Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Gregório Magno (c. 540-604), Papa e Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho n°2; PL 76, 1081 (a partir da trad. Luc commenté, DDB 1987, p.141 rev.)
Que todo o homem que conhece as trevas que fazem dele um cego [...] grite a plenos pulmões: «Jesus filho de Davi, tem misericórdia de mim!». Mas ouçamos também o que se segue aos gritos do cego: «Aqueles que caminhavam à frente repreendiam-no para o fazer calar» (Lc 18, 39). Quem são eles? Eles estão ali para representar os desejos da nossa condição neste mundo, promotores de confusão, os vícios do homem e o seu tumulto, que, querendo impedir a vinda de Jesus a nós, perturbam o nosso pensamento semeando nele a tentação, e querem abafar a voz do nosso coração que ora. Com efeito, acontece frequentemente que a nossa vontade de nos virarmos de novo para Deus [...], o nosso esforço para afastar os nossos pecados através da oração, é contrariado pela sua imagem; a vigilância do nosso espírito afrouxa ao seu contato, eles semeiam a confusão no nosso coração, sufocam o grito das nossas preces. [...]
Que fez então este cego para receber a luz maugrado estes obstáculos? «Ele gritava cada vez mais: 'Filho de Davi, tem misericórdia de mim!'». [...] Sim, quanto mais o tumulto dos nossos desejos nos acabrunhar, mais insistente deve ser a nossa prece. [...] Quanto mais abafada for a voz do nosso coração, mais vigorosamente ela deve insistir até se sobrepor ao tumulto dos pensamentos invasores e tocar o ouvido fiel do Senhor. Creio que todos nos reconheceremos nesta imagem: no momento em que nos esforçamos por desviar o nosso coração deste mundo para o reencaminhar para Deus [...], são muitos os importunos que pesam sobre nós e que temos de combater. É um enxame que o desejo de Deus tem dificuldade em afastar dos olhos do nosso coração. [...] Mas, persistindo vigorosamente na oração, deteremos no espírito Jesus que passa. Donde a narração do Evangelho: «Jesus parou e ordenou que o levassem até Ele» (v. 40).
São Gregório Magno (c. 540-604), Papa e Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho n°2; PL 76, 1081 (a partir da trad. Luc commenté, DDB 1987, p.141 rev.)
Que todo o homem que conhece as trevas que fazem dele um cego [...] grite a plenos pulmões: «Jesus filho de Davi, tem misericórdia de mim!». Mas ouçamos também o que se segue aos gritos do cego: «Aqueles que caminhavam à frente repreendiam-no para o fazer calar» (Lc 18, 39). Quem são eles? Eles estão ali para representar os desejos da nossa condição neste mundo, promotores de confusão, os vícios do homem e o seu tumulto, que, querendo impedir a vinda de Jesus a nós, perturbam o nosso pensamento semeando nele a tentação, e querem abafar a voz do nosso coração que ora. Com efeito, acontece frequentemente que a nossa vontade de nos virarmos de novo para Deus [...], o nosso esforço para afastar os nossos pecados através da oração, é contrariado pela sua imagem; a vigilância do nosso espírito afrouxa ao seu contato, eles semeiam a confusão no nosso coração, sufocam o grito das nossas preces. [...]
Que fez então este cego para receber a luz maugrado estes obstáculos? «Ele gritava cada vez mais: 'Filho de Davi, tem misericórdia de mim!'». [...] Sim, quanto mais o tumulto dos nossos desejos nos acabrunhar, mais insistente deve ser a nossa prece. [...] Quanto mais abafada for a voz do nosso coração, mais vigorosamente ela deve insistir até se sobrepor ao tumulto dos pensamentos invasores e tocar o ouvido fiel do Senhor. Creio que todos nos reconheceremos nesta imagem: no momento em que nos esforçamos por desviar o nosso coração deste mundo para o reencaminhar para Deus [...], são muitos os importunos que pesam sobre nós e que temos de combater. É um enxame que o desejo de Deus tem dificuldade em afastar dos olhos do nosso coração. [...] Mas, persistindo vigorosamente na oração, deteremos no espírito Jesus que passa. Donde a narração do Evangelho: «Jesus parou e ordenou que o levassem até Ele» (v. 40).
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