessivamente." (C 10,2)

"Quem deveras começa servir ao Senhor, o mínimo que lhe pode oferecer é a vida." (C 12,2)
"Humildade e desapego: quem os possui, bem pode lutar contra todo o inferno junto e o mundo inteiro com suas seduções." (C 10,3)
"Nosso corpo tem esta manha: quanto mais o satisfazemos, mais necessidades inventa." (C 11, 2)
Santa Madre Teresa de Jesus, rogai por nós!!


Amai os vossos inimigos!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense
Le Miroir de la charité, III, 5 (a partir da trad. Orval/do breviário)
Não há nada que nos encoraje mais a amar os nossos inimigos, naquilo que consiste a perfeição do amor fraterno, do que a consideração e a gratidão pela admirável paciência do «mais belo dos filhos dos homens» (Sl 45 (44), 3): Ele ofereceu a Sua bela face aos ímpios para que a cobrissem de escarros; permitiu-lhes vendarem-Lhe aqueles olhos que, de um só relance, governam o Universo; expôs as Suas costas ao chicote, submeteu aos picos dos espinhos a Sua fronte, diante da qual deviam tremer príncipes e poderosos; entregou-Se às afrontas e às injúrias e, por fim, suportou com mansidão a cruz, os cravos, a lança, o fel, o vinagre, mantendo, no meio disso tudo, toda a doçura e serenidade: «Como um cordeiro levado ao matadouro, ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador, não abriu a boca» (Is 53,7).
Ao ouvir as admiráveis palavras «Pai, perdoa-lhes» (Lc 23, 34), cheias de doçura, de amor e de imperturbável serenidade, o que poderíamos nós acrescentar à bondade e à caridade dessa oração?
E, no entanto, o Senhor acrescentou algo. Não Se contentou em rezar; quis desculpar: «Pai ─ diz Ele ─ perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem»; são, sem dúvida, grandes pecadores, mas não têm disso consciência; por isso, Pai, perdoa-lhes; crucificam, mas não sabem a Quem crucificam. [...] Pensam tratar-se dum transgressor da Lei, dum usurpador da Divindade, dum sedutor do Povo; escondi-lhes o Meu rosto; não reconheceram a Minha majestade; por isso, «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».
Se quiser aprender a amar, que o homem não se deixe arrastar pelos impulsos da sua carne, mas dirija todo o seu afeto para a dulcíssima paciência da carne do Senhor; se quiser encontrar descanso mais perfeito e mais feliz nas delícias da caridade fraterna, que aperte também os inimigos nos braços do verdadeiro amor; e, para que este fogo divino não diminua por causa das injúrias, que tenha sempre os olhos do espírito na serena paciência do seu Senhor e bem-amado Salvador.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Este é o Meu Filho muito amado!


Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Autor sírio anónimo
Homilia incorrectamente atribuída a Santo Efrém (a partir da trad. L'Année en fêtes, Migne 2000, p. 475 rev.)
Jesus levou Pedro, Tiago e João a um monte e mostrou-lhes, antes da Sua ressurreição, a glória da Sua divindade; deste modo, quando Ele ressuscitasse dos mortos na glória da Sua natureza divina, eles reconheceriam que Ele não recebera esta glória como recompensa dos Seus padecimentos, pois não precisava disso, mas que ela Lhe pertencia desde muito antes dos séculos, junto do Pai e com o Pai. Foi isso que Ele próprio disse ao aproximar-se a sua Paixão voluntária: «Pai, glorifica-Me com a glória que Eu tinha junto de Ti antes de o mundo ter sido criado» (Jo 17, 5). Foi esta glória da Sua divindade, misteriosamente oculta na Sua humanidade, que Ele revelou aos Seus apóstolos na montanha. Estes [...] viram dois sóis, um que resplandecia no céu como habitualmente, e outro que resplandecia de maneira estranha; um que iluminava o mundo do alto do firmamento e outro que brilhava somente para eles, com o rosto virado para eles. [...]
Então apareceram Moisés e Elias [...] e deram graças pelo fato de as suas palavras, como as de todos os profetas, terem sido concretizadas pela Sua vinda. E adoraram-No pela salvação que Ele operava a favor do mundo inteiro e pela concretização do mistério que eles haviam sido encarregados de anunciar. Deste modo, os apóstolos e os profetas sentiram-se inundados de alegria no cimo dessa montanha. Os profetas alegraram-se por ver a Sua humanidade, que não haviam podido conhecer anteriormente; os apóstolos alegraram-se por ver a glória da Sua divindade, que ainda não conheciam, e por ouvir a voz do Pai dar testemunho de Seu Filho. Por ela e pela glória da Sua divindade que resplandecia do Seu corpo, descobriram a Sua encarnação, que até então desconheciam.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Abre os meus olhos às maravilhas da Tua lei.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de Marcos, n°8, 235 (a partir da trad. SC 494, p. 143)
Jesus tomou-o pela mão e conduziu-o para fora da aldeia. Deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou-lhe: «Vês alguma coisa?» O conhecimento é sempre progressivo. [...] Só à custa de muito tempo e de uma longa aprendizagem é que podemos atingir um conhecimento perfeito. Primeiro saem as sujidades, a cegueira desaparece, e é assim que vem a luz. A saliva do Senhor é um ensinamento perfeito; para ensinar de forma perfeita, ela provém da boca do Senhor; a saliva do Senhor provém, por assim dizer, da Sua substância, e o conhecimento, sendo a palavra que provém da Sua boca, é um remédio. [...]
«Vejo os homens; vejo-os como árvores a andar»; ainda vejo sombras, ainda não vejo a verdade. Eis o sentido desta palavra: vejo qualquer coisa na Lei, mas ainda não tenho a percepção da luminosidade radiosa do Evangelho. [...] «Jesus impôs-lhe outra vez as mãos sobre os olhos e ele viu perfeitamente; [...] e distinguia tudo com nitidez». Via, digo eu, tudo o que nós vemos: via o mistério da Trindade, via todos os mistérios sagrados que estão no Evangelho. [...] Nós também os vemos, porque acreditamos em Cristo, que é a verdadeira luz.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Não vedes? Ainda não compreendeis?

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
A Subida ao Monte Carmelo, II, 3 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 637 rev.)
Dizem os teólogos que a fé é um hábito da alma ao mesmo tempo seguro e obscuro. E é obscuro porque nos propõe verdades reveladas sobre o próprio Deus que ultrapassam qualquer luz natural e excedem toda a compreensão humana, seja ela qual for. Daí decorre que a luz excessiva dada pela fé se transforma para a alma em profundas trevas. Como sabemos, qualquer força superior supera e enfraquece uma que lhe seja inferior; desse modo, o sol eclipsa todas as luzes restantes, ao ponto de, quando ele resplandece, todas as outras não parecerem propriamente luzes. Para além do mais, quando está no zénite, o seu brilho ultrapassa por completo a nossa capacidade visual até nos ofuscar em vez de nos fazer ver, devido a tornar-se excessivo e desproporcionado à nossa visão. O mesmo se passa com a luz da fé, que pelo seu prodigioso excesso abate e enfraquece a luz do intelecto.
Tomemos outro exemplo: suponhamos uma pessoa cega de nascença que, por isso mesmo, não conhece as cores. Ao esforçarmo-nos por fazer-lhe compreender o branco ou o amarelo, bem podemos dar explicação atrás de explicação que ela não retirará delas qualquer conhecimento direto, porque nunca viu as cores, cujo nome será a única coisa que ela reterá no espírito, através do ouvido. O mesmo se passa com a fé em relação à alma: a fé diz-nos coisas que nunca vimos nem conhecemos e a respeito das quais não possuímos a mais pequena réstia de conhecimento natural, mas retemo-las através do ouvido, crendo no que nos é ensinado e ofuscando em nós a luz natural. Com efeito, como nos diz São Paulo, «a fé surge da pregação» (Rom 10, 17). É como se ele nos dissesse: a fé não é uma ciência que reconhecemos pelos sentidos, mas um consentimento da alma que entra em nós pelo ouvido. Torna-se então evidente que a fé é para a alma uma noite escuríssima, mas é precisamente com a sua escuridão que ela ilumina: quanto mais a mergulha nas trevas, mais lhe faz brilhar a sua luz. Assim sendo, é ofuscando que ela alumia, segundo as palavras de Isaías: «se não acreditardes, não compreendereis» (7, 9).

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pediram-Lhe um sinal do céu para O pôr á prova.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade A Simple Path (a partir da trad. Un Chemin tout simple, Plon Mame 1995, p. 65 rev.)
Deus está em toda a parte, em tudo, e sem Ele não podemos existir. Nunca duvidei da Sua existência, nem por um instante, mas sei que há quem duvide. Se não acreditais em Deus, podeis ajudar os outros com atos inspirados pelo amor, e o fruto dessas obras serão as graças suplementares que descerão sobre a vossa alma. Começareis então a desabrochar lentamente e aspirareis à alegria de amar a Deus. [...]
Eu sigo o caminho de Cristo: Jesus é meu Deus, Jesus é o meu Esposo, Jesus é o meu único Amor, Jesus é o meu Tudo em tudo, Jesus é tudo para mim. É esta a razão pela qual não tenho medo. Faço o meu trabalho com Jesus, faço-o por Ele e dedicando-Lho; é por isso que os resultados são Seus, não são meus. Se tendes necessidade de um guia, basta-vos voltar os olhos para Jesus. Deveis confiar Nele e contar inteiramente com Ele. Desse modo, dissipam-se as dúvidas e invade-vos a segurança. Mas Jesus disse: «Se não vos tornardes como crianças, não podeis vir a Mim» (Mt 18, 3).

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Lei enraizada nos nossos corações.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-v. 208), bispo, teólogo e mártir
Contra as heresias IV, 13, 3 (a partir da trad. SC 100, p. 525s rev)
Há certos preceitos naturais da Lei que são já de justiça; mesmo antes da dádiva da Lei a Moisés, os homens observavam esses preceitos, eram justificados pela sua fé e agradavam a Deus. O Senhor não aboliu esses preceitos, antes os alargou e os cumpriu, como provam as seguintes palavras: «Foi dito aos antigos: não cometerás adultério. Mas eu digo-vos: todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração». E ainda «Foi dito: não matarás. Eu, porém, digo-vos: quem se irritar contra o seu irmão sem motivo será réu perante o tribunal» (Mt 5, 21ss.). [...] E por aí adiante. Nenhum destes preceitos implica a contradição nem a abolição dos anteriores, mas o seu cumprimento e o seu alargamento. Como o próprio Senhor o diz: «Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu» (Mt 5, 20).
Em que consistia essa superação? Em primeiro lugar, em crer, não apenas no Pai, mas também no Seu Filho doravante manifestado, pois é Ele que leva o homem à comunhão e à união com Deus. Em seguida, não apenas em dizer, mas em fazer – pois «eles diziam e não faziam» (Mt 23, 3) — e em evitar, não apenas atos maus, mas também o fato de os desejar. Com este ensinamento, Ele não contradizia a Lei, antes a cumpria e enraizava em nós os preceitos da Lei. [...] O preceito de nos abstermos, não só dos atos proibidos pela Lei, mas também do desejo de os praticar não provém de alguém que contradiz e abole a Lei; mas sim d'Aquele que a cumpre e alarga.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Se os mandar embora em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Ambrósio (c. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de São Lucas, VI, 73-88 (a partir da trad. SC 45, pp. 254 ss. rev.)
Senhor Jesus, sei bem que não queres deixar em jejum estas pessoas que estão aqui comigo, mas antes alimentá-las com os alimentos que distribuis; deste modo, fortalecidas com o Teu alimento, não recearão desfalecer de fome. Sei bem que também não nos queres mandar embora em jejum. [...] Tu o disseste: não queres que eles desfaleçam no caminho, isto é, que desfaleçam no decurso desta vida antes de chegarem ao fim do percurso, antes de chegarem ao Pai e perceberem que Tu provéns do Pai. [...]
O Senhor tem piedade, para que ninguém desfaleça no caminho. [...] Assim como faz chover tanto sobre os justos como sobre os injustos (Mt 5, 45), também alimenta tanto os justos como os injustos. Não foi graças à força do alimento que o santo profeta Elias, quase a desfalecer, conseguiu caminhar quarenta dias? (1R 19, 8) Foi um anjo que lhe deu esse alimento; mas a vós, é o próprio Cristo que vos alimenta. Se conservardes o alimento assim recebido, caminhareis, não quarenta dias e quarenta noites [...], mas durante quarenta anos, desde a vossa saída dos confins do Egito até à vossa chegada à terra da abundância, à terra onde correm o leite e o mel (Ex 3, 8). [...]
Cristo partilha os víveres e quer, sem dúvida alguma, dá-los a todos. Não os recusa a ninguém, pois dá-os a todos. Porém, quando parte os pães e os dá aos discípulos, se não estenderdes as mãos para receber o vosso alimento, desfalecereis no caminho. [...] Este pão que Jesus parte é o mistério da palavra de Deus: quando é distribuída, aumenta. A partir somente de algumas palavras, Jesus forneceu a todos os povos um alimento superabundante. Ele deu-nos os Seus discursos como pães e, enquanto os saboreamos, eles multiplicam-se na nossa boca. [...] Quando as multidões os comem, os pedaços tornam a aumentar, multiplicando-se. Tanto assim é que, no fim, os restos são ainda mais abundantes do que os pães que foram partilhados.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Jesus foi para a região de Tiro!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Isaac de l'Étoile (? - c. 1171), monge cistercense
Sermão 33, 1º para o 2º Domingo de Quaresma (a partir da trad. cf. SC 207, pp. 221-227)
«Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e Sídon» (Mt 15, 21). Quando «o Verbo Se fez homem e veio habitar conosco» (Jo 1, 14), saiu do Pai para vir ao mundo (Jo 16, 28). «Ele, que é de condição divina», saiu da Sua pátria para «Se esvaziar de Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fil 2,6-7), «carne idêntica à do pecado» (Rom 8, 3), a fim de ser encontrado pelos que saem do seu território para irem ao encontro dEle na região de Tiro e Sídon. [...] Pois esta mulher Cananeia sai do interior do seu território (Mt 15, 22), e encontra, na fronteira da sua região, o médico que vem voluntariamente, que por misericórdia sai da Sua região, que com bondade Se apresenta numa região estrangeira, ao doente que não teria podido abordá-lO caso Ele tivesse permanecido em casa. Como Deus bem-aventurado, justo e forte, Ele estava no alto, e era interdito ao homem miserável subir até Ele. [...] Por conseguinte, cheio de compaixão, fez o que correspondia à piedade: veio Ele até junto do pecador. [...]
Saiamos, por conseguinte, irmãos, saiamos, cada um por si, do lugar da nossa própria injustiça. [...] Odiai o pecado, e então saíreis do pecado. Odiais o pecado, e reencontrastes Cristo onde Ele se encontra. [...] Mas direis que até isso é demasiado para vós, e que, sem a graça de Deus, é impossível ao homem odiar o pecado, desejar a justiça, desejar não pecar e querer arrepender-se. «Dêem graças ao Senhor, pelo seu amor e pelas suas maravilhas em favor dos homens!» (Sl 106, 8) Com efeito, se foi pela Sua graça que Ele Se retirou claramente para a região de Tiro e Sídon, onde a mulher O poderia encontrar, foi também por graça que tirou secretamente esta mulher da sua morada mais interior. [...]
Esta mulher simboliza a Igreja, predestinada eternamente, chamada e justificada no tempo, destinada à glória no fim dos tempos (Rom 8, 30), que sem interrupção roga pela sua filha, quer dizer, por cada um dos eleitos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cria em mim, ó Deus, um coração puro.


Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Afrates (?-c. 345), monge e bispo perto de Mossul, santo das igrejas ortodoxas
Demonstrações (Epístolas), n°4 (a partir da trad. SC 349, p. 292 rev.)
A pureza do coração é uma oração mais excelente do que todas as orações recitadas em voz alta, e o silêncio, conjugado com uma consciência sincera, ultrapassa a voz alta do homem que grita. Portanto agora, meu amigo, dá-me o teu coração e a tua inteligência: ouve-me falar-te da força da oração pura e vê como os nossos pais, os justos de antigamente, ganharam prestígio pela sua oração diante de Deus, e como esta se tornou para eles numa oferenda pura.
Com efeito, foi pela oração que as oferendas foram aceitas. Foi ela que fez parar o dilúvio, curou a esterilidade, fez retirar exércitos, desvendou mistérios, fendeu o mar e abriu um caminho no Jordão, reteve o sol e imobilizou a lua, exterminou os impuros e fez cair fogo, conteve o céu, permitiu sair da fossa, libertou do fogo e salvou do mar. A sua força é muitíssimo considerável, como era considerável o poder do jejum puro. [...]
Efetivamente, foi, antes de mais, devido à pureza do coração de Abel que a sua oferenda foi aceita diante de Deus, enquanto a de Caim foi rejeitada (Gn 4, 4ss.). [...] Foram os frutos do coração deste que demonstraram e testemunharam que ele estava cheio de malícia, visto que tinha matado o seu irmão. Com efeito, o que o seu pensamento tinha concebido, as suas mãos o tornaram realidade; mas a pureza do coração de Abel estava na sua oração.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja
O Caminho da perfeição, cap. 28, 9-11 (a partir da trad. OC, Cerf 1995, p. 805)
Imaginemos que há em nós um palácio de imensa riqueza, todo construído em ouro e pedras preciosas, digno do Mestre a Quem pertence. Em seguida, pensai, minhas irmãs, que a beleza deste edifício também depende de vós. É verdade, pois haverá edifício mais belo do que uma alma pura e cheia de virtudes? E quanto maiores forem, mais resplandecem as pedrarias. Por fim, pensai que neste palácio habita este grande Rei que quis tornar-Se nosso Pai; Ele senta-Se num trono de grande valor, que é o vosso coração. [...]
Podereis rir-vos de mim e dizer que isto é muito claro. Tendes razão, mas isto foi obscuro para mim durante um certo tempo. Eu compreendia que tinha uma alma, mas a estima que esta alma merecia, a dignidade d'Aquele que a habitava era algo que eu não compreendia. As vaidades da vida eram como uma venda que colocava sobre os olhos. Se eu tivesse percebido, como percebo hoje, que naquele pequeno palácio da minha alma habita um Rei tão grande, não O teria deixado só tantas vezes; teria ficado de tempos a tempos perto d'Ele e teria feito o necessário para que o palácio estivesse menos sujo. Como é admirável pensar que Aquele cuja grandeza encheria mil mundos, e muito mais, cabe numa morada tão pequena!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quantos O tocavam ficavam curados.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Sermão 306, passim
Todos os homens querem ser felizes; não há ninguém que não o queira, e com tanta intensidade que o deseja acima de tudo. Melhor ainda: tudo o que querem para além disso querem-no para isso. Os homens perseguem paixões diferentes, um esta, outro aquela; também existem muitas maneiras de ganhar a vida neste mundo: cada um escolhe a sua profissão e exerce-a. Mas quer adotem este ou aquele género de vida, todos os homens agem nesta vida para serem felizes. [...] O que há então nesta vida capaz de nos fazer felizes, que todos desejam mas que nem todos alcançam? Procuremo-lo. [...]
Se eu perguntar a alguém: «Queres viver?», ninguém se sentiria tentado a responder-me: «Não quero». [...] Do mesmo modo, se eu perguntar: «Queres ser saudável?», ninguém me responderá: «Não quero». A saúde é um bem precioso aos olhos do rico e, para o pobre, ela é muitas vezes o único bem que ele possui. [...] Todos concordam no amor pela vida e pela saúde. Ora quando o homem desfruta da vida e é saudável, poderá contentar-se com isso? [...]
Um homem rico perguntou ao Senhor: «Mestre, que devo fazer para ter a vida eterna?» (Mc 10, 17) Ele temia morrer e era forçado a morrer. [...] Ele sabia que uma vida de dor e de tormentos não é vida, e que se lhe deveria antes dar o nome de morte. [...] Apenas a vida eterna pode ser feliz. A saúde e a vida neste mundo não a garantem, tememos demasiado perdê-las: chamai a isto «temer sempre» e não «viver sempre». [...] Se a nossa vida não é eterna, se não satisfaz eternamente os nossos desejos, não pode ser feliz, nem sequer é vida. [...] Quando entrarmos nessa vida, teremos a certeza de aí ficar para sempre. Teremos a certeza de possuir eternamente a verdadeira vida sem qualquer temor, pois encontrar-nos-emos naquele Reino sobre o qual se diz: «E o Seu reino não terá fim» (Lc 1, 33).

Reunião da Comunidade Rainha do Carmelo em 05-02.2011

Nossa reunião aconteceu na Ermida de São José, Carmelo de Santa Teresinha. Nossa presidente, Efigênia fez a oração inicial:
Nossa irmã de comunidade, Rosângela nos explicou sobre a Liturgia:
Momento do lanche e fraternidade, Ana Stela e Moisés:
Janaína e Jacqueline:
Efigênia nos deu a formação do livro Caminho de Perfeição de Nossa Santa Madre, capítulos, 4, 5 e 6:
Dividimos o grupo em equipes menores e cada equipe apresentou o estudo sugerido.
Finalizamos nosso encontro com a oração das vésperas. Nossa eterna gratidão ao Nosso Bom Deus por nos proporcionar participar dessa Comunidade e aprendermos cada vez mais sobre Sua Igreja, pois assim poderemos nos comprometer mais e mais em levar o Evangelho a todas as pessoas.


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Novo grupo da OCDS no Nordeste

No dia 05/02/2011 o Conselheiro Provincial responsável pela Região Nordeste, Luciano Dídimo, esteve na cidade de Parnaíba, no Piauí, para fins de estruturação de um novo grupo da OCDS.

O encontro foi durante todo o dia, sendo que na primeira parte da manhã houve palestra sobre a "Origem da Ordem Carmelita e sobre a Reforma e Fundação do Carmelo Descalço por Santa Teresa e São João da Cruz". Após o intervalo palestra sobre a "Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares, seu chamado e sua missão." Na parte da tarde, o primeiro momento foi sobre a "Organização e Governo da OCDS" e no segundo momento a estruturação do grupo propriamente dito.

membros do grupo

O grupo, com cerca de 10 membros,  terá o nome de MARIA, MÃE E MESTRA DO CARMELO (OCDS), e se reunirá quinzenalmente às quartas-feiras no horário de 19h às 21h.
O conselho do grupo ficou assim definido:
COORDENADORA E FORMADORA: Creusa Tobias Lima
CONSELHEIRAS: Zulmira Petronília Aguiar e Rosa Severina Figueirôa Pires
TESOUREIRA: Alice Soares de Sousa
SECRETÁRIA: Florisa Mara de Mesquita Pinheiro

Luciano com o Conselho do grupo
Que Deus abençõe e conceda união e perseverança ao novo grupo!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Testemunhas da verdade!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Concílio Vaticano II
Declaração sobre a liberdade religiosa, 11
Cristo deu testemunho da verdade (Jo 18.37), mas não a quis impor pela força aos Seus contraditores. O Seu reino não se defende pela violência (Mt 26, 51-53) mas implanta-se pelo testemunho e pela audição da verdade; e cresce pelo amor com que Cristo, elevado na cruz, a Si atrai todos os homens (Jo 12, 32).
Os Apóstolos, ensinados pela palavra e exemplo de Cristo, seguiram o mesmo caminho [...], não com a coação ou com artifícios indignos do Evangelho, mas primeiro que tudo com a força da palavra de Deus (1Cor 2, 3-5). A todos anunciavam com fortaleza a vontade de Deus Salvador «o qual quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade» (1 Tim. 2, 4); ao mesmo tempo, respeitavam os fracos, mesmo que estivessem no erro, mostrando assim como «cada um de nós dará conta de si a Deus» (Rom. 14, 12) (24) e, nessa medida, tem obrigação de obedecer à própria consciência. [...] Acreditavam firmemente que o Evangelho é a força de Deus, para salvação de todo o que acredita (Rom 1, 16). E assim é que, desprezando todas as «armas carnais» (2Cor 10, 4), seguindo o exemplo de mansidão e humildade de Cristo, pregaram a palavra de Deus (Ef 6, 11-17) com plena confiança na sua força para destruir os poderes opostos a Deus [...]. Como o Mestre, também os Apóstolos reconheceram a legítima autoridade civil [...]. Ao mesmo tempo, não temeram contradizer o poder público que se opunha à vontade sagrada de Deus: «deve-se obedecer antes a Deus do que aos homens» (Act. 5, 29). Inúmeros mártires e fiéis seguiram, no decorrer dos séculos e por toda a terra, este mesmo caminho.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Nem dinheiro no cinto

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Francisco de Assis (1182-1226), fundador dos frades menores
Primeira Regra, §§ 8-9 (a partir da trad. Desbonnets et Vorreux, Documentos, pp. 62-64 rev.)
O Senhor ordena no Evangelho: Evitai cuidadosamente as preocupações deste mundo e as preocupações materiais (cf Mt 6, 25). É por isso que um irmão, quer pernoite numa casa ou esteja em viagem, não deve de modo nenhum aceitar para si, ou mandar que aceitem por sua conta, nem moedas de ouro nem moedas pequenas, nem para comprar vestuário ou livros, nem à laia de salário por qualquer trabalho, nem sob qualquer pretexto, exceto em caso de necessidade evidente para os irmãos enfermos. Porque não devemos considerar o ouro e as moedas como sendo mais úteis ou preciosos que as pedras. O diabo tenta cegar aqueles que cobiçam o dinheiro ou que lhe atribuem mais valor do que às pedras. Nós, que deixámos tudo, não vamos perder por tão pouca coisa o Reino dos Céus (Mc 10, 24.28). Se por acaso encontrarmos alguma moeda, não lhe prestemos mais atenção do que à poeira que pisamos: pois isso é vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Eccl 1, 2). [...]
Todos os irmão se aplicarão a seguir a humildade e a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo. [...] Devem regozijar-se quando se encontram no meio de pessoas de baixa condição e desprezadas, entre os pobres e os enfermos, os doentes e os leprosos e os pedintes das ruas. Se for necessário, irão mendigar. Que não se envergonhem: devem lembrar-se de que Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo e todo-poderoso [...], foi pobre e sem abrigo e viveu de esmolas, tanto Ele como a bem aventurada Virgem Maria e os Seus discípulos.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ir em paz!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Homilias sobre o Evangelho de São Lucas, n.º 15 (a partir da trad. SC 87, p. 233, rev.)
«Uma mulher tocou na orla do manto de Jesus e ficou curada» (Mt 9, 20). Se esta mulher, ao tocar a extremidade do Seu manto, daí retirou tantos benefícios, o que dizer de Simeão, que «O tomou nos braços» e, tomando-O, deu largas à sua alegria vendo que segurava a criança vinda ao mundo para libertar os cativos (Lc 4, 18) e que ele próprio se veria em breve liberto dos laços do corpo? Simeão sabia que ninguém podia fazer sair fosse quem fosse da prisão do corpo com os olhos postos na vida futura a não ser Aquele que segurava nos seus braços. E assim se dirige a Ele: «Agora, Senhor, deixarás ir em paz o Teu servo, porque todo o tempo que não tive a Cristo, todo o tempo que O não apertei nos meus braços, estive prisioneiro e não pude sair desses laços».
De resto, não é só acerca de Simeão, mas de todo o género humano, que temos de entender estas palavras. Se alguém deixa este mundo, se alguém se liberta desta prisão e desta morada de cativos para alcançar a realeza, que pegue em Jesus com as suas mãos e O aconchegue nos seus braços, que O tenha todo junto ao coração e assim, doido de alegria, se dirija aonde quiser.