Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Comentário ao Diatessaron, 20, 2-7 (a partir da trad. SC 121, pp. 344 ss.)
«Se for possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26, 39). Porque dizes como Simão Pedro: «Deus Te livre de tal, Senhor!» (Mt 16,22), Tu que agora dizes: «Se for possível, afasta de Mim este cálice»? Ele sabia bem aquilo que dizia ao Pai, que era possível o Pai afastar o cálice, mas viera bebê-lo por todos, a fim de pagar com esse cálice a dívida que a morte dos profetas e dos mártires não pudera pagar. [...] Aquele que havia descrito a Sua condenação à morte nos profetas e que havia prefigurado o mistério da Sua morte pelos justos, quando chegou a altura de consumar essa morte, não Se recusou a bebê-lo. Se não tivesse querido bebê-lo, mas antes afastá-lo, não teria comparado o Seu corpo com o Templo nesta frase: «Destruí este Templo e em três dias Eu o reconstruirei» (Jo 2, 19); não teria dito aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu bebo?» e ainda: «Tenho de receber um batismo» (Lc 12, 50). [...]
«Se for possível, afasta de Mim este cálice». Ele diz isto por causa da fraqueza que adotara, não fingida mas real. Uma vez que Se fizera pequeno e tinha de fato adotado a nossa fraqueza, temia e sentia-Se abalado na Sua fraqueza. Tendo revestido a forma humana, tendo adotado a fraqueza, comendo quanto tinha fome, cansando-Se com o trabalho, deixando-Se vencer pelo sono, tudo o que estava relacionado com a carne tinha de ser cumprido quando chegou a altura da Sua morte. [...]
Para trazer, pela Sua paixão, conforto aos seus discípulos, Jesus sente o que eles sentem. Ele tomou sobre Si o medo deles, para lhes mostrar, pela semelhança da Sua alma, que não devem vangloriar-se a propósito da morte antes de terem passado por ela. Se, com efeito, Aquele que nada teme sentiu medo e pediu para ser salvo quando sabia que era impossível, quanto mais devem os outros perseverar na oração perante a tentação de dela serem libertados quando ela se apresentar. [...] Para dar coragem aos que temem a morte, Ele não escondeu o Seu próprio receio, para que eles saibam que este medo não os leva ao pecado desde que não permaneçam nele. «Não, Pai, diz Jesus, mas que seja feita a Tua vontade»: que Eu morra para dar a vida à multidão.
Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Comentário ao Diatessaron, 20, 2-7 (a partir da trad. SC 121, pp. 344 ss.)
«Se for possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26, 39). Porque dizes como Simão Pedro: «Deus Te livre de tal, Senhor!» (Mt 16,22), Tu que agora dizes: «Se for possível, afasta de Mim este cálice»? Ele sabia bem aquilo que dizia ao Pai, que era possível o Pai afastar o cálice, mas viera bebê-lo por todos, a fim de pagar com esse cálice a dívida que a morte dos profetas e dos mártires não pudera pagar. [...] Aquele que havia descrito a Sua condenação à morte nos profetas e que havia prefigurado o mistério da Sua morte pelos justos, quando chegou a altura de consumar essa morte, não Se recusou a bebê-lo. Se não tivesse querido bebê-lo, mas antes afastá-lo, não teria comparado o Seu corpo com o Templo nesta frase: «Destruí este Templo e em três dias Eu o reconstruirei» (Jo 2, 19); não teria dito aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu bebo?» e ainda: «Tenho de receber um batismo» (Lc 12, 50). [...]
«Se for possível, afasta de Mim este cálice». Ele diz isto por causa da fraqueza que adotara, não fingida mas real. Uma vez que Se fizera pequeno e tinha de fato adotado a nossa fraqueza, temia e sentia-Se abalado na Sua fraqueza. Tendo revestido a forma humana, tendo adotado a fraqueza, comendo quanto tinha fome, cansando-Se com o trabalho, deixando-Se vencer pelo sono, tudo o que estava relacionado com a carne tinha de ser cumprido quando chegou a altura da Sua morte. [...]
Para trazer, pela Sua paixão, conforto aos seus discípulos, Jesus sente o que eles sentem. Ele tomou sobre Si o medo deles, para lhes mostrar, pela semelhança da Sua alma, que não devem vangloriar-se a propósito da morte antes de terem passado por ela. Se, com efeito, Aquele que nada teme sentiu medo e pediu para ser salvo quando sabia que era impossível, quanto mais devem os outros perseverar na oração perante a tentação de dela serem libertados quando ela se apresentar. [...] Para dar coragem aos que temem a morte, Ele não escondeu o Seu próprio receio, para que eles saibam que este medo não os leva ao pecado desde que não permaneçam nele. «Não, Pai, diz Jesus, mas que seja feita a Tua vontade»: que Eu morra para dar a vida à multidão.
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