quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro"

Comentário ao Evangelho do dia feito por : São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho, nº 38

Compreendestes quem é o Rei, Pai de um Filho que também é Rei? É Aquele acerca de Quem o salmista afirmava: «Ó Deus, dai o Vosso juízo ao rei e a Vossa justiça ao filho do rei» (71, 1). [...] Ele «preparou um banquete nupcial para o seu filho»; ou seja, o Pai celebra as núpcias do Rei Seu Filho, a união da Igreja com Ele, no mistério da encarnação. E o seio da Virgem Maria foi o quarto nupcial deste Esposo. Por isso, há outro salmo que diz: «Do sol fez a Sua tenda, Ele mesmo é como um esposo que sai do seu pavilhão de núpcias» (18, 5-6). [...]Ele mandou os servos convidar os amigos para esta boda. Enviou-os uma vez, e depois uma segunda vez, ou seja, primeiro os profetas, depois os apóstolos, a anunciar a encarnação do Senhor. [...] Pelos profetas, anunciou como futura a encarnação do Seu Filho único, pelos apóstolos pregou-a, depois de realizada.«Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio»; ir para o campo consiste em prestar atenção exclusivamente às tarefas deste mundo; ir para o negócio consiste em procurar avidamente o próprio lucro nos negócios deste mundo. Um e outro esquecem o mistério da encarnação, não conformando a sua vida com ele. [...] Mais grave ainda é o caso daqueles que, não se contentando em desprezar os favores Daquele que os chama, ainda O perseguem. [...] Mas o Senhor não ficará com lugares vazios no festim das núpcias do Rei Seu Filho. Manda procurar outros convivas, porque a Palavra de Deus, permanecendo embora ainda ignorada por muitos, encontrará um dia onde repousar. [...]Mas vós, irmãos, que pela graça de Deus já entrastes na sala do festim, isto é, na Santa Igreja, examinai-vos atentamente, não vá acontecer que, ao entrar, o Rei encontre algum reparo a fazer na veste da vossa alma.

16/08/10-ENCONTRO DOS DEVOTOS DO ESCAPULÁRIO

TEMA: "NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO"

O Encontro aconteceu na Ermida de São José do Carmelo de Santa Teresinha. A Ana Stela fez a oração, e o Raimundo a palestra. Esses momentos são deveras importantes para crescermos juntos na fé.

Histórico deste Título de Maria: A Santa Igreja Católica celebra todo ano, no dia 15 do mês de agosto, a Solenidade Litúrgica da Assunção da Virgem Maria ao Céu. A Assunção é um dogma da Fé católica, definido por Pio XII em 1º de Novembro de 1950, mediante a Constituição apostólica "Munificentissimus Deus": "A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos" (966).

Lembrando que o OBJETIVO do Encontro dos Devotos do Escapulário é "Tornar Jesus mais conhecido, amado e servido, através de sua Santa Mãe Maria" (São Luis Maria Gringnion de Montfort). No próximo dia 16 (quinta-feira, às 19 h) aprenderemos mais sobre "Nossa Senhora das Dores".


Abraços fraternos, Ceane Ribeiro (Mariana José de Jesus Mazurek, ocds)






quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O homem da última hora!

Comentário ao Evangelho do dia feito por : São Cirilo de Jerusalém (313-350), Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja. Catequese Baptismal, 13 (a partir da trad. Bouvet, Soleil Levant 1962, pp. 285ss. rev.)

Um dos ladrões que tinham sido crucificados com Jesus exclamou: «Senhor, lembra-Te de mim! Agora, é para Ti que me volto. [...] Não te declaro as minhas obras, porque me fazem tremer. Todos os homens têm boas disposições relativamente aos companheiros de jornada, e eis que eu sou Teu companheiro na jornada para a morte. Lembra-Te de mim, Teu companheiro de jornada, não agora, mas quando chegares ao Teu Reino (cf. Lc 23, 42).Que poder foi esse que te iluminou, bom ladrão? Quem te ensinou a adorar assim Aquele que fora desprezado e crucificado contigo? Ó luz eterna, que iluminas os que se encontram nas trevas (cf. Lc 1, 79)! «Tem coragem! Em verdade te digo, hoje mesmo estarás Comigo no Paraíso, porque hoje ouviste a Minha voz e não endureceste o coração» (cf. Sl 94, 8). Por ter desobedecido, Adão foi expulso do Paraíso. [...] Mas tu, que hoje obedeceste à fé, serás salvo. Para Adão, a árvore foi ocasião de queda; a ti, a árvore far-te-á entrar no Paraíso.Ó graça imensa e inexprimível! Abraão, o fiel por excelência, ainda não tinha entrado, e o ladrão entra. Maravilhado, Paulo observa: «Onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rom 5, 20). Aqueles que tinham trabalhado todo o dia ainda não tinham entrado no Reino, e este, o homem da última hora, entra sem tardar. Que ninguém murmure contra o senhor: «Em nada te prejudico, meu amigo. [...] Ou não me será permitido dispor dos meus bens como entender?» O ladrão quer ser justo [...], por mim, contento-me com a fé de que ele deu provas. [...] Eu, o pastor, encontrei a ovelha perdida e pu-la aos ombros (cf. Lc 15, 5), porque ela me disse: «Errei, mas lembra-te de mim, Senhor, quando chegares ao Teu Reino.»

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Seguir a Cristo!!


Comentário ao Evangelho do dia feito por : São Pedro Damião (1007-1072), eremita e depois bispo, Doutor da Igreja Sermão 9; PL 144, 549-553 (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 499)

Deixar tudo para seguir a Cristo. Na verdade, é uma grande coisa «deixar tudo», mas ainda é mais importante «seguir a Cristo» porque, como aprendemos através dos livros, muitos deixaram tudo mas não seguiram a Cristo. Seguir a Cristo é a nossa tarefa, o nosso trabalho, e nisso consiste o essencial da salvação do homem, mas não podemos seguir a Cristo se não abandonarmos tudo o que nos bloqueia. Porque «Ele sai, a percorrer alegremente o seu caminho, como um herói» [Sl 19 (18), 6] e ninguém pode segui-Lo carregado com um fardo. «Nós deixamos tudo e seguimos-Te», diz Pedro, não apenas os bens deste mundo mas também os desejos da nossa alma. Porque quem continua apegado, nem que seja a si mesmo, não abandonou tudo. Mais ainda, não serve de nada deixar tudo à exceção de si mesmo, porque não há para o homem fardo mais pesado que o seu eu. Que tirano será mais cruel, que senhor será mais impiedoso para o homem do que a sua própria vontade? [...] Por consequência, é necessário que deixemos os nossos bens e a nossa vontade própria se queremos seguir Aquele que não tinha sequer «onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58) e que veio «não para fazer a [Sua] vontade, mas a vontade d'Aquele que [O] enviou» (Jo 6, 38).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Vem e segue-Me!!!


Comentário ao Evangelho do dia feito por : São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja Conselhos e máximas, 169-175 (trad. OC, Cerf 1990, p. 288)


«Vem e segue-Me»Quanto mais te separares das coisas terrenas mais te aproximarás das coisas do céu e mais riquezas em Deus encontrarás.Aquele que souber morrer para tudo encontrará vida em tudo.Separa-te do mal, faz o bem, procura a paz (Sl 33, 15).Aquele que se queixa ou que murmura não é perfeito e nem sequer é bom cristão.Aquele que se esconde no seu próprio vazio e sabe abandonar-se a Deus é humilde.Aquele que sabe suportar o próximo e suportar-se a si mesmo é doce.Se queres ser perfeito, vende a tua vontade e dá-a aos pobres de espírito. Em seguida vira-te para Cristo para obteres d'Ele a doçura e a humildade e segue-O até ao calvário e ao sepulcro.

domingo, 15 de agosto de 2010

Assunção da Virgem Maria!!


Comentário ao Evangelho do dia feito por : São Bernardo (1091-1153), monge cistercense e Doutor da Igreja 1º Sermão para a Assunção (a partir da trad. Pain de Cîteaux 32, p. 63 rev.)
«Em Cristo, todos serão vivificados, cada qual na sua ordem» (1Cor 15, 22-23)Hoje a Virgem Maria sobe, gloriosa, ao céu. É o cúmulo de alegria dos anjos e dos santos. Com efeito, se uma simples palavra sua de saudação fez exultar o menino que ainda estava no seio materno (Lc 1, 44), qual não terá sido sido o regozijo dos anjos e dos santos, quando puderam ouvir a sua voz, ver o seu rosto, e gozar da sua presença abençoada! E para nós, irmãos bem-amados, que festa a da sua assunção gloriosa, que motivo de alegria e que fonte de júbilo temos hoje! A presença de Maria ilumina o mundo inteiro, a tal ponto resplandece o céu, irradiado pelo brilho desta Virgem plenamente santa. Por conseguinte, é justificadamente que ecoa nos céus a acção de graças e o louvor.Ora [...], na medida em que o céu exulta da presença de Maria, não seria razoável que o nosso mundo chorasse a sua ausência? Mas não, não nos lastimemos, porque não temos aqui cidade permanente (Heb 13, 14), antes procuramos aquela aonde a Virgem Maria chegou hoje. Se já estamos inscritos no número de habitantes dessa cidade, convém que hoje nos lembremos dela [...], compartilhemos a sua alegria, participemos nesta alegria que hoje deleita a cidade de Deus; uma alegria que depois se espalha como o orvalho sobre a nossa terra. Sim, Ela precedeu-nos, a nossa Rainha, precedeu-nos e foi recebida com tanta glória que nós, seus humildes servos, podemos seguir a nossa Rainha com toda confiança gritando [com a Esposa do Cântico dos Cânticos]:«Arrasta-me atrás de ti. Corramos ao odor dos teus perfumes!» (Ct 1, 3-4) Viajantes sobre a terra, enviamos à frente a nossa advogada [...], a Mãe de misericórdia, para defender eficazmente a nossa salvação.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Já não são dois, mas uma só carne!"


Comentário ao Evangelho do dia feito por : Missal Romano Ritual do Matrimónio

Pai Santo, Criador do universo,que formastes o homem e a mulher à Vossa imagem e quisestes abençoar a família por eles formada,humildemente Vos suplicamos por estes Vossos servos que hoje se unem pelo sacramento do matrimónio.Desça, Senhor, sobre esta esposa e o seu marido a abundância das Vossas bênçãos,e a virtude do Espírito Santo inflame os seus corações para que, no dom recíproco do seu amor, alegrem com os seus filhos a família e a Igreja.Eles Vos louvem, Senhor, na alegria,eles Vos procurem na tristeza, no trabalho sintam a Vossa ajuda e nas dificuldades a Vossa consolação;rezem na assembleia cristã e sejam Vossas testemunhas no mundo.E, depois de uma vida longa e feliz, alcancem, com todos estes seus amigos,a felicidade no Reino dos Céus.
Casais que buscam a santidade juntos geram filhos santos!!!!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Santa Madre Teresa de Jesus, rogai por nós!

Quando se tratava de uma nova fundação, Teresa de Jesus nunca levava consigo uma religiosa que se mostrasse contrariada com a idéia. E perguntou a Maria de São José, que acabara de ser destinada para priora de Caravaca:
- Renunciaríeis a Caravaca, onde estareis bem instalada e disporeis de boas rendas, para correr conosco os riscos da fundação de Sevilha?
Maria de São José quis saber se, em qualquer dos casos, teria de ser priora, porque, por ela, preferia não ser nada.
- Minha filha - replicou Teresa - , sereis priora porque, quando não se têm cães, se caça com gatos.
- Então escolho Sevilha.
A Madre ficou imensamente feliz e, rindo, disse-lhe:
- Já que o escolhestes, preparai-vos para o que vier.
Que Nossa Santa Madre Teresa de Jesus nos ajude nesse momento de eleição e que nos coloquemos a serviço para o que vier, com uma Madre como Santa Teresa de Jesus não há o que temer.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Onde eu estiver, aí estará também o Meu servo!!


Comentário ao Evangelho do dia feito por : Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja Sermão 305

«Onde Eu estiver, aí estará também o Meu servo»A vossa fé reconhece, meus irmãos, este grão lançado à terra, este grão que a morte multiplicou. A vossa fé reconhece-O porque Ele habita nos vossos corações. Nenhum cristão hesita em crer no que Cristo disse acerca de Si próprio. Mas, uma vez que este grão morreu e se multiplicou, muitos outros grãos foram lançados à terra. São Lourenço é um deles, e celebramos hoje o dia em que ele foi semeado. Vemos que colheita imensa despontou de todos estes grãos espalhados por toda a terra, e este espectáculo enche-nos de alegria, pelo menos a nós os que, pela graça de Deus, pertencemos ao seu celeiro.Porque nem toda a colheita entra no celeiro: a mesma chuva, útil e fértil, faz crescer o bom grão e a palha, mas não se armazenam os dois no celeiro. Para nós, agora é o tempo de escolher. [...] Portanto, ouvi, grãos consagrados, porque não duvido de que estejais aqui em grande número. [...] Ouvi-me, ou antes, ouvi em mim Aquele a Quem primeiro se chamou bom grão. Não ameis a vossa vida neste mundo. Se amais realmente a vossa vida, não ameis a vida deste mundo, e então salvareis a vossa vida [...] «O que ama a sua vida neste mundo perdê-la-á.» É o bom grão que o diz, o grão que foi lançado à terra e que morreu para dar muito fruto. Ouvi-O, porque Ele faz o que diz. Ele instrui-nos e mostra-nos o caminho através do Seu exemplo. Cristo não Se prendeu à vida deste mundo; Ele veio ao mundo para Se despojar de Si próprio, para dar a Sua vida e a retomar quando quisesse. [...] Ele é o verdadeiro Deus, este homem verdadeiro, homem sem pecado que veio tirar o pecado do mundo, revestido de um poder tão grande, que pôde dizer verdadeiramente sobre a Sua vida: «Ninguém Ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de Meu Pai» (Jo 10, 18).
São Lourenço, rogai por nós!!
São Lourenço sofreu o martírio durante a perseguição de Valeriano, em 258. Era o primeiro dos sete diáconos da Igreja romana. A sua função era muito importante o que fazia com que, depois do papa, fosse o primeiro responsável pelas coisas da Igreja. Como diácono, São Lourenço tinha o encargo de assistir o papa nas celebrações; administrava os bens da Igreja, dirigia a construção dos cemitérios, olhava pelos necessitados, pelos órfãos e viúvas. Foi executado quatro dias depois da morte de Sisto II e de seus companheiros. O seu culto remonta ao século IV. Preso, foi intimado a comparecer diante do prefeito de Cornelius Saecularis, a fim de prestar contas dos bens e das riquezas que a Igreja possuía.Pediu, então, um prazo para fazê-lo, dizendo que tudo entregaria. Confessou que a Igreja era muito rica e que a sua riqueza ultrapassava a do imperador. Foram-lhe concedidos três dias. São Lourenço reuniu os cegos, os coxos, os aleijados, toda sorte de enfermos, crianças e velhos. Anotou-lhes os nomes ... Indignado, o governador concedeu-o a um suplício especialmente cruel: Amarrado sobre uma grelha, foi assado vivo e lentamente. Em meio dos tormentos mais atrozes, ele conservou o seu "bom humor cristão". Dizia ao carrasco: Vira-me, que deste lado já está bem assado ... Agora está bom, está bem assado. Podes comer!...Roma cristã venera o hispano Lourenço com a mesmo veneração e respeito com que honra os primeiros apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estêvão em Jerusalém, isso mesmo foi São Lourenço em Roma.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SANTOS E BEATOS CARMELITAS



AGOSTO:
07 - Santo Alberto da Silícia
09 - Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)
12 - Beato Isidoro Bakanja
16 - Beata Maria do Sacrário
17 - Beato Ângelo Agostinho Mazzinghi
18 - Beatos João Batista Duvernail, Miguel Luis Brulard e Tiago Gagnoy
25 - Beata Maria de Jesus Crucificado
26 - Beato Jacques Retouret


09 DE AGOSTO:
SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ


Uma Família Judia e Alemã
Edith Stein nasceu na cidade de Breslau - Alemanha (hoje Wrocslau -Polônia), no dia 12 de outubro de 1891 em uma família judia. Ela era a caçula entre onze filhos, quatro dos quais faleceriam prcocemente, ainda na primeira infância e seu pai, um comerciante de madeira, faleceria quando Edith tinha dois anos de idade, vítima de insolação em uma viagem de negócios pelo interior da Alemanha.
Restou à sua mãe e aos irmãos mais velhos tocar os negócios da família, no que obtiveram sempre bastante sucesso. A mãe, Auguste Stein, era uma mulher prática e bem sucedida em seus negócios, sendo ainda dona-de-casa. Sempre ensinou aos filhos a arte de uma vida confortável, sem sobressaltos materiais.
O Despertar Acadêmico
Desde cedo, Edith demonstrou ter forte determinação e caráter inabalável, nunca desistindo de algo que desejava senão quando o obtinha. Em sua vida escolar Edith desde o início sempre se mostrou brilhante e destacada. Entretanto, por volta dos catorze anos ela começou a atravessar uma crise adolescente, que duraria ainda uns dois anos pelos menos. Edith se recusou a continuar os estudos e a Sra. Auguste, prudente em não contrariá-la, ao mesmo tempo compreensiva com as dificuldades interiores da filha, a enviou para a cidade de Hamburgo, para morar com sua Irmã mais velha e casada Else, a fim de ajudá-la nas tarefas domésticas.
A mãe de Edith tinha esperança que desta maneira a filha estaria se preparando melhor para sua futura vida de esposa e mãe de família. A menina porém revelou-se bastante inepta para o serviço da casa, e além disso sua irmã vivia uma crise conjugal aguda, e sendo a cidade de Hamburgo muito grande e fria, a estadia de pouco mais de um ano tornou-se um fardo para Edith, aprofundando mais ainda a crise pela qual passava, que a levou na época ao abandono total das práticas religiosas e à descrença consciente em Deus.
Edith retornou então ao lar e manifestou à sua mãe o desejo de retornar aos estudos. A sra.Stein, proporcionou à filha aulas particulares para que, após os exames, Edith pudesse entrar diretamente no Ensino Médio, o que ocorreu no ano de 1908 no Liceu Vitória. Após três brilhantes anos de estudo, Edith diplomou-se entre os primeiros lugares e em 1911 foi admitida ao bacharelado, de acordo com a legislação educacional da época.
Na Universidade de Breslau, ela cursou psicologia em seu curso principal e paralelamente letras e história, na busca da verdade última das coisas e cedo se decepcionaria com os estreitos horizontes oferecidos por aqueles cursos. Através de alguns colegas, Edith ouvira falar da fenomenologia, que era ensinada pelo professor Edmund Husserl na Universidade de Göttingen, para onde ela se dirige em 1913.
A Conversão
No verão de 1921, Edith passava férias na casa de campo do casal Conrad-Martius, em Bergzabern - uma bela região do interior da Alemanha. Estando uma tarde sozinha, pegou ao acaso um volume da biblioteca da casa - a autobiografia de Santa Teresa De Ávila. Edith ficou tão fascinada e entretida com o que lia, que entre o fim de tarde e o raiar do dia seguinte, leu inteiramente o volumoso texto, e quando o terminou teria exclamado para si mesma: "- Eis a Verdade !".
No dia seguinte bem cedo, Edith se dirigiu à cidade para comprar um missal e um catecismo para mergulhar com profundidade na doutrina católica e já no domingo seguinte foi a uma igreja assistir uma missa, após a qual se dirigiu à sacristia, seguindo o idoso sacerdote que havia acabado de celebrar e dizendo-lhe sem delongas que desejava receber o batismo.
Após algumas conversas examinatórias, Edith Stein seria batizada a 1° de janeiro de 1922, tendo por madrinha sua querida amiga Hedwig Conrad-Martius. Edith acrescentaria então ao seu nome cristão - "Teresa" e "Hedwig" - em homenagem à Santa Teresa de Ávila, cuja leitura de sua autobiografia havia deflagrado sua conversão e em homenagem à sua amiga e agora madrinha Hedwig Conrad-Martius.
No Carmelo de Colônia
Após uma carta de recomendação do Padre Abade Walzer aos superiores da Ordem do Carmelo, Edith seria aceita sem restrições ao noviciado no Carmelo de Colônia-Lindenthal e tomaria o hábito das Carmelitas a 15 de abril de 1934, com o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz - Teresa Abençoada pela Cruz.
Entretanto, nenhum membro de sua família compareceu, e quando Edith em uma última visita a mãe e ao lar em Breslau, antes da tomada de hábito, comunicou-lhe a decisão, a cruz pesou um pouco mais nos ombros de Edith, com o desaprovamento de sua querida mãe e do definitivo distanciamento entre elas, até o falecimento da Sra. Auguste, no ano de 1936, que nunca respondeu nenhuma das cartas que a filha semanalmente lhe enviaria do Carmelo.
Dois anos depois a 21 de abril de 1938, Edith realiza sua Profissão Solene e Perpétua, nos tradicionais votos religiosos de Castidade, Pobreza e Obediência, tomando então o hábito marrom definitivo das carmelitas. Quando Edith escolheu a vida religiosa do Carmelo, já estava interiormente preparada para renunciar integralmente à sua vida intelectual, proibindo expressamente seus amigos de realizarem quaisquer instâncias junto aos Superiores no sentido deles abrirem-lhe uma exceção quanto a esse trabalho.
Do silêncio e da clausura, Edith acompanhava inquieta e preocupada as notícias - cada vez mais alarmantes - da perseguição nazista aos judeus. As medidas legais de restrição, exclusão e expulsão dos judeus da sociedade alemã, eram paulatinamente tomadas com ousadia, prepotência e crueldade, por parte dos representantes do Reich. Mas foi após a chamada "Noite dos Cristais", que Edith e seus superiores, tomaram plena consciência dos perigos reais que ela corria na Alemanha. Por este motivo, foi obtida para Edith uma transferência para o Carmelo de Echt, na Holanda.
No Carmelo De Echt
Edith sentiu profundo pesar e tristeza, em ter que abandonar suas irmãs de hábito do Carmelo de Colônia, onde havia tido uma adaptação e convívio excelentes. Mas sua acolhida no Carmelo de Echt foi bastante calorosa e amiga.
Ainda em 1939, a irmã de Edith - Rosa , viria a seu encontro no Carmelo, juntando-se a ela em sua vida religiosa. Rosa fora o único membro da família Stein, a não esfriar seu relacionamento com Edith em função de sua conversão e entrada na vida religiosa católica. Assim sendo, Rosa assumiu os serviços de portaria no Carmelo de Echt, permanecendo como irmã leiga carmelita, não chegando a se tornar noviça nem a professar os votos religiosos, porque os superiores do Carmelo acharam uma temeridade, diante da situação política instável e francamente desfavorável aos judeus, admitirem quase de uma só vez duas judias e irmãs de sangue à vida religiosa.
A Segunda Guerra Mundial se iniciara. A Holanda foi invadida e anexada ao Reich Alemão em 1941. No Carmelo de Echt, começaram a ser multiplicadas as instâncias para a transferência de Edith e de sua irmã Rosa para um Carmelo suíço, onde elas estariam realmente a salvo. Por parte das autoridades religiosas locais, as coisas correram muito bem e as duas já estavam aceitas, mas com as autoridades civis suíças, os procedimentos burocráticos se arrastavam indefinidamente.
O Comissário Schmidt do governo holandês e representante do poder nazista alemão naquele país, havia garantido que os judeus convertidos ao cristianismo - protestante ou católico -, não seriam importunados e seriam tratados como cidadãos comuns. Isso deixou a comunidade do Carmelo de Echt provisoriamente mais tranqüila e sem tanta pressa de transferir Edith e Rosa, mas como muitas outras afirmações e promessas feitas pelos nazistas em diversas ocasiões, esta se revelaria em breve mais uma mentira de ocasião.
A 26 de julho de 1942, os bispos holandeses tomaram uma posição formal contra as crueldades e barbáries praticadas pelos nazistas em seu país e na Europa em geral - redigido e fazendo ler em todas as paróquias da Holanda, uma Carta Pastoral de condenação expressa do Regime e em particular das deportações em massa perpetradas contra os judeus. Para Hitler e seus sequazes, isso seria encarado como uma verdadeira declaração de guerra da Igreja Católica local contra eles e que por sua vez, dariam um tipo de resposta à qual já estavam bastante habituados.
Em 2 de agosto de 1942, dois oficiais alemães se apresentaram ao Carmelo de Echt com ordens de levar Edith e Rosa, que saíram de lá meia hora depois. As duas irmãs foram levadas em um comboio de carga, junto com outras centenas de judeus e dezenas de convertidos, ao norte da Holanda no campo de Westerbork.
No dia 7 de agosto de 1942, Edith, Rosa, e centenas de homens, mulheres e crianças, subiram a bordo do trem que os levaria ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, ao qual chegariam dois dias depois. Apesar de muitas incertezas a respeito, com a avaliação de depoimentos e narrações posteriores ao final da Guerra, com grande probabilidade - Edith e Rosa foram mortas na câmara de gás, poucas horas depois de chegarem. Seus corpos, como os de milhões de outras pessoas, após o macabro "banho de gás" ao qual eram submetidos, foram queimados.
Uma Santa de Nosso Tempo
A 4 de janeiro de 1962 na cidade de Colônia, seria iniciado o Processo de Beatificação da Irmã Carmelita Teresa Benedita da Cruz, que chegaria a seu termo a 1° de maio de 1987, quando o Papa João Paulo II celebraria a cerimônia de beatificação de Edith Stein na mesma cidade de Colônia.
No dia 11 de outubro de 1998, o Sumo Pontíficie coroou a vida de Teresa Benedita da Cruz com sua canonização em Roma, instituindo oficialmente no Calendário Litúrgico, a data de 9 de agosto como o Dia especialmente dedicado ao culto desta Santa.

25 DE AGOSTO:
BEATA MARIA DE JESUS CRUCIFICADO

Também conhecida como Maria de Belém.
Nasceu em 5 de Janeiro de 1846 em Abellin, Galileia, Palestine como Maria Baouardy. Filha de Giries Baouardy e Mariam Shahine, uma família católica grega pobre. Doze dos seus treze irmãos morreram na infância e o nascimento de Maria teria sido uma graças às preces a Nossa Senhora. Seus pais morreram quando Maria tinha dois anos e ela foi criada por um tio paterno que mudou para Alexandria, Egito, quando ela tinha oito anos.
Muito comum na época, ela foi prometida em casamento com 13 anos, mas ela recusou e manifestou desejo de seguir a vida religiosa. Como punição pela sua desobediência seu tio passou a tratá-la como servente doméstica, fazendo o possível para mostrar que ela teria o pior e menor trabalho. Um servente muçulmano que trabalhava com ela começou a considerá-la como amiga, mas tentando convencê-la a deixar o cristianismo. No dia 8 de setembro de 1858, certo que ela não abandonaria a sua fé, ele cortou a sua garganta e jogou o corpo em um beco.
Milagrosamente Maria não morreu e uma aparição da Virgem Maria tratou de seus ferimentos e ela deixou a casa de seu tio para sempre. Ela viveu como doméstica trabalhando para uma família cristã.
Em 1860 ela entrou para o Convento das Irmãs de São José. Vários eventos supranaturais ocorreram com ela, e por isso uma irmã, em 1867, a levou para o Convento Carmelita de Paul. Mais tarde ela entrou para a irmandade tomando o nome de Maria de Jesus Crucificado, e recebeu seu voto final em 21 de novembro de 1871.
Ela continuou a experimentar eventos supranaturais: lutou durante 40 dias contra a possessão do demônio, recebeu os estigmas de Cristo (stigmata), foi vista várias vezes levitando, e tinha ainda o dom da profecia e conhecimento das consciências (o que permitia a ela dar o exato Conselho Espiritual à aqueles que a consultavam).
Ajudou a fundar o Mosteiro carmelita em Mangalore, Índia. Retornou a França em 1872 e construiu um Mosteiro Carmelita em Belém em 1875. Deixando de lado os dons supranaturais, ela era conhecida pela sua notável devoção ao Espírito Santo e certa vez enviou algumas palavras ao Papa Pio IX na quais diz que o Espírito Santo não estava sendo devidamente enfatizado nos Seminários.
Faleceu em 26 de agosto de 1878 em Belém, de gangrena, provocada por um ferimento ao ajudar na construção do monastério. Foi beatificada em 13 de novembro de 1983 pelo Papa João Paulo II.
Nosso martírio diário é sofrer com paciência a cruz que sabemos ser nossa; e a ‘coragem’ que devemos ter continuamente, é a de lutar contra as diversas investidas do mundo que minam os valores evangélicos.
Que no dia-a-dia saibamos servir a Deus na simplicidade, fazendo o que Ele nos pede!




Abraços fraternos,
Ceane Ribeiro (Mariana José de Jesus Mazurek, ocds)

Eis o Esposo! Ide ao Seu encontro


Comentário ao Evangelho do dia feito por : Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir co-padroeira da Europa A mulher e o seu destino (a partir da trad. Amiot-Dumont 1956, p. 124)

«Eis o Esposo! Ide ao Seu encontro»A união da alma com Cristo não é o mesmo que a comunhão entre duas pessoas humanas: começa com o baptismo e é constantemente reforçada com os outros sacramentos, é uma integração e um impulso de seiva – como nos diz o símbolo da videira e dos ramos (Jo 15). Este acto de união com Cristo provoca uma aproximação membro a membro entre todos os cristãos. Assim, a Igreja toma a figura do Corpo Místico de Cristo. Este corpo é um corpo vivo e o espírito que o anima é o Espírito de Cristo que, partindo da cabeça, se comunica a todos os membros; o espírito que emana de Cristo é o Espírito Santo, e por conseguinte a Igreja é o templo do Espírito Santo (cf 1Co 6, 19).Mas, apesar da real unidade orgânica da cabeça e do corpo, a Igreja encontra-se ao lado de Cristo como uma pessoa independente. Enquanto Filho do Pai Eterno, Cristo vivia antes do início dos tempos e antes de qualquer existência humana. Pelo acto da criação, a humanidade vivia antes de Cristo tomar a natureza humana e ser integrado nela. Pela Sua incarnação, Ele trouxe à humanidade a Sua vida divina. Pela Sua obra de redenção, tornou a humanidade capaz de receber a graça. [...] A célula primitiva desta humanidade resgatada é Maria: é nela que se realiza pela primeira vez a purificação e a santificação operadas por Cristo, é Ela a primeira a ser cheia do Espírito Santo. Antes de nascer da Santíssima Virgem, o Filho de Deus criou esta Virgem cheia de graça e, nela e com ela, a Igreja. É por isso que, sendo uma criatura distinta d'Ele, a Igreja se encontra a Seu lado, embora indissoluvelmente ligada a Ele.Qualquer alma purificada pelo baptismo e elevada ao estado de graça é, por essa mesma razão, criada por Cristo e nascida para Cristo. Mas é criada na Igreja e nasce pela Igreja. [...] Assim, a Igreja é a mãe de todos aqueles a quem se destina a redenção É-o pela sua união íntima com Cristo, e porque se realiza a Seu lado na qualidade de Esposa de Cristo, para colaborar na Sua obra de redenção.

domingo, 8 de agosto de 2010

REUNIÃO DA COMUNIDADE RAINHA DO CARMELO - 07/08/10

A TODOS OS PAIS, VIVOS E FALECIDOS,
NOSSOS SINCEROS AGRADECIMENTOS E ETERNO AMOR!!!
Fizemos uma oração inicial, e em seguida a Efigênia tratou da importância da liturgia das horas: considerou que esta é uma oração eclesial de valor imensurável. Disse também que o ESSENCIAL durante um momento de oração é a UNIDADE, o SECUNDÁRIO é a LIBERDADE, e que em ambos deve existir a CARIDADE, estando o ZELO abaixo da CARIDADE.

Após, a Natália falou do 3º elemento (abaixo sublinhado e em negrito) do documento Elementos para o discernimento da vocação à ordem secular dos carmelitas descalços: UM MEMBRO PRATICANTE DA IGREJA CATÓLICA, QUE DEBAIXO DA PROTEÇÃO DE NOSSA SENHORA DO MONTE CARMELO E INSPIRADO POR SANTA TERESA DE JESUS E POR SÃO JOÃO DA CRUZ...
Nossa irmã enfatizou que buscar o rosto de Deus com Teresa D’Ávila e São João da Cruz é mais fácil, pois seus exemplos de santidade nos auxiliam na correspondência ao chamado de amor que recebemos para servimos o mundo pela via teresiana.

Logo depois a Efigênia deu alguns avisos:
- A limpeza da Ermida de São José na próxima reunião da Comunidade (21/08) está sob a responsabilidade de Ana Stela, Artur e Ceane.
- No próximo Encontro dos devotos do Escapulário, 16 deste mês, a Juliana fará a oração e o Raimundo a palestra. Tema: “NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO”.
- Agradecimentos pela generosidade de todos que colaboraram com o Encontro de Jovens que ocorreu em julho (QUEREMOS MAIS!).
- A Efigênia está com uma rifa que a arrecadação será direcionada ao próximo Congresso Norte/Nordeste. Valor: R$ 5,00. A prestação de contas deverá ser feita até o final de agosto, por isso, no próximo dia 16 ou na reunião de 21/08, na medida do possível não esqueçamos de colaborar!!!
- O livro A mística do coração - A senda cordial de Ibn'Arabí e João da Cruz, de Carlos Frederico Barboza de Souza, lançado pela Paulinas, é indicado como leitura. Segue a sinopse: Esta obra nos apresenta a relação entre a mística sufi e a joãocruciana na perspectiva do diálogo inter-religioso, e inaugura a coleção Interfaces da Paulinas, que publicará anualmente os trabalhos vencedores do Prêmio Soter-Paulinas de Teses. *Livro vencedor do prêmio Soter-Paulinas 2009.
- Recebemos o Comunicado da Comunidade de Franca que o membro Daniel de São José fez suas primeiras promessas na data de 07/08. Nossos votos de que o Espírito Santo de Deus o ilumine e santifique. Parabéns Daniel!!!
- A Kariane, membro desta Comunidade, pediu desligamento porque não está conseguindo conciliar suas atividades com os Encontros da Comunidade Rainha do Carmelo. O pedido será apreciado pelo Conselho. Desejamos Kariane, que Cristo continue hoje e sempre sendo seu guia.
- Lembrete para continuarmos rezando a oração indicada pela Província de São José para a Eleição Provincial que acontecerá em outubro deste ano. Bem como intercedermos pela saúde de todos da ocd e ocds: pela saúde física e espiritual de Frei Gumercindo, da filha da Neila, pela família da Natália.

Foi cantado parabéns aos homens da Comunidade, pois todos carregam em si a semente da paternidade, e também entregue a eles medalhas de Nossa Senhora e Santa Teresinha como lembrança por este dia tão especial. Da mesma forma fui parabenizada por meu aniversário: agradeço a Deus Pai por tudo o que sou e tenho, por nos enviar seu Filho Jesus, por meu pai Célio que muito amo.
No intervalo aproveitamos para comprar os pães feitos pelas irmãs do Carmelo de Santa Teresinha (muito gostoso, e o de queijo então, huuuummmm!!!!).

Depois foram estudados coletivamente os capítulos 28 ao 31 do Livro da Vida de Santa Teresa de Jesus. A leitura desta obra muito incendeia nosso ser do fogo divino: “Cresceu em minha alma tão grande amor a Deus, que eu não sabia de onde vinha. Era muito sobrenatural e não procurado por mim... Nesses ímpetos de amor parece que subitamente acende-se o fogo e somos lançados nele para que nos queimemos... É uma seta com a qual de quando em quando atravessa o mais profundo das entranhas e do coração... Não se pode encarecer nem exprimir o modo com que Deus fere a alma... Esta vê claramente que nada fez para merecer tal abrasamento. Aquela centelha que a abrasa parece que saltou do imenso amor que o Senhor lhe tem” (cap. 29, adaptação dos pontos 8, 10 e 11).

Seguidamente às vésperas, nos despedimos.



Abraços fraternais,
Ceane Ribeiro Pessoa (Mariana José de Jesus Mazurek, ocds)


Nada te pertube, nada te espante...


A Inquisição procurava em Ávila não só a sua autobiografia, mas todos os seus outros escritos. O pe. Domingos Báñez, resolvido a defender a Madre com a sua grande autoridade, levou pessoalmente aos inquisidores a obra denunciada, depois de introduzir nela ligeiros retoques e acrescentar algumas páginas de aprovação.

Quando Teresa teve conhecimento do perigo que corria, não se pertubou:

- Deus sabe com quanta sinceridade escrevi o que é verdade.

Por acaso não proclamava em todos os seus livros, grandes e pequenos, regularmente e em todos o tons, a sua fidelidade à Igreja?No livro da Vida dizia: "...esmigalharia os demônios em defesa da menor das verdades da Igreja". Nas Moradas:"se disser alguma coisa que não esteja de acordo com o que diz a Santa Igreja Católica Romana, será por ignorância e não por malícia". No Caminho de perfeição: "em tudo o que disser neste livro, submeto-me ao que manda a Santa Madre, a Igreja Romana". E nas Relações Espirituais: "Submeto-me em tudo à correção da Igreja".

Para ela, submeter-se era amar. Mas não queria que as suas filhas se inquietassem, e procurava tranquilizá-las recordando-lhes:

Nada te pertube, nada te espante...

Outras vezes, encolhia docemente os ombros e dizia:"Que más da?, E daí?"

Quando deixou Segóvia para regressar a Àvila, deteve-se na gruta onde tinha vivido São Domingos, e ali permaneceu prostrada tanto tempo que os seus acompanhantes começaram a impacientar-se. Desculpou-se com muita graça: tinha sido retida pela santo fundador da Ordem dos Pregadores, que lhe aparecera e lhe promotera ajudá-la em tudo e particularmente nas suas fundações.

Que tinha ela a temer de quem quer que fosse, mesmo que se tratasse de inquisidores?

Marcelle Auclair

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

São João Maria Vianney, patrono dos sarcedotes!

“Não é o pecador que vem a Deus para lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e que o faz retornar.”

Dele disse João XXIII: “Por último, resta-nos evocar na vida de s. João Maria Vianney este aspecto do ministério pastoral, que para ele, durante muitos anos de sua vida, foi como um longo martírio e fica para sempre ligado à sua memória: a administração do sacramento da penitência, que dele recebeu singular brilho e produziu os mais abundantes e salutares frutos. “Em média, cada dia, passava quinze horas no confessionário. Este labor cotidiano começava de madrugada e só acabava à noite”. E quando caiu esgotado, cinco dias antes de morrer, os últimos penitentes aglomeravam-se à cabeceira do moribundo. Calculou-se que no final da vida, o número anual dos peregrinos atingisse oitenta mil.” (op. cit.)
“Dificilmente se podem imaginar as contrariedades e os sofrimentos físicos destas intermináveis horas no confessionário, para um homem já esgotado pelos jejuns, macerações, enfermidades, e falta de sono… Mas, acima de tudo, ele sentia-se como moralmente esmagado pela dor. Escutai a sua lamentação: “Ofende-se tanto a Deus, que quase nos sentimos tentados a pedir o fim do mundo!..É preciso vir a Ars para se saber o que é o pecado e a sua multidão quase infinita… Não se sabe o que se deve fazer: só se pode chorar e rezar”. O santo esquecia-se de acrescentar que tomava também sobre si uma parte da expiação: “Pela minha parte – contava ele a quem lhe pedia conselho – dou-lhes uma penitência pequena e o resto faço-a eu por eles“.” (op. cit.)
O diabo declarou que se houvessem dois padres como São João Maria Vianney, no século XIX, o reino dele estaria perdido.
Por isso, São João Maria Vianney foi posto, pela Igreja, como modelo dos sacerdotes.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

"Manda-me ir ter conTigo sobre as águas"



Comentário ao Evangelho do dia feito por : Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja Sermão atribuído, Apêndice nº 192; PL 39, 2100

«Manda-me ir ter conTigo sobre as águas»Quando Pedro, cheio de audácia, avança sobre o mar, os seus passos vacilam, mas o seu amor reforça-se [...]; afundam-se-lhe os pés, mas ele agarra-se à mão de Cristo. A fé apoia-o quando sente as ondas abrirem-se; perturbado pela tempestade, tranquiliza-se no seu amor pelo Salvador. Pedro anda sobre o mar levado mais pelo amor que pelos pés. [...]Não olha para onde põe os pés; vê apenas o vestígio dos passos d'Aquele que ama. Do barco, onde estava seguro, viu o Mestre e, guiado pelo amor que Lhe tem, entra no mar. Já não vê o mar, mas apenas Jesus.Mas, logo que é perturbado pela força do vento, aturdido pela tempestade, o temor começa a encobrir-lhe a fé [...], a água abre-se-lhe sob os passos. A fé enfraquece, e a água enfraquece como ela. Grita então: «Salva-me Senhor!» Imediatamente, Jesus estende a mão e, segurando-o, diz-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste? Tens assim tão pouca fé, que não pudeste continuar e chegar até a mim? Porque não tiveste a fé necessária para chegar ao objectivo apoiando-te nela? Fica doravante a saber que somente esta fé te pode sustentar sobre as ondas.» Assim, meus irmãos, Pedro duvida um momento, está prestes a perecer, mas salva-se invocando o Senhor. [...] Ora, este mundo é um mar onde o demónio levanta as vagas e onde as tentações multiplicam os naufrágios; só nos podemos salvar gritando pelo Salvador, que estenderá a mão para nos agarrar. Por conseguinte, invoquemo-lO incessantemente.
Reflexão:
Nós podemos nos encontrar com Jesus nas situações e nos momentos em que menos esperamos que isso possa acontecer e, quando isso acontece, podemos nos assustar e até mesmo nos sentir assombrados, com muito medo. Mas a nossa postura deve ser justamente o contrário disso tudo. Quando encontramos Jesus, ele sempre nos mostra algo de concreto para as nossas vidas e para onde devemos chegar, nos revela alguma coisa que nos ajuda na superação das dificuldades que encontramos, ele nos mostra que o seu amor e a sua presença não são algo abstrato nas nossas vidas, mas que a sua presença é sempre amor concreto de Deus, força de superação e conquista do novo que nos revela o Reino definitivo.