quinta-feira, 15 de julho de 2010

SANTA TERESA E OS SINAIS DE DEUS


Teresa de Jesus, no capítulo 25 do Livro da Vida, coloca nos pontos 2. e 9., a importância da experiência da vida de oração, a fim de não se ser enganado pelo demônio.
De fato, assim como Deus fala à alma, também o intelecto e o mau espírito falam. Para discernir a vontade de Deus, seus desígnios e planos, é fundamental não abandonar a oração: perseverar neste caminho, mesmo não se considerando digno e inteiramente fiel é o que Santa Teresa aconselha, pois assim se retomará o caminho da luz.
No ponto 11. do mesmo cap., Teresa considera que as alegrias de Deus (sua comunicação com a alma) produzem pacificação, fortaleza, suavidade... “bem diferente de umas devoçõezinhas que se desfolham ao primeiro sopro de perseguição e nem merecem o nome de devoções. São bons princípios e santos sentimentos, mas insuficientes para se determinar se provêm do bom ou mau espírito... Pessoas que não estejam adiantas na oração e só chegam a este ponto, poderiam ser enganadas se tivessem visões ou revelações”.
Assim, importa frisar, que se uma pessoa não estiver unida ao Senhor através da oração concreta (contínua– experiência de oração –), poderá ser iludida por ela mesma ou pelo diabo. Na verdade, este se aproveita sempre de algum ponto não muito bem trabalhado da própria estrutura humana. Por isso, além de se conhecer bem, todos os acontecimentos da vida devem ser colocados à luz do silêncio, para precepção se determinado sinal provém de Deus. E mais, mesmo vindo do céu, qual o significado dele: É para sempre? Foi essencial para maior amadurecimento e deve passar? As respostas estão em nós e o “Sol da Justiça”, na oração, irá clarear tudo.
Grande ajuda nos dá igualmente a Sagrada Escritura, isso diz Santa Teresa no ponto 13. Quando os fatos da vida não estão conforme a Bíblia, se está indo por um caminho que a volta pode ser bem difícil.
No entanto, temos um Deus cheio de amor o qual quer ser amado, e nos “toma em suas mãos”, não permitindo que a alma a Ele pertencente, se perca. Sim, muitas vezes abandonando a oração, segue-se cego; quando se percebe o desacerto, o Senhor está ao lado, pronto a conduzir a ovelhinha extraviada ao bando novamente.
Quão indispensáveis são as orações dos sinceros amigos, pois suas preces sobem ao céu como incenso agradável ao Pai. Além do próprio anjo da guarda, tem-se tantos outros aqui na terra que nos auxiliam com sua intercessão. Graças demos ao Senhor, bendito seja!
Concordar que o distanciamento da oração só traz dano à alma não basta, viver em espírito de, é o que importa. Além disso, é preciso compreender que nesse distanciamento o perigo de prejudicar e de nos prejudicarem é maior. Prejudicar no sentido de não ajudar a esclarecer, mas confundir; não respeitar a liberdade, porém prender a todo custo. E quando naturezas que precisam ser aperfeiçoadas se encontram, só Deus! Louvado seja o Senhor por Ele ser o Autor da vida!
“Duelam forte e mais forte, é a vida que enfrenta a morte” (Ana Scarabelli). E a vida vence a morte! Dóceis ao Espírito de Deus “todos somos capazes quando, como Maria, dissermos Sim, ‘Eis a serva do Senhor’ ”.

“Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer”. Jo 16, 13.

Encerremos tudo na misericórdia de Deus, e Lhe sejamos gratos por tudo o que somos e temos!

Abraços fraternos,
Ceane Ribeiro (Mariana José de Jesus Mazurek, ocds)

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