_ Chamam Dona Teresa de Ahumada ao locutório!
Com o passo firme, de uma vivacidade miraculosamente recuperada graças ao jovem São José, Teresa dirige-se ao locutório que lhe designam para receber os seus amigos. Aparece por trás das grades, mais bela e graciosa do que nunca; o hábito e o escapulário de pano fino, a touca de musselina branca bem plissada, o véu negro forrado de branco assentam-lhe às mil maravilhas, e ela tem, além disso, o bom gosto de não usar adornos sobre a veste monástica, como fazem tantas das suas companheiras.
Aqueles locutórios da Encarnação tinham-se convertido em salões mundanos frequentados com predileção pelos espíritos seletos de Ávila, tanto cavaleiros como damas da nobreza. Agora Teresa tornara-se sua principal atração: a cura milagrosa pusera-a de moda e "numerosas pessoas de todas as condições iam visitá-la pela sua simpatia e boa graça."
A princípio, limitava-se a responder de olhos baixos às perguntas que lhe faziam, embaraçada por chamar a atenção e desejosa de voltar à sua solidão e às suas orações. Como é que Teresa podia deixar partir as suas visitas sem umas palavras cálidas e sem se interessar pelas notícias que lhe traziam? Tinha o coração tão agradecido que, como ela mesma diria, "bastava que me dessem uma sardinha para me subornarem". Durante toda a vida, saberia valorizar, com a sua arte de agradecer, o menor favor que lhe fizessem; saberia dar, felicitar, compadecer-se, agradar... Não tardou que a cidade inteira comentasse como era encantadora a conversa da jovem carmelita.
(Marcelle Auclair)
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