sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Nascido do Pai antes de todos os séculos, fez-Se homem e nasceu da Virgem Maria (Credo)

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
Sermão 10, sobre o Natal do Senhor, PL 57, 24 (a partir da trad. Année en fêtes, Migne 2000, p. 78 rev.)
Caríssimos irmãos, há dois nascimentos em Cristo, e tanto um como o outro são a expressão de um poder divino que nos ultrapassa absolutamente. Por um lado, Deus gera o Seu Filho a partir de Si mesmo; por outro, Ele é concebido por uma virgem por intervenção de Deus. [...] Por um lado, Ele nasce para criar a vida; por outro, para eliminar a morte. Ali, nasce de Seu Pai; aqui, é trazido ao mundo pelos homens. Por ter sido gerado pelo Pai, está na origem do homem; por ter nascido humanamente, liberta o homem. Uma e outra formas de nascimento são propriamente inexprimíveis e ao mesmo tempo inseparáveis. [...]
Quando ensinamos que há dois nascimentos em Cristo, não queremos com isto dizer que o Filho de Deus nasça duas vezes; mas afirmamos a dualidade de natureza num só e mesmo Filho de Deus. Por um lado, nasceu Aquele que já existia; por outro, foi produzido Aquele que ainda não existia. O bem-aventurado evangelista João afirma isto mesmo com as seguintes palavras: «No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus»; e ainda: «E o Verbo fez-Se homem».
Assim, pois, Deus, que estava junto de Deus, saiu Dele, e a carne de Deus, que não estava Nele, saiu de uma mulher. Assim, o Verbo fez-Se carne, não de maneira que Deus Se diluísse no homem, mas para que o homem fosse gloriosamente elevado em Deus. É por isso que Deus não nasce duas vezes; mas, por estes dois géneros de nascimentos – a saber, o de Deus e o do homem –, o Filho único do Pai quis ser, a um tempo, Deus e homem na mesma pessoa: «E quem poderá contar o Seu nascimento?» (Is 53, 8 Vulg)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pôs-se a louvar a Deus e a falar do Menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja
2ª homilia sobre o Cântico dos Cânticos, §8 (a partir da trad. Seuil 1953, p. 98)
Ó rebento de Jessé, Tu que és um sinal para todos os povos, quantos reis e profetas desejaram ver-Te e não Te viram! Feliz daquele que, na sua velhice, foi cumulado com o dom divino da Tua vinda! Ele tremeu em desejo de ver o sinal, viu-o e alegrou-se. Tendo recebido o beijo da paz, deixou este mundo com a paz no coração, não sem antes proclamar que Jesus tinha nascido para ser um sinal de contradição. E essa profeia cumpriu-se: mal apareceu, o sinal da paz foi contraditado, mas por aqueles que têm ódio à paz. Porque Ele é a paz para os homens de boa vontade, mas para os mal intencionados é pedra de tropeço. Herodes perturbou-se, e toda a Jerusalém com ele. O Senhor veio a ele, mas os Seus não o receberam. Felizes os pobres pastores que, velando na noite, foram considerados dignos de ver este sinal!
Já nesse tempo Ele Se escondia aos pretensos sábios e prudentes, revelando-Se aos humildes. Aos pastores, o anjo disse: «Eis o sinal para vós.» Ele é para vós, os humildes e obedientes, para vós que não vos jatais de ciência orgulhosa, mas que velais noite e dia, meditando na lei de Deus. Eis o sinal para vós! Aquele que os anjos prometiam, Aquele que os povos reclamavam, Aquele que os profetas anunciaram. [...]
Eis, pois, o sinal para vós; mas sinal de quê? De perdão, de graça, de paz, duma paz que não terá fim. Eis o sinal para vós: um Menino envolto em panos e reclinado numa manjedoura. Mas Deus está Nele, reconciliando o mundo Consigo. [...] Este Menino é o beijo de Deus, o Mediador entre Deus e os homens, Jesus homem e Cristo, que vive e reina pelos séculos dos séculos.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Agora, Senhor, segundo a Tua palavra, deixarás ir em paz o Teu servo!!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Inácio de Antioquia (?-c. 110), bispo e mártir
Carta aos Romanos, 5-7 (a partir da trad. Quéré, Les Pères apostoliques, Seuil 1980, p. 136)
Hoje, começo a ser discípulo. Que criatura alguma, visível ou invisível, me impeça de ir ter com Jesus Cristo. [...] Nem os mais cruéis suplícios me perturbam, a única coisa que desejo é estar com Jesus Cristo. De que me servem as doçuras deste mundo e os impérios da terra? Mais vale morrer por Cristo Jesus que reinar até aos confins do universo. É a Ele que procuro, a Ele que morreu por nós; é a Ele que desejo, a Ele que ressuscitou por nós.
Aproxima-se o momento do meu nascimento. [...] Deixai-me abraçar a luz puríssima. Nessa altura, serei um homem. Permiti-me imitar a paixão do meu Deus. [...] Os meus desejos terrenos estão crucificados, já não tenho em mim fogo para amar a matéria, mas apenas a «água viva» (Jo 7, 38) que murmura e me segreda ao coração: «Vem para junto do Pai.» Não quero continuar a saborear os alimentos perecíveis nem as doçuras desta vida. É do pão de Deus que tenho fome, da carne de Jesus Cristo, Filho de Davi, e como bebida quero o Seu sangue, que é o amor incorruptível.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Onde está o Rei dos Judeus, que acaba de nascer?

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Eusébio Galicano (século V), monge, depois bispo
Sermão 219; PL 39, 2150 (a partir da trad. Solesmes, Lectionnaire, t. 1, p. 1097 rev.)
Herodes, o rei traidor, enganado pelos magos, envia os seus esbirros a Belém e arredores, para matar todas as crianças com menos de dois anos. [...] Nada porém conseguiste obter, bárbaro cruel e arrogante: podes fazer mártires, mas não conseguirás encontrar a Cristo. O infeliz tirano estava convencido de que o advento do Senhor, nosso Salvador, o faria cair de seu trono real. Mas não foi assim, pois Cristo não tinha vindo usurpar a glória de outro, mas ofertar-nos a Sua. Ele não tinha vindo apoderar-Se de um reino terreno, mas dar-nos o Reino dos Céus. Ele não tinha vindo roubar dignidades, mas sofrer injúrias e sevícias. Ele não tinha vindo preparar a sagrada cabeça para um diadema de pedrarias, mas para uma coroa de espinhos. Ele não tinha vindo para se instalar gloriosamente acima dos cetros, mas para ser ultrajado e crucificado.
Ao nascimento do Senhor, «o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele» (Mt 2, 3). Não é de espantar que a impiedade se perturbe com o nascimento da bondade. Eis que um homem que domina exércitos se assusta diante de uma criança deitada numa manjedoura, que um rei orgulhoso treme diante do humilde, que aquele que se veste de púrpura receia um pequenino envolto em panos. [...] Fingiu querer adorar Aquele que procurava destruir (Mt 2, 8). Mas a Verdade não receia as emboscadas da mentira. [...] A traição não consegue encontrar a Cristo, porque não é pela crueldade, mas pelo amor, que se deve procurar a Deus, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O ensinamento do apóstolo São João.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Papa Bento XVI
Audiência geral de 9/8/06 (trad. DC n° 2365, p. 821 © Libreria Editrice Vaticana)
Se existe um assunto característico que mais sobressai nos escritos de João, é o amor. [...] Certamente João não é o único autor das origens cristãs que fala do amor. Sendo este um elemento essencial do cristianismo, todos os escritores do Novo Testamento falam dele, mesmo se com acentuações diferentes. Se agora nos detemos a refletir sobre este tema em João, é porque ele nos traçou com insistência e de modo incisivo as suas linhas principais. Portanto, confiemo-nos às suas palavras.
Uma coisa é certa: ele não reflete de modo abstrato, filosófico, ou até teológico, sobre o que é o amor. Não, ele não é um teórico. De fato, o verdadeiro amor, por sua natureza, nunca é meramente especulativo, mas faz referência direta, concreta e verificável, a pessoas reais. Pois bem, João, como apóstolo e amigo de Jesus mostra-nos quais são os componentes, ou melhor, as fases do amor cristão, um movimento que é caracterizado por três momentos.
O primeiro refere-se à própria Fonte do amor, que o Apóstolo coloca em Deus, chegando [...] a afirmar que «Deus é amor» (1 Jo 4, 8.16). João é o único autor do Novo Testamento que nos dá uma espécie de definição de Deus. Ele diz, por exemplo, que «Deus é Espírito» (Jo 4, 24) ou que «Deus é luz» (1 Jo 1, 5). Aqui proclama com intuição resplandecente que «Deus é amor». Observe-se bem: não é simplesmente afirmado que «Deus ama», nem sequer que «o amor é Deus»! Por outras palavras: João não se limita a descrever o agir divino, mas procede até às suas raízes. Além disso, não pretende atribuir uma qualidade a um amor genérico e talvez impessoal; não se eleva do amor até Deus, mas dirige-se diretamente a Deus para definir a Sua natureza com a dimensão infinita do amor. Com isto João deseja dizer que a componente essencial de Deus é o amor e, portanto, que toda a atividade de Deus nasce do amor e está orientada para o amor: tudo o que Deus faz é por amor, mesmo se nem sempre podemos compreender imediatamente que Ele é amor, o verdadeiro amor.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Os que atentavam contra a vida do Menino!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Afonso Maria de Liguori (1696-1787), bispo e Doutor da Igreja
Meditações sobre a Oitava da Epifania, n° 3 (a partir da trad. Noël, Éds. Saint-Paul 1993



Um anjo apareceu em sonhos a São José, e avisou-o de que Herodes andava à procura do Menino Jesus para Lhe tirar a vida: «Levanta-te, toma o Menino e Sua Mãe e foge para o Egipto.» Assim pois, ainda mal nasceu, já Jesus é perseguido de morte. [...] José obedece sem demora à voz do anjo, acordando sua santa esposa. Pega em algumas ferramentas que pudesse levar consigo, a fim de exercer a sua profissão no Egipto e de ter com que sustentar a família. Maria, por seu turno, reúne as roupas necessárias a seu divino Filho; e depois, aproximando-se do berço onde Ele repousava, ajoelha-se, beija os pés de seu querido Filho e, por entre lágrimas de ternura, diz-Lhe: «Meu Filho e meu Deus, que vieste ao mundo para salvar os homens; ainda mal nasceste e já os homens vêm à Tua procura para Te dar a morte!» Pega Nele e, continuando a chorar, os dois santos esposos fecham a porta e põem-se a caminho durante a noite. [...]
Meu bem-amado Jesus, Tu és o Rei do Céu e vejo-Te errar como fugitivo sob a aparência de uma criança. Que procuras? Diz-me. A Tua pobreza e o Teu abaixamento emocionam-me de compaixão; mas aquilo que me aflige mais é a negra ingratidão com que Te vejo tratado por aqueles que vieste salvar. Tu choras, e também eu choro, por ter sido um daqueles que Te desprezaram e Te perseguiram; a partir de agora, porém, preferirei a Tua graça a todos os reinos do mundo.
Perdoa-me todos os ultrajes que Te fiz; permite-me que, na viagem desta vida para a eternidade, Te leve no meu coração, a exemplo de Maria, que Te levou nos seus braços durante a fuga para o Egito. Meu Redentor bem-amado, foram muitas as vezes em que Te expulsei da minha alma, mas tenho confiança, agora que voltaste a tomar conta dela. E suplico-Te que a prendas a ti pelas doces correntes do Teu amor.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia da Capadócia, Doutor da Igreja
Homilia sobre a santa concepção de Cristo, 2.6; PG 31, 1459s (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 172 rev.)
Deus na terra, Deus entre os homens! Desta vez, Ele não promulga a Sua Lei no meio dos relâmpagos, ao som da trombeta, numa montanha fumegante, na obscuridade de uma tempestade aterradora (Ex 19, 16ss.), mas recria-Se, de forma mansa e pacífica, num corpo humano, com os Seus irmãos de raça. Deus encarnado ! [...] Como pode a divindade viver na carne? Como o fogo subsiste no ferro, não deixando o local onde arde, mas comunicando-se-lhe. Com efeito, o fogo não se lança sobre o ferro mas, permanecendo no seu local, comunica-lhe o seu poder. Ao fazê-lo, não fica minimamente diminuído, mas preenche plenamente o ferro ao qual se comunica. Da mesma forma, Deus, o Verbo que «vive no meio de nós», não saiu de Si mesmo: «O Verbo que Se fez carne» não foi submetido à mudança; o céu não foi despojado d'Aquele que contém, e no entanto a terra acolhe no seu seio Aquele que está nos céus.
Apreende este mistério: Deus está na carne de forma a destruir a morte que nela se esconde. [...] Quando se «manifestou a graça de Deus, portadora de salvação para todos os homens» (Tt 2, 11), quando «brilhou o sol de justiça» (Ml 3, 20), «a morte foi tragada pela vitória» (1Co 15, 54) porque não podia coexistir com a verdadeira vida. Ó profundidade da bondade de Deus e do amor de Deus pelos homens! Demos glória com os pastores, dancemos com os coros dos anjos, porque «hoje nasceu o Salvador que é o Messias Senhor» (Lc 2, 11-12).
«O Senhor é Deus; Ele tem-nos iluminado» [Sl 118 (117), 27], não sob a Sua aparência de Deus, para não assustar a nossa fraqueza, mas sob a forma de um servo, a fim de conferir a liberdade àqueles que estavam condenados à servidão. Quem teria o coração suficientemente adormecido e indiferente para não exultar de alegria, para não irradiar felicidade, perante este acontecimento? É uma festa comum a toda a Criação. Todos devem contribuir para ela, ninguém se deve mostrar ingrato. Elevemos nós também a voz para cantar o nosso júbilo!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge e bispo
Sermão sobre o Natal, passim; PG 46, 1128 (a partir da trad. coll. Icthus, vol. 8, pp. 163ss.)
Irmãos, informados do milagre, vamos como Moisés ver esta coisa extraordinária (Ex 3, 3): em Maria, o arbusto em chamas não se consome. A Virgem dá ao mundo a Luz mantendo a sua virgindade. [...] Corramos pois a Belém, a cidade da Boa Nova! Se formos verdadeiramente pastores, se permanecermos despertos em guarda, ouviremos a voz dos anjos que anunciam uma grande alegria: [...] «Glória a Deus nas alturas, porque a paz desceu à terra!» Aonde ontem apenas havia maldição, teatros de guerra e exílio, a terra recebe a paz, porque hoje «da terra brotará a lealdade, desde o céu há-de olhar a justiça» (Sl 84, 12). Eis o fruto que a terra dá aos homens, em recompensa pela boa vontade que reina entre eles (Lc 2, 14). Deus une-Se ao homem para elevar o homem às alturas de Deus.
Ao ouvirmos esta novidade, irmãos, partamos para Belém, a fim de contemplarmos [...] o mistério do presépio: uma criança envolta em panos repousa numa manjedoura. Virgem após o parto, a Mãe incorruptível abraça o Filho. Com os pastores, repitamos a palavra do profeta: «Como nos contaram, assim nós vimos na cidade do Senhor dos exércitos» (Sl 47, 9).
Mas por que procura o Senhor refúgio nesta gruta de Belém? Por que dorme numa manjedoura? Por que Se sujeita ao recenseamento de Israel? Irmãos, Aquele que traz a libertação ao mundo vem nascer na nossa submissão à morte. Ele nasce nesta gruta para Se mostrar aos homens, mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Está deitado numa manjedoura porque é Aquele que faz crescer a erva para o gado (Sl 103, 14), porque é o Pão da Vida que alimenta o homem com um alimento espiritual, para que também ele viva pelo Espírito. [...] Haverá festa mais feliz que a de hoje? Cristo, o Sol da Justiça (Mal 3, 20), vem iluminar a nossa noite. Aquele que tinha caído torna a levantar-se, aquele que fora vencido é libertado [...], aquele que tinha morrido regressa à vida. [...] Hoje, cantemos todos a uma só voz em toda a terra: «Por um homem, Adão, veio a morte; por este Homem, vem-nos hoje a salvação» (cf Rom 5, 17). Posso acrescentar também, que por uma mulher, Eva, veio a morte; por esta Mulher, Maria, vem-nos hoje a Salvação!!!!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Começou a falar, bendizendo a Deus!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Liturgia bizantina
Lucernário das Grandes Vésperas da festa da Natividade de João Batista (a partir da trad. Chevetogne)
Pelo seu nascimento, São João
pôs fim ao silêncio de Zacarias:
a partir desse momento, não pôde mais calar-se
aquele que gerou a voz que brada no deserto (Mt 3, 3),
anunciando a vinda de Cristo.
Mas, como a incredulidade
começara por prender a língua do pai,
a manifestação devolveu-lhe a liberdade;
e foi assim anunciada, e depois trazida à luz
a voz do Verbo, o Precursor da Claridade,
que intercede pelas nossas almas.
Neste dia, a Voz do Verbo liberta
a voz paternal, prisioneira da sua falta de fé;
da Igreja manifesta a fecundidade,
fazendo cessar a maternal esterilidade.
À frente da luz avança o candelabro
do Sol da Justiça recebe o reflexo (Mal 3, 20)
o raio que anuncia a Sua vinda
para a restauração universal
e a salvação das nossas almas.
Eis que avança, vindo de um seio estéril,
o mensageiro do Verbo Divino,
que haveria de nascer de um seio virginal
o maior de todos os filhos dos homens (Mt 11, 11),
o profeta que não tem igual;
porque as coisas divinas precisam de um começo maravilhoso,
seja a fecundidade numa idade avançada (Lc 1, 7),
ou a concepção operada sem semente.
Glória a Ti, ó Deus, que fazes maravilhas pela nossa salvação.
Apóstolo universal,
objeto do anúncio de Gabriel (Lc 1, 36),
ramo nascido da estéril e mais bela flor do deserto,
amigo íntimo do Esposo (Jo 3, 29),
profeta digno de aclamação,
pede a Cristo que tenha piedade das nossas almas.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pôs os olhos na humildade da Sua serva!


Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Ludolfo de Saxe (c. 1300-1374), dominicano, mais tarde cartuxo em Estrasburgo
A Vida de Jesus Cristo (a partir da trad. Au Commencement, Parole et Silence 2004, pp. 81ss. rev.)
A concepção de Nosso Senhor foi prefigurada pelo arbusto a arder que se queimava sem perder o viço (Ex 3, 2), tal como Maria concebeu o seu divino Filho sem perder a virgindade. O Senhor, que morava nesse arbusto a arder, habitou igualmente no seio de Maria. Do mesmo modo que desceu ao arbusto para libertar os hebreus e tirá-los do Egito, Ele também desceu a Maria para resgatar os homens e arrancá-los ao inferno.
A escolha de Maria, feita por Deus entre todas as mulheres para Se revestir da nossa carne, foi também prefigurada pelo velo de Gedeão (Jz 6, 36 ss.). Com efeito, do mesmo modo que só aquele velo acolheu o orvalho celeste enquanto toda a terra à sua volta estava seca, assim apenas Maria ficou cheia desse orvalho divino do qual no mundo inteiro se mostrou digna mais nenhuma criatura. A Virgem Maria é este velo com o qual Jesus fez para Si uma túnica. O velo de Gedeão recebeu o orvalho do céu sem ficar adulterado; Maria concebeu o Homem-Deus sem alterar a sua virgindade.
Jesus, Filho de Deus vivo, que pela vontade do Pai celeste e a cooperação do Espírito Santo saíste do seio de Deus Pai assim como o rio manou do Paraíso de delícias (Gn 2, 10), e visitaste as profundidades dos nossos vales ao olhar para a humildade da Tua serva, descendo assim ao seio duma virgem no qual, por inefável concepção, foste revestido de carne mortal, suplico-Te, misericordioso Jesus, pelos méritos desta Virgem, Tua Mãe, que espalhes a Tua graça sobre mim, indigníssimo servo, a fim de que Te deseje com ardor, e pelo Teu amor Te conceba no meu coração para que, com o auxílio dessa graça, possa produzir o fruto salutar das boas obras. Amem.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Senhor fez em mim Maravilhas!!


Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, Doutora da Igreja
Poema «Porque Te amo, ó Maria», estrofes 4-7 (OC, Cerf DDB 1992, p.751)
Como te amo, Maria, quando te dizes serva
do Deus que conquistaste pela tua humildade (Lc 1, 38),
tornou-te omnipotente essa virtude oculta.
Trouxe ao teu coração a Santíssima Trindade
e quando o Espírito de Amor te cobriu com a Sua sombra (Lc 1, 35),
o Filho, igual ao Pai, em ti encarnou.
Inúmeros serão os Seus irmãos pecadores,
Uma vez que Jesus é o teu primogénito! (Lc 2, 7)
Ó Mãe muito amada, apesar da minha pequenez,
trago em mim, como tu, o Todo-Poderoso,
mas não tremo ao ver em mim tanta fraqueza.
Os tesouros da Mãe pertencem aos filhos
e eu sou tua filha, ó Mãe querida.
As tuas virtudes e o teu amor não me pertencerão também?
E quando ao meu coração chega a Hóstia santa,
Jesus, teu suave Cordeiro, crê repousar em ti!
Fazes-me sentir que não é impossível
seguir os teus passos, ó Rainha dos eleitos,
porque tornaste o trilho do céu visível,
vivendo cada dia as mais humildes virtudes.
A teu lado, Maria, gosto de ser pequena
para ver como são vãs as grandezas do mundo.
Ao ver-te visitar a casa de Isabel,
aprendo a praticar uma caridade ardente.
Aí escuto arrebatada, doce Rainha dos anjos,
o canto sagrado que jorrou do teu peito (Lc 1, 46 ss.);
ensinas-me a cantar os divinos louvores
e a gloriar-me em Jesus, meu Salvador.
Tuas palavras de amor são rosas místicas
que perfumarão os séculos vindouros.
Em ti, o Todo-Poderoso fez maravilhas,
desejo meditá-las a fim de delas usufruir.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Confraternização Natalina da Comunidade Rainha do Carmelo.

NATAL, FESTA DA BONDADE DE DEUS!!
O Carmelo militante entra em comunhão com o Carmelo triunfante em louvor ao Menino-Deus!
Nossa Confraternização aconteceu na casa do Luciano e Ruth às 17:00 horas, tudo estava preparado com muito carinho e capricho, nenhum detalhe foi esquecido:
Acolhida, nossa presidente, Efigênia nos convidou a rezar e agradecer pelo momento:
Oração inicial e proclamação do Evangelho (Mt 1, 18-24). Tivemos a presença especial do Pe. Francisco Menezes, ele que sempre foi tão presente:
Todos os presentes participaram:
Teve uma dinâmica, onde cantamos a poesia de Nossa Santa Madre, " Vossa sou, para vós nasci...", e em fila cada pessoa levou uma vela para oferecer ao Menino Jesus junto com uma frase dessa poesia:
O Menino Jesus, ficou todo iluminado com a velas:
O Pe. Francisco Menezes abenço0u todos os objetos que ganhamos, medalhas, cds, livros... :
Pe. Francisco Menezes e Natália:
Comemoramos também os aniversariantes do trimestre e cada membro da comunidade retirou o nome da pessoa por quem iria rezar todo o ano de 2011:
Ana Stela e Jacqueline:
Momento do nosso jantar, Mário e Jacira:
Janaína, Cláudia e Jacqueline:
Neila, Raimundo, Gláucia, Moisés e Helena:
Regina, Larissa, Lilian e Carolina:
Nosso gesto concreto, sorteamos 4 cestas natalinas e as pessoas sorteadas se comprometem a doar esta cesta a uma família carente:
1ª cesta, Ruth:
2ª cesta: Jacqueline:
3ª cesta: Efigênia:
4ª cesta: Ana Stela:
Nossa festa foi maravilhosa!! Momentos que favorecem nossa fraternidade, um bom jantar com direito a um bom vinho, Raimundo, Jacqueline, Renato, Ana Stela, Natália e Moisés:
Que todos nós tenhamos um NATAL pleno de alegria e paz do Senhor e um ANO NOVO de muita confiança e esperança, iniciado junto Àquela que trouxe o Príncipe da Paz: Maria, Mãe de Deus e ao seu Filho seja dada a honra e glória eternas. Amém!! Feliz 2011!!!!

O próprio Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá!


Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Bem-Aventurado Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
Sermão 3 para a Anunciação, 2-4 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 6, p. 38)
«O Senhor mandou dizer de novo a Acaz: 'Pede ao Senhor teu Deus um sinal'. Acaz respondeu: 'Não pedirei tal coisa, não tentarei o Senhor'.» (Is 7, 10-12) [...] Pois bem, a este sinal recusado [...] acolhemo-lo nós com uma fé ilimitada e um respeito pleno de amor. Reconhecemos que o Filho concebido pela Virgem é para nós, nas profundezas do inferno, sinal de perdão e de liberdade, e nas alturas dos céus sinal de esperança, de exultação e de glória para nós. [...] Doravante este sinal foi elevado pelo Senhor, primeiramente sobre o chão da cruz, e depois sobre o Seu trono real. [...]
Sim, é um sinal para nós esta mãe virgem que concebe e dá à luz: sinal de que este homem concebido e nascido é Deus. Este Filho que realiza obras divinas e suporta sofrimentos humanos é para nós o sinal, que levará Deus até aos homens pelos quais Ele foi concebido e nasceu, e pelos quais também sofreu.
E, de todas as enfermidades e desgraças humanas que este Deus Se dignou suportar por nós, a primeira no tempo, a maior no Seu abaixamento, parece-me ter sido sem dúvida que esta Majestade infinita tenha suportado ser concebida no seio de uma mulher e aí estar oculta durante nove meses. Onde esteve Ela tão completamente aniquilada como aqui? Quando é que A vimos despojar-Se até este ponto? Durante todo esse tempo, esta Sabedoria não diz nada, esta Potência não opera nada de visível, esta Majestade escondida não Se revela por nenhum sinal. Nem na cruz Cristo pareceu tão fraco. [...] No seio de Maria, pelo contrário, está como se não estivesse; o Todo-Poderoso está inoperante, como se nada pudesse; e o Verbo eterno escondeu-Se no silêncio.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Maria, Sua mãe, estava desposada com José.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja
Sermão 146, sobre Mt 1, 18; PL 52, 591 (a partir da trad. coll. Icthus, vol. 12, p. 295 rev.)
«Maria, Sua mãe, estava noiva.» Teria sido suficiente dizer: Maria estava noiva. Que significa uma mãe noiva? Se é mãe, não está noiva; se está noiva, ainda não foi mãe. «Maria, Sua mãe, estava noiva»: noiva pela virgindade, Mãe pela fecundidade. Era uma Mãe que não conhecera homem e que, no entanto, conheceu a maternidade. Como não seria mãe antes de ter concebido, Ela que, após o nascimento, é virgem e mãe? Quando é que não foi mãe aquela que gerou o fundador dos tempos, Aquele que deu um começo às coisas? [...]
Porque se destina o mistério da inocência celeste a uma noiva e não a uma virgem ainda livre? Porque tem o ciúme de um noivo de pôr a noiva em perigo? Porque será que tanta virtude parece pecado e a salvação eterna um risco? [...] Que mistério se encontra aqui, meus irmãos? Não há um traço, uma letra, uma sílaba, uma personagem do Evangelho que esteja vazio de sentido divino. É escolhida uma noiva para ser já designada a Igreja, noiva de Cristo, segundo as palavras do profeta Oseias: «Então te desposarei conforme a justiça e o direito, com misericórdia e amor. Desposar-te-ei com fidelidade» (2, 21-22). É por isso que João diz: «Aquele que tem a esposa é o Esposo» (Jo 3,29). E São Paulo: «Por vos ter desposado com um único esposo, como virgem pura oferecida a Cristo» (2Cor 11, 2). Oh verdadeira esposa, a Igreja, que pelo nascimento virginal [do batismo], gera uma nova infância de Cristo!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Missa de encerramento das atividade de 2010 - Comunidade Rainha do Carmelo

A Santa Missa aconteceu na Capela do Carmelo de Santa Teresinha às 19:00 do dia 16/12/10. A Rosângela conduziu a oração do Espírito Santo antes da entrada:
A Regina fez o comentário inicial:
A Missa foi presidida pelo Pe. Francisco Menezes:
A assembléia:
As Monjas do Carmelo de Santa Teresinha:
A 1ª leitura foi feita por Neila:
O Salmo foi feito pelo Raimundo:
As orações da comundidade, rezadas por, Eugênia:
Marília:
Natália:
Renato:

Fátima:
Momento da consagração:
Nossa presidente, Efigênia fez os agradecimentos, aos familiares, ao Pe. Francisco Menezes, às irmãs que sempre são solícitas e pressurosas em nos ajudar, a todos da Comunidade Rainha do Carmelo. Agradeceu por todo o ano de 2010, por todas as graças alcançadas.
Após a benção final, sorteamos a imagem de Nossa Senhora do Carmo, peregrina, e a felizarda foi a Neila:

Que Nosso Amado Jesus, com a intercesão de todos os Santos Carmelitas, conduza nossa Comunidade Rainha do Carmelo a sempre fazer a vontade de Nosso Pai do Céu, a sermos dóceis ao chamado do Espírito Santo!! Vivemos neste mundo, mas somos do Céu!!