D. Alonso Sánchez de Cepeda escreveu: "Aos vinte e oito dias do mês de março do ano de mil quinhentos e quinze, uma quarta-feira, nasceu Teresa, minha filha, às cinco horas da manhã, meia hora mais, meia hora menos, aos primeiros alvores do dia."
O Ângelus da aurora começou a soar na Igreja de São Domingos; depois, repicaram todos os sinos de Ávila: os de São João, São Pedro, Santo Isidoro e São Pelaio, São Gil, São Bartolomeu, São Vicente, Santa Cruz, São Cebrião, São Nicolau, São Tiago, São Romão, Mosén Rubi; os da Catedral e os dos conventos: dos Beneditinos aos Carmelitas, das Clarissas às Agostinianas de Nossa Senhora das Graças, das Franciscanas aos Dominicanos de São Tomás, Cistercienses e das Cistercienses de Santa Escolástica, São Milián e Santa Ana, às Dominicanas de Santa Catarina... Todas as vozes metálicas de todos os santos da cidade fizeram vibrar as velhas pedras, porque em Ávila não havia senão cantos e santos: "Em Ávila, santos e cantos".
A 4 de Abril, o padrinho e a madrinha da pequena Teresa pediam em seu nome, na Igreja paroquial de São João, "a fé e a vida eterna". Naquele mesmo dia, inaugurava-se o mosteiro da Encarnação, convento de carmelitas da Regra mitigada: Abriam-se já as portas da casa de Deus em que aquele que a batizava "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" a convidava a entrar.
A menina recebeu o nome de Teresa, em memória, sem dúvida, de duas das suas avós: a bisavó paterna, Teresa Sánchez, e avó materna, Teresa de las Cuevas.
(Marcelle Auclair)
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