domingo, 28 de outubro de 2012

4ª PALESTRA SOBRE O PAI NOSSO


SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

Podemos iniciar a reflexão sobre esse trecho do Pai Nosso com as seguintes perguntas polêmicas: O que é vontade de Deus e o que é permissão de Deus? Qual é a vontade de Deus?
As diversas religiões cristãs e não cristãs, bem como seus líderes ou pregadores, tem várias versões e explicações para essas perguntas. Muitas delas, inclusive, absurdas. Para muitos, Deus é a favor de guerras, de assassinatos, de atentados terroristas e outras violências contra a liberdade, dignidade e vida humanas. Em certos casos particulares, para muitas pessoas até mesmo “religiosas” e que “gostam de Deus”, este Deus seria a favor de um homem deixar sua esposa e juntar-se com outra mulher, caso seu casamento não estivesse “dando certo” ou se seus gênios não fossem “compatíveis”. Muitos ladrões, bandidos, assaltantes e traficantes podem até mesmo, em suas preces, pedir a Deus que os proteja durante a prática de seus crimes e até mesmo agradeçam a Deus o “feliz sucesso” em suas empreitadas.
Mesmo em nossa própria religião cristã, quiçá, entre nós católicos, as opiniões sobre a vontade de Deus se dividem. Há pregadores que em suas homilias e palestras dizem que Deus valoriza e até mesmo abençoa o sofrimento humano, que pode ser caminho de santificação. Outros, ao contrário, acham que Deus veio para aliviar toda dor e toda cruz, portanto, que o maior sinal de sua benção é uma pessoa ficar livre de doenças e qualquer forma de sofrimento.
Antes que falemos sobre a vontade de Deus, é interessante que reflitamos um pouco na diferença que há entre vontade de Deus e permissão de Deus. Muitos são os pensadores e filósofos que se debatem neste momento. Infelizmente, jamais compreenderemos na terra o exato limite entre uma e outra.
Podemos, no entanto, garantir que Deus de forma alguma é a favor do pecado e ou de qualquer coisa ou ocasião que possa levar alguém a pecar. Nunca! Deus é o inimigo número um do pecado. O pecado é coisa odiosa para Deus. Claro que também Ele não se compraz com as consequências do pecado, como, sofrimentos, tribulações, provações, tentações, doenças, morte, etc. No entanto, Deus permite que existam tais coisas no mundo e na história humana, pois nós (todo o gênero humano) as merecemos por nossa culpa.
Uma das coisas mais incompreensíveis à mente humana é o porquê de Deus permitir a presença do mal, isto é, a ação do maligno no mundo. Como pode ser que um Deus que é Amor permita que a humanidade padeça tanto sob o jugo das forças do mal? Quantos inocentes sofrem diariamente o ataque de satanás e daqueles que são da parte dele? Caros irmãos e irmãs, tudo é culpa nossa. Fomos nós, homens e mulheres, que abrimos as portas para que o mal viesse à terra. Deus respeita nossa liberdade. Mesmo cheio de dor, sofrendo junto conosco (como o fez na Pessoa do Cristo), Deus permite que exista no mundo a presença do mal. Repito e insisto: Deus não fica nada feliz com presença do mal no mundo. Sofre junto conosco. Chora com os que choram. Enviou seu Filho Único ao mundo justamente para vencer esse Mal, morrendo por nós na cruz. Porém, apesar de ter vencido o mal na cruz e de nos ter conseguido a graça de também vencê-lo em nossas vidas, não retirou totalmente a presença do mal do mundo. Esta é uma realidade dura que faz e fará parte da cruz cotidiana de cada homem ou mulher na face da terra, inocentes ou não.  O sofrimento com suas mais diversas “caras” é a cruz que todo o gênero humano terá que levar até o fim do mundo. Mas isso não é vontade de Deus.  Podemos afirmar com segurança: não são vontade de Deus os crimes, as guerras, as violências, as catástrofes naturais, etc. Deus permite que tais coisas aconteçam para que nós seres humanos as enfrentemos com paciência, oferecendo a Ele nossa cruz do dia a dia, vivendo com espírito de partilha e solidariedade, fazendo o que for possível para ajudarmos os outros a levar também sua cruz.
Bem, voltemos ao que é vontade de Deus. Primeiramente temos que saber que a Santa Vontade de Deus engloba vários aspectos. Os dois principais, que resumem tudo, seriam a nossa salvação eterna e a história humana. Uma leitura que muito ajudaria a nossa reflexão seria a do livro do Êxodo. Lá nós vemos como Deus trabalhou pelo bem e salvação do povo eleito de Israel, permitindo a eles, inclusive, muitos sofrimentos e dissabores, tudo visando a sua conversão e perseverança na fé. Sim. Deus testa nossa fé e nossa fidelidade. Testa com o sofrimento. Isso é vontade de Deus. Não fiquemos “chateados” com nosso Deus. Ele é nosso Pai. Ele sabe que frequentemente precisamos de correção, do clássico “puxão” de orelhas para que nos voltemos para Ele. Fazer o quê? Faz parte de nossa condição humana, herdada de nossos pais Adão e Eva. Deus é “obcecado” por nossa salvação eterna. Quer que um dia cheguemos ao Céu. Para isso temos que passar pela cruz, assim como Ele, na Pessoa de Jesus, passou. Deus trabalha nossa salvação eterna, trabalhando em nossa história de vida.
Bem, o caminho ou “método” para a salvação eterna de nossas almas já está muito bem relatado nos santos evangelhos, bem como nos dez principais mandamentos da Lei de Deus. Para nos salvarmos temos que amar a Deus sobre todas as coisas, pronunciar seu santo Nome com respeito, respeitar e guardar suas principais festas, honrar pai e mãe, não matar ou prejudicar a vida de ninguém, guardar a castidade de acordo com nosso estado de vida, não furtar ou subtrair algo de ninguém, não invejar ou cobiçar as coisas alheias, não cometer adultério contra nosso cônjuge e nunca levantar falso testemunho contra nossos irmãos e irmãs. Além disso, de acordo com o Sermão das Bem – Aventuranças e outros discursos feitos por Cristo Jesus, para nos salvar temos que ser desapegados dos bens materiais, temos que renunciar a tudo que atrapalha o nosso amor a Deus e ao próximo, tem que levar nossa cruz cotidiana com paciência e resignação, temos que ser puros de coração, mansos, pacíficos, humildes, pobres de espírito e ter grande sede de Deus e de sua justiça (justiça nas Sagradas Escrituras é tudo que é santo, correto e bom). Tudo isso nos levará seguramente para a salvação eterna ao lado de Deus. Portanto, não precisamos nos estender muito no tocante a qual seja a vontade de Deus no tocante à nossa salvação eterna. Ele quer que todos nós nos convertamos, que renunciemos e abandonemos todo e qualquer pecado, que abracemos a virtude e sejamos santos. Pronto! Essa é seguramente a vontade de Deus no tocante à nossa salvação eterna.
Muito bem, podemos até nos convencer que Deus que nossa salvação eterna e que lutemos por ela. No entanto, o “problema” justamente está em compreendermos, aceitarmos e nos resignarmos quando Deus permite que o sofrimento venha a “bater” na “porta” de nossas vidas. Como é difícil, meu Deus! Como facilmente nos revoltamos convosco! Nossa pouca fé e nosso pouco amor, bem como nosso instinto de autodefesa rapidamente nos levam à revolta e às vezes até à blasfêmia.
Herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva, o mesmo pecado deles. Por isso que se chama “pecado original”. E que pecado seria esse? Todos nós somos nossos próprios “deusezinhos”. Temos um “amor próprio”, um instinto de auto – conservação e auto – preservação extremamente aguçados. Isso é impressionante! Como é difícil aceitarmos a vontade ou a permissão de Deus em nossas vidas quando elas vão exatamente de encontro aos nossos interesses, melindres e vontades próprias! Muitas vezes essa vontade ou permissão vão de encontro até contra nossos instintos básicos, tais como: amor pela nossa vida, apego a parentes e amigos, desejos e ambições. Não é verdade? É exatamente aí que quase todos nós caímos. Para nós é muito difícil ver em tudo isso a presença amorosa de Deus que quer que vençamos, com Ele, todas as nossas cruzes, que encontremos nelas meios eficazes de conversão e de libertação de nós mesmos, nossos “deusezinhos particulares” para termos apenas nEle e só nEle toda a nossa vida e consolação.
Não pensem, meus irmãos e irmãs, que Deus se compraz ou se alegra com o choro de uma mãe que perde um filho ou filha em um acidente, ou quando este filho ou filha padece e morre de alguma doença grave. De forma alguma! Deus sofre e chora junto com essa mãe. Deus é misericordioso e compassivo. Deus é pleno em bondade, ternura e amor. Não nos livra da cruz, porque ela é própria do gênero humano (“tome a sua cruz”...), por causa do pecado de nossos primeiros pais, mas nunca nos abandona. Está ao nosso lado, sempre. Parece invisível, pois, somos cegos. Fechamos os olhos de nossas almas com muita facilidade. Queremos que Ele sempre esteja conosco do nosso jeito, da maneira que achamos que Ele tem que fazer. Queremos que Ele sempre nos dê saúde, prosperidade e sorte na vida. Achamos que Ele praticamente tem a obrigação de fazer a nossa vontade e não que nós tenhamos que fazer a dEle! Por isso nos revoltamos quando a vontade ou a permissão dEle não é igual à nossa.
O sofrimento faz parte do “ônus” de sermos humanos. Todos nós temos que passar pelo sofrimento e pela dor, uns mais, outros menos. Esse sofrimento já começa em nosso próprio nascimento. Como sofremos ao nascer! Graças a Deus que em nossa memória não ficam gravados os tormentos que sofremos no útero de nossas mães no momento das contrações do parto! Creio que se nos lembrássemos de tudo, ficaríamos loucos. Deus, até nisso, foi misericordioso para conosco. Tão logo respiramos, isto é, tão logo nascemos, logo nos esquecemos de tudo e somos consolados com a presença amorosa de nossas mães e somos acalentados pelo delicioso leite de seus seios. Como Deus é bom! No entanto, toda nossa vida, a partir daí, será repleta de lutas. Sentiremos fome, sede, choraremos sentindo a falta de um abraço, de um consolo, sentiremos cólicas, pegaremos as primeiras gripes ou viroses, ficamos sujos, etc. A vida é assim... Fazer o quê? A culpa foi nossa. Leiamos o que Deus disse aos nossos primeiros pais quando estes pecaram: “Disse também à mulher: Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores, teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio.” E disse em seguida ao homem: “Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar” (Gênesis 3, 16-19).
Portanto, meus irmãos e irmãs, é “normal” para Deus permitir que tenhamos que lutar na vida, que penemos, que trabalhemos, que tenhamos que fazer a nossa parte no mundo. A vida é assim. E isso não a torna menos bela. Não! Deus continua conosco. Ele está perto de nós, ao nosso lado. Ele nos dá força, nos encoraja, nos dá esperança e vida constantemente. O problema é que não O vemos. Fechamo-nos em nosso “mundinho” e não enxergamos a um palmo de nossos narizes. Não vemos a Deus nas “noites escuras” que Ele permite que nos ocorram para o nosso bem. Somos cegos. Somos nossos próprios “deusezinhos” e só ficamos satisfeitos quando a nossa vontade é feita, não a de Deus. E olha que a nossa vontade geralmente não nos conduz à felicidade verdadeira e à vida...
Como somos diferentes dos habitantes do Céu! Lá, apenas a vontade dEle, por mais difícil ou incompreensível que pareça ser, é que é feita e comprida à risca. Os santos amaram a vontade de Deus na terra, por isso é que a amam no Céu. Pensam que isso foi fácil? Não conheço um santo ou santa que não tenha sofrido muito. As histórias dos processos de beatificação e canonização estão cheias dessas histórias. O que eles ou elas tinham de diferente de nós? Eram, porventura, insensíveis? Eram masoquistas? Não! Claro que não! Muitos, inclusive, eram bastante sensíveis e até mesmo frágeis de saúde e compleição física. O que tinham de diferente? Amavam a Deus, amavam-nO ardentemente! Isso faz a diferença. Quando amamos a Deus e estamos certos, convencidos que Ele também nos ama, aceitamos tudo o que vir em nossa vida. Aceitamos a tempestade e a bonança, a dor e o alívio, a fome e a fartura, a doença e a saúde, o trabalho e o descanso, não como coisas próprias, mas, tudo como dom de Deus. Isso também faz a diferença.
Quando consideramos as coisas e fatos em nossas vidas como coisas e fatos “isolados de Deus”, vivemos em grande desassossego e intranquilidade. Temos medo de tudo. Tudo nos causa medo. Se estamos na “calmaria” temos medo que venha a “tempestade”. Se estamos na “tempestade”, achamos que ela nunca mais tem fim. Ficamos impacientes. Esses pensamentos fazem-me pensar no episódio da tempestade no mar da Galileia. Puxa vida! Os apóstolos e discípulos estavam com Jesus na barca. Eles já haviam assistido a estupendos e maravilhosos milagres! Nada disso bastou quando veio sobre eles a ventania e a revolta das ondas. Eles nem prestaram atenção em Jesus que dormia tranquilamente. Voltaram seus olhares, atenções e medos unicamente para a tempestade. Não olharam para Jesus. Não imitaram Jesus. Gritaram de medo e pavor. Desesperaram. Não fazemos exatamente o mesmo? Nos sofrimentos de nossa vida, desesperamos facilmente. Não olhamos para Jesus que “dorme”, mas, que está junto de nós. Não temos fé de que Deus está junto de nós, mesmo quando aparentemente “dorme”...
Ó meu Deus, que seja feita a vossa Vontade, assim na terra como no Céu! Vossa vontade muitas vezes misteriosa e incompreensível às nossas pobres inteligências e à nossa pouquíssima fé é sempre para o nosso bem. Não creremos nisso? Vamos viver eternamente assim, infelizes, desconfiados de Deus? Somos assim tão mesquinhos e interesseiros?
Que a vossa Vontade seja feita na terra como é feita no Céu! Que Jesus nos ensine a crer e em amar a vossa Vontade. Quantas vezes, meu Jesus, fizestes a vontade do Pai a “duras penas”, mas, a fizestes ardendo de amor e desejo que essa vontade se cumprisse até o fim! Que exemplo, Jesus! Quantos exemplos nos deixastes de adesão heróica à vontade de Deus Pai, chegando ao ponto do sacrifício de vossa vida! 
Que também a Virgem Maria nos ensine a crer e a amar a vossa santíssima Vontade, assim como Ela creu e amou mesmo no momento da profecia de Simeão, na perseguição de Herodes, no exílio para o Egito, na vida pobre e humilde de Nazaré, na saída de Jesus para sua missão messiânica e no momento de sua Paixão e Morte de Cruz. Nunca duvidastes, ó Maria, do Amor e da Bondade de Deus, mesmo vendo o vosso Filho pendente no madeiro da Cruz, sofrendo os mais cruéis tormentos. Vossa fé jamais se abalou. Ajudai-nos. Ajudai-nos! Vede nosso pouco amor a Deus. Vede nossa pouca fé. Ajudai-nos. Ajudai-nos a amar a vontade de Deus, mesmo quando ela vier com sofrimento e cruz. Somente assim seremos felizes, verdadeiramente felizes como vós fostes. Somente assim seremos felizes como o foram os santos e santas de Deus. Amém!

Ângelus dia 28-10-12

"Jesus Cristo, a verdadeira novidade que responde às expectativas do homem"

As palavras do Papa durante a oração do Ângelus
CIDADE DO VATICANO, domingo, 28 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – Ao final da Missa celebrada com os Padres Sinodais para a conclusão da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, o Papa Bento XVI recitou a oração do Ângelus. Estas são as suas palavras:

[Antes do Ângelus]
Caros irmãos e irmãs!
Com a Santa Missa celebrada esta manhã na Basílica de São Pedro, terminou a XIII Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos. Por três semanas enfrentamos a realidade da nova evangelização para a transmissão da fé cristã: toda a Igreja estava representada e, portanto, envolvida nesse esforço, que não deixará de dar os seus frutos, com a graça do Senhor. Primeiro de tudo, no entanto, o Sínodo é sempre um momento de grande comunhão eclesial, e por isso eu quero agradecer a Deus com todos vocês, que mais uma vez nos fez experimentar a beleza de ser Igreja, e sê-lo hoje, neste mundo tal qual ele está, no meio desta humanidade com as suas dificuldades e esperanças. Muito significativa foi a coincidência desta Assembleia sinodal com o 50 º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e portanto com o início do Ano da Fé. Repensar o Beato João XIII, o Servo de Deus Paulo VI, no tempo conciliar, tem sido muito bom, porque nos ajudou a reconhecer que a nova evangelização não é uma invenção nossa, mas é uma dinâmica que se desenvolveu na Igreja especialmente a partir da década de 50 do século passado, quando se tornou evidente que mesmo os Países de antiga tradição cristã tornaram-se, como acostumamos dizer, “terra de missão”. Assim surgiu a necessidade de um renovado anúncio do Evangelho nas sociedades secularizadas, na dupla certeza de que, por um lado, é só Ele, Jesus Cristo, a verdadeira novidade que responde às expectativas do homem de todas as épocas, e por outro, que a sua mensagem pede para ser transmitida de modo adequado nos diferentes contextos sociais e culturais.

O que podemos dizer depois destes intensos dias de trabalho? Da minha parte, eu escutei e reuni muitos pontos de reflexão e muitas propostas, que, com a ajuda da Secretaria do Sínodo e dos meus colaboradores, buscarei ordenar e elaborar, para oferecer a toda a Igreja uma síntese orgânica e indicações coerentes. Desde já podemos dizer que deste Sínodo sai um reforçado esforço para a renovação espiritual da mesma Igreja, para poder renovar espiritualmente o mundo secularizado; e esta renovação virá da redescoberta de Jesus Cristo, da sua verdade e da sua graça, da sua "face", tão humana e tão divina, sobre a qual brilha o mistério transcendente de Deus. Confiamos à Virgem Maria os frutos do trabalho da Assembleia Sinodal apenas concluido. Ela, Estrela da nova evangelização, nos ensine e nos ajude a levar Cristo a todos, com coragem e com alegria.

[Depois da recitação da oração do Ângelus, o Papa lançou o seguinte apelo:]
Começo com um apelo.
Nos últimos dias um furacão devastador atingiu com particular violência Cuba, Haiti, a Jamaica e as Bahamas, causando várias mortes e extensos danos, fazendo com que várias pessoas fossem obrigadas a deixar as próprias casas. Desejo assegurar a minha proximidade e lembrança a todos aqueles que foram atingidos por este desastre natural, enquanto convido a todos à oração e à solidariedade, para aliviar a dor dos familiares das vítimas e oferecer ajuda aos milhares de danificados.

[No final do Ângelus, o Papa cumprimentou os peregrinos. Em português disse:]
Dirijo agora uma calorosa saudação aos peregrinos de língua portuguesa, e de modo especial ao grupo vindo do Brasil - das dioceses de Guaxupé, São João da Boa Vista e Jundiaí. Ao concluir a Sínodo sobre a Nova Evangelização, confio à Virgem Santíssima os seus frutos e peço-Lhe que guie e proteja maternalmente os vossos passos ao serviço do anúncio e testemunho da Boa Nova de Jesus Cristo! A minha Bênção desça sobre vós, vossas famílias e comunidades cristãs.
[Tradução do Italiano Thácio Siqueira]

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Abertura do ano formativo na Obra Castelo Interior de Santa Teresa de Jesus

A Comunidade Rainha do Carmelo, nesta tarde do dia 22 de outubro de 2012, deu inicio o ano de formação na obra de nossa Santa Madre Teresa de Jesus, Castelo interior.

Após a 3º palestra ministrada por nosso irmão Giovani, (santificado seja o vosso nome), a comunidade recebeu os novos irmãos que inciarão no processo de discernimento de sua vocação na ocds, ocasião propicia da abertura do nosso ano de formação no estudo das Moradas de Santa Madre Teresa de Jesus.

Maria Luisa e Regina, duas andarilhas de Deus organizavam as malas para entrar neste castelo. 

 Para isso foi preciso retirar tudo o que era de supérfluo.
 Para levar o essencial que não pode faltar no caminho.







Nossa formadora Neila, segurando o coração "meu espirito se alegra em Deus".


Vídeo do momento da oração com o canto do Castelo Interior.



terça-feira, 16 de outubro de 2012

3ª PALESTRA SOBRE O PAI NOSSO


SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME

À primeira vista parece ser muito estranho esse pedido do Pai Nosso: “Santificado seja o vosso nome”. Santificado seja o vosso Nome? Como assim? Não teria sido mais “normal” Jesus ter dito: “Louvado seja o vosso Nome”, ou “Bendito e adorado seja o vosso santo Nome”, ou ainda, “Glorificado seja o vosso Nome”? Não é nada usual desejar que o Nome Santíssimo de Deus seja santificado. Seria quase uma redundância não acham? Permitam-me esta comparação, mas, seria o mesmo que desejar que a luz do sol seja brilhante ou que a água seja molhada.

O Nome de Deus (sempre escreverei a palavra “nome” com “N” maiúsculo quando estiver me referindo a Deus) já é Santo por natureza. Deus é o Santo, Santo, Santo! Assim O louvam a multidão dos Anjos no Céu: “Os serafins se mantinham junto dele. Cada um deles tinha seis asas. Suas vozes se revezavam e diziam: ‘Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória’” (Isaías 6, 2-3).

Deus é a própria santidade, a perfeição infinita. Jesus mesmo dirigindo-se aos discípulos, apontou seu Pai como o modelo e fim e toda a santidade: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mateus 5, 48). Assim, sua santidade infinita nem aumenta e nem diminui mais do que já é, visto que Deus é imutável. Então, o que significa desejar que o Nome de Deus seja santificado?

Do ponto de vista humano, o bom nome de um pai ou de uma mãe é confirmado ou enaltecido no modo de ser de seus filhos. Não é verdade? Quando vemos uma criança ou um jovem com bom comportamento, imediatamente associamos isso à boa educação de seus pais. Ao contrário, quando vemos uma criança ou um jovem demonstrando má conduta ou comportamento errado, de pronto dizemos: “que mal-educado”! Olha só! Atribuímos o bom ou o mau comportamento à boa ou má educação dos pais.

Deus é Pai. Sua maior honra, sua maior glória é a santidade de seus filhos e filhas! A maior razão de sua alegria é ver seus filhos e filhas sendo semelhantes ao Filho Jesus: “Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu (a alegria de Deus) por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento(Lucas 15, 7). Deus se compraz na santidade de seus filhos e filhas. Claro que a santidade de Jesus, Filho Único de Deus, é suficiente para suprir toda a humanidade, no entanto, o Pai ama seus filhos e filhas adotivos e se sente feliz em ser amado por eles. Como todo “pai orgulhoso”, contempla seus filhos e filhas fiéis e com eles e por eles Se compraz e rejubila: "Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem (aqui poderíamos dizer: feliz Deus Pai) que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade. Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”. (Salmo 126, 3b-5).

Jesus mesmo associou a glorificação do Nome do Pai ao “bom comportamento” (as boas obras) dos filhos e filhas de Deus: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha, nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas, sim, para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus (Mateus 5, 14-16). Interessante notar no texto que mais uma vez Jesus usa a palavra “céus” para designar os lugares onde o Pai está, isto é, no Céu empíreo e em todos os lugares onde é adorado, amado e obedecido, inclusive nos corações humanos.

Que maravilha pensar que quando rezamos o Pai Nosso, desejamos que o Nome Santo de Deus seja santificado no modo de viver de seus filhos e filhas! Que lindo, meu Deus! Imagino o amor e o fervor de Jesus no momento que rezou essa parte do Pai Nosso! Como Ele deve ter ardentemente desejado que o bom Nome de Deus fosse santificado em toda a terra, em cada continente, em cada nação ou povo, bem como nos corações de cada filho e filha de Deus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13, 35).

Podemos deduzir de tudo isso que comentamos que desejar que o Nome do Pai seja santificado é desejar “tudo de bom” para Deus. É desejar que esse Nome seja buscado, conhecido, acolhido, respeitado, venerado, adorado, amado, obedecido, honrado e glorificado. Santificar o Nome de Deus é tudo isso! Assim como os serafins que clamam sem cessar: “Santo, Santo, Santo”, quem verdadeiramente ama a Deus, cumprindo Sua Santa Vontade, com seu modo de viver e exemplo de sua vida clama sem cessar: “Santo, Santo, Santo sois Vós, meu Deus! Não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim (cf. em Gálatas 2,20)! Tudo é vosso, meu Deus! Eu não sou nada! Eu não sou nada! Toda honra, toda glória, poder e majestade vos pertencem, Senhor nosso Deus” (cf. em Apocalipse 4,11)!


VENHA A NÓS O VOSSO REINO

Tenho uma tia que sempre considerou essa parte do Pai Nosso uma das mais importantes de toda a oração. Argumenta ela que neste pedido está contido tudo, isto é, a síntese de tudo que poderíamos supor ou imaginar pedir de bom e de útil às nossas almas e para as nossas vidas. Ela tem razão. Diz-me também que quase ninguém pensa na importância, mérito ou valor dessas palavras e que elas, durante a prece, passam quase despercebidas. Mais uma vez ela tem razão. Será que realmente intuímos no que dizemos ao pedir: “venha a nós o vosso Reino”?

Os santos evangelhos diversas vezes falam no Reino de Deus. Jesus veio trazer à terra o Reino de seu Pai. Que significa isso? Todas as vezes que pensamos em “reino” ou “reinos” logo imaginamos aqueles reinos das histórias infantis, com castelos, terras, com reis, rainhas, príncipes, princesas, cavalheiros, súditos, etc. Nossa noção de reino é muito “materializada” e muito “humanizada”. Somos muito parecidos com são Tomé: só cremos no que vemos. Para muita gente é difícil crer em Deus ou em sua ação e influência no mundo, visto que não O vemos com os olhos da carne e, aparentemente, parece que Ele nos entregou à nossa própria sorte. “Onde está o teu Deus”?, dizem.

Pilatos, durante o julgamento de Jesus, perguntou: “Tu és rei”? Realmente, como crer que aquele homem simples, vestindo uma túnica de linho e preso pelos sacerdotes e fariseus, era o Rei dos judeus, do mundo e de todo o universo? Como crer que o Reino de Deus existe se pouco vemos essa “presença” misteriosa de Deus no mundo?

Jesus utilizou-se de varias comparações quando falou do Reino. Comparou-o a um pequeno “grão de mostarda”, a um “semeador” que semeia em terrenos diversos, ao “fermento” que faz a “massa de trigo” crescer, a uma “pérola preciosa” que um homem acha no campo, falou diversas vezes que ele estava “próximo”, e, mais ainda, que estava “no meio deles”.

Nosso Deus, apesar de toda a sua infinita majestade é muito simples. Seu modo de agir, na maioria das vezes, é feito no silêncio, na simplicidade do dia a dia. Deus não gosta de alardes, não gosta de “espetáculos” e nem quer “aparecer”. Jesus levou uma vida muito simples quando esteve na terra. Nasceu pobre em uma gruta de Belém, esteve incógnito no Egito, foi um menino simples de Nazaré, trabalhava na oficina de carpintaria de seu pai nutrício São José, compareceu ao batismo de São João Batista como todos os outros, foi pregador itinerante, fazendo todos os percursos a pé, como o fazem os pobres, muitas vezes pedia segredo quando curava alguém, fugia para lugares desertos, frequentava as vilas pobres, comia com os pecadores, abraçava as crianças, isto é, nada que um “rei mundano” faria.

Meu reino não é deste mundo. Meu reino não é daqui”, respondeu a Pilatos. Claro que o “pobre governador” não entendeu nada e considerou Jesus um louco. Como estava longe da compreensão do Reino! O pensamento mundano cega a compreensão do Reino. Quem pensa como o mundo pensa (portanto, como satanás pensa) jamais consegue compreender o que é o Reino e onde ele está. Caminha às cegas, às escuras, totalmente obscurecido por uma “realidade” que ele julga compreender. Realmente esses “cegos na fé” são os que mais acham que veem ou entendem alguma coisa. Acham-se “sábios” e “entendidos” para as coisas do mundo. Eles tem os que creem como tolos ou iludidos, como pessoas dignas de pena. Coitados! Eles é que são dignos de pena, pois são verdadeiramente cegos e caminham para a perdição eterna! Não buscam a verdade. Antes, a aborrecem ou, mesmo, a odeiam. Como são dignos de nossa pena! Vivem na mentira e a mentira os atordoa e ilude.

Para tentarmos ao menos entender um pouco desse Reino, necessário se faz que ao menos queiramos saber a verdade. Nem todos gostam da verdade. A verdade dói. A verdade incomoda. A verdade denuncia. A verdade vem para mudar nossa vida, nosso modo de pensar e de agir. Por que isso? Porque geralmente vivemos na mentira, enganamo-nos a nós mesmos, vivemos em nosso “mundinho”, em nossos “reinozinhos”, sendo nossos próprios “reis” e “rainhas”. Muitas vezes somos iguais a Herodes: temos pavor do reinado de Jesus, o Menino de Belém. Temos medo de que Ele nos destrone, que acabe com nossa autossuficiência e com os “reinos” que tão dedicadamente construímos ao nosso redor.

Meu reino não é deste mundo. Meu reino não é daqui! Brada a cada um de nós o Cristo do Pai. Sim! O Reino é dos Céus. O Reino é do Pai. Ele é o Rei, juntamente com a Pessoa do Filho e a do Espírito Santo. Para compreendermos esse Reino, antes de tudo, temos que querer conhecer a verdade, e, a Verdade é Jesus. Foi Jesus quem veio nos trazer esse Reino. Jesus é o próprio Reino!  

E o que é o Reino de Deus? O Reino de Deus é a presença de Deus no mundo, nos povos, nas famílias e em cada coração. Jesus veio trazer o Reino ao mundo porque Ele próprio é a perfeita realização desse Reino: Jesus é o Emanuel, o Deus Conosco. Se permitirmos que Deus seja o centro de nossas vidas, o Reino de Deus estará no meio de nós. Se permitirmos que Ele seja o Rei de nossos corações, todo o seu Reino O acompanhará e se estabelecerá em nossas vidas.

Para que esse Reino aconteça temos que desejar, buscar, acolher e viver a verdade. Essa verdade é o próprio Cristo Jesus. Mas, será que temos o mesmo coração que Pilatos? Na entrevista que teve com Jesus, no momento de seu injusto julgamento, perguntou ao Senhor: “o que é a verdade”? Jesus ficou calado. Adiantava dizer àquele homem de coração corrompido e mundano que a Verdade era Ele mesmo? Jamais entenderia.

Desejar e pedir ao Pai que o seu Reino venha a nós é desejar tudo que está escrito nos Santos Evangelhos:

·        Aceitar Jesus como nosso Senhor e Salvador.

·        Arrepender-se dos pecados e buscar a conversão.

·        Desejar ser santo, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

·        Levar uma vida evangélica conforme o espírito das bem-aventuranças que Cristo ensinou.

·        Renunciar a si mesmo e levando a cruz cotidiana com paciência e amor.

·        Ser um bom cristão católico, buscando com frequência e amor os santos sacramentos.

·        Frequentar e praticar piedosamente a Sagrada Liturgia.

·        Participar ativamente do discipulado e apostolado de Cristo, sendo “sal da terra” e “luz do mundo” em nossa família, no trabalho, na escola, no lazer e na paróquia e/ou diocese à qual pertencemos.

Tudo isso é “Reino de Deus” em nossas vidas. Será que realmente desejamos e pedimos isso quando rezamos o Pai Nosso?
Giovani Carvalho Mendes, ocds

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Santa Madre Teresa de Jesus, rogai por nós!!!! 15-10-12

"Com tão bom amigo presente, com tão valoroso capitão, que em matéria de padecer foi o primeiro, tudo se pode tolerar. Serve de auxílio e dá forças. Nunca falta. É amigo verdadeiro.

Vi depois, e sempre tenho visto claramente, que para agradarmos a Deus e para que nos conceda favores, deseja ele que o recebamos por intermédio desta Humanidade Sacratíssima, na qual Sua Majestade declarou ter posto suas complacências.
Tenho visto muitas vezes por experiência: o Senhor também me disse isto. Tenho compreendido claramente que esta é a Porta pela qual devemos entrar, se pretendemos que a soberana Majestade revele grandes segredos.
Não queira outro caminho, ainda que esteja no cume da contemplação. Por aqui irá seguro. É por meio deste Senhor nosso que nos vêm todos os bens. Ele o ensinará. Contemple Sua vida, porque não há melhor modelo.
Que mais podemos desejar do que ter a nosso lado tão bom amigo! Não nos abandonará nas dificuldades e nas tribulações, como fazem os do mundo.
Bem-aventurado quem O amar deveras e sempre o trouxer junto de si. Consideremos o glorioso São Paulo de cujos lábios, por assim dizer, não saía senão o nome de Jesus, tão bem gravado o tinha no coração. Desde que entendi isto, tenho considerado atentamente alguns santos, grandes contemplativos, e reparei que não seguiam por outro caminho. São Francisco bem o demonstra nas chagas, Santo Antônio de Pádua, no Menino, São Bernardo deleitava-se com a humanidade. O mesmo ocorria com Santa Catarina de Sena.
Havemos de andar com liberdade neste caminho, abandonados às Mãos de Deus. Se Sua Majestade quiser elevar-nos à categoria de seus camareiros e confidentes dos seus segredos, vamos de boa vontade.
Ao pensarmos em Cristo, sempre nos lembremos do amor com que nos fez tantas graças e da grande ternura que Deus nos testemunha em nos dar tal penhor do muito que nos ama: pois amor gera amor. Procuremos sempre ir considerando estas verdades e estimulando-nos a amar. Uma vez que o Senhor nos faz a graça de imprimir em nosso coração este amor, ser-nos-á tudo fácil. Faremos grandes coisas muito depressa e sem trabalho." Santa Teresa de Jesus. (Livro da Vida, 22 7-12)
Santa Madre Teresa de Jesus, é essa mulher Extraordinária, Santa, Sábia, Humana, e acima de tudo Amiga de Jesus. Leio e releio essas suas palavras escritas acima e quando mais eu leio, mais me alegro e louvo a Deus pela oportunidade de tê-la conhecido. Quantas verdades, quantos ensinamentos... Sou apaixonada por ela!!!! Hoje na missa, quando o padre falou um pouco de sua vida, enchi os olhos de lágrimas, pensando que sou sua filha, mas tão distante de tudo que ela é, tão diferente de tudo que ela é!!! Aqui fica minha frase: Ela tem e é o que eu gostaria de ter e ser!!!! Minha Santa Madre Teresa de Jesus, intercedei a Deus por minha vocação e pelas vocações carmelitanas do mundo inteiro!!!

O encontro de Jesus com o jovem rico!

Durante o Angelus, Bento XVI explica o verdadeiro significado do enontro de Jesus com o jovem rico

CIDADE DO VATICANO, domingo, 14 de outubro de 2012(ZENIT.org)- Publicamos a seguir as palavras de Bento XVI pronuciadas aos fiéis e peregrinos reunidos nesta manhã, na Praça de São Pedro, para a tradicional oração mariana do Angelus.

Queridos irmãos e irmãs!
O Evangelho deste domingo (Mc 10,17-30) tem como tema principal a riqueza. Jesus ensina que é muito difícil para um rico entrar no reino de Deus, mas não impossível; de fato, Deus pode conquistar o coração de uma pessoa que possui muitos bens e impeli-la à solidariedade e à partilha com quem é necessitado, com os pobres, ou seja, a entrar na lógica da doação. Desta maneira, esse se coloca no caminho de Jesus Cristo, que - como escreve o apóstolo Paulo - "Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza" (2 Cor 8, 9).
Como muitas vezes aparece nos Evangelhos, tudo é inspirado de um encontro: o de Jesus com um tal que "possuía muitos bens" (Mc 10, 22). Este era uma pessoa que desde a sua juventude observava fielmente todos os mandamentos da Lei de Deus, mas não havia encontrado a verdadeira felicidade; e por isso pergunta a Jesus como “fazer para alcançar a vida eterna" (v. 17). Por um lado, ele é atraído, como todo mundo, pela vida em plenitude e, por outro, acostumado a contar com suas próprias riquezas, acha que a vida eterna pode ser de alguma forma "adquirida", talvez observando um mandamento especial. Jesus colhe o desejo profundo que existe naquela pessoa, e - observa o evangelista - fixa-lhe um olhar cheio de amor: o olhar de Deus (cf. v 21.). Mas Jesus entende também qual é o ponto fraco daquele homem: é exatamente o apego aos seus bens, e, por isso propõe-lhe dar tudo aos pobres, de modo que o seu tesouro - e então o seu coração - não esteja mais na terra, mas no céu, e acrescentou: "Vem! Segue-me "(v. 22). Este, no entanto, em vez de acolher com alegria o convite de Jesus, vai embora triste (cf. v. 23), porque não consegue desapegar-se de suas riquezas, que nunca poderão dar-lhe a felicidade e a vida eterna.
É neste momento que Jesus dá aos seus discípulos - e também para nós hoje - o seu ensinamento: "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos" (v. 23). A estas palavras, os discípulos ficaram desconcertados; e ainda mais depois que Jesus acrescentou: “É mais fácil para um camelo passar pelo fundo duma agulha do que para um rico entrar no reino de Deus”. Mas, vendo-os atônitos, disse: "É impossível para os homens, mas não para Deus, porque a Deus tudo é possível." (cf. vv. 24-27). Assim comenta São Clemente de Alexandria: "A parábola ensina que os ricos não devem negligenciar a sua salvação como se fossem já condenados, não devem jogar fora a riqueza nem condená-la como insidiosa e hostil à vida, mas devem aprender como usar a riqueza e dar sentido à vida "(Que rico se salvará? 27, 1-2). A história da Igreja é cheia de exemplos de pessoas ricas que usaram seus próprios bens de forma evangélica, alcançando até a santidade. Basta pensarem São Francisco, Santa Elizabeth da Hungria ou São Carlos Borromeo. A Virgem Maria, Sede da Sabedoria, ajude-nos a aceitar com alegria o convite de Jesus para entrar na plenitude da vida.

Queridos irmãos e irmãs!
Ontem, em Praga, foram proclamados Beatos Federico Bachstein e treze co-irmãos da Ordem dos Frades Menores. Estes foram assassinados em 1611 por causa de sua fé. São os primeiros Beatos do Ano da Fé, e são mártires: recordam-nos que crer em Cristo significa estar dispostos também a sofrer com Ele e por Ele.

sábado, 13 de outubro de 2012

CONVITE ESPECIAL!!

Nosso Carmelo Santa Teresinha tem a imensa satisfação
de convidar você para celebrar conosco
a solenidade de nossa tão amada:

Dia 15 de outubro de 2012
À 8 horas da manhã
A celebração será presidida por
nosso Bispo Auxiliar. 
Desde já agradecemos sua participação conosco neste dia tão importante para toda a ordem do Carmelo,

E que nossa Santa Madre Teresa de Jesus,
alcance do céu aquelas graças que mais desejam,
e para que suas vidas sejam um
Cântico às misericórdias do Senhor!

sábado, 6 de outubro de 2012

O Rosário, oração mariana!

Mons. Vitaliano explica a origem da festa do Rosário
Por Mons. Vitaliano Mattioli*
CRATO, sexta-feira, 5 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - O mês de outubro é dedicado à Virgem do Rosario e no próximo domingo, dia 7, a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora do Rosário.

Inicialmente esta festa se chamou festa de Santa Maria da Vitória, por celebrar a libertação dos cristãos dos ataques dos turcos, na batalha naval do 7 de outubro de 1571 em Lepanto (Grécia). São Pio V, Papa de então, para defender a Cristandade, estabeleceu que o Santo Rosário fosse rezado por todos os cristãos, pedindo a ajuda da Mãe de Deus, nessa hora decisiva. Atribuindo a vitória à intercessão de Maria, auxílio dos cristãos, instituiu esta festa no ano de 1572.
Sobre a origem do Rosário. A tradição diz que foi revelado a S. Domingos de Gusmão (1170-1221), numa aparição de Nossa Senhora, quando ele se preparava para defender a Igreja das heresias.
O Rosário completo era formado por 150 ave-marias, substituindo a oração dos antigos monges que rezavam todos os dias os 150 salmos do Saltério. Mas isso não era possível para o povo porque a sua maioria era analfabeta. Assim nasceu o Rosário, o “saltério de Nossa Senhora”, a “Bíblia dos pobres”, substituindo os 150 salmos pelas 150 ave-marias.
Os papas sempre recomendaram esta oração. A mesma Virgem em Fátima manifestou o seu grande desejo de que os cristãos rezassem o Rosário. O Beato João Paulo II escreveu a Carta Apostólica “O Rosário da Virgem Maria” (Rosarium Virginis Mariae, 16 de outubro do ano de 2002 ), insistindo na importância desta oração; nessa carta incluiu os cinco mistérios da luz. Dessa forma, o Rosário completo passou a ser formado por 200 ave-marias.
Nos vários mistérios pode-se meditar e contemplar toda a história da salvação, desde a Anunciação até a coroação de Nossa Senhora, refletindo sobre a vida pública de Jesus, a sua paixão, morte e ressurreição. Pode-se rezar em qualquer momento e lugar. Mas especialmente a Igreja aconselha rezar o Rosário em família. Em tempos passados, na tarde ou na noite, toda a família se reunia para honrar a Maria com esta oração. Hoje, que a família está em grande crise, é fundamental recuperar esta devoção para a salvação da família, pela sua unidade e pela perseverança na fidelidade dos esposos. Maria prometeu muitas graças aos seus devotos, a quantos a honram rezando o Rosário.
Neste mês de outubro seria bom que cada família pudesse encontrar o tempo para recuperar esta maravilhosa devoção. Este é o desejo do Papa na sua Carta Apostólica: “Oração pela paz, o Rosário foi desde sempre também oração da família e pela família. Outrora, esta oração era particularmente amada pelas famílias cristãs e favorecia certamente a sua união. É preciso não deixar perder esta preciosa herança. Importa voltar a rezar em família e pelas famílias, servindo-se ainda desta forma de oração...A família que reza unida, permanece unida.” (n. 41).
* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma, Itália, em 1938 e realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
(Ed.TS)