Páginas

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Missa de encerramento das atividades do ano de 2012.

Em 16/12/2012, às 17:00h, a Comunidade Rainha do Carmelo encerrou suas atividades referente ao ano de 2012, com a Santa Missa na Capela do Carmelo Santa Teresinha. Acima, Ana Catarina, Efigênia, Pe.Francisco Menezes, Natália e Luís Carlos, aguardando o início da Missa.

Regina, Valdete, Marília e Mariza.

Rosângela faz a abertura da Santa Missa, colocando as intenções da celebração.
Procissão de entrada com todos os membros da Comunidade Rainha do Carmelo.
Neila faz a 1ª Leitura.

Ir.Teresinha faz o Salmo.

Proclamação do Evangelho.
Depois da homilia, o Pe.Francisco Menezes, convidou o casal Adriana e Renato para renovarem o seu casamento em comemoração as Bodas de Prata.
E o casal, Mônica e Gerardo que também comemoram suas Bodas de Prata.
O que Deus uniu o homem não separe!!

Procissão das ofertas
Momento da Comunhão.
Maria Efigênia, presidente da Comunidade Rainha do Carmelo, agradece pela graça de ter cumprido com todas as atividades desse ano e agradece a presença de todos na Santa Missa.
Madre Bernadette, recorda que há  83 anos foi celebrada a 1ª Missa no Carmelo Santa Teresinha, e fala que nesse Carmelo, Jesus é adorado e glorificado sempre, se emociona dizendo que nesses 83 anos, nunca faltou um dia sem a Santa Missa.
As monjas do Carmelo Santa Teresinha.

Cantamos os parabéns para os casais, para o Frei José Cláudio que comemora 25 de consagração e para os aniversariantes do dia.

O 3º Domingo do Advento é o domingo da Alegria, e graças ao Nosso Bom Deus, a nossa alegria foi enorme agradecendo a Ele por tantas graças derramadas em nossa Comunidade Rainha do Carmelo. Que em 2013 possamos crescer mais ainda em sabedoria, união com Deus e com os irmãos!!!

Confraternização Natalina 2012


Nossa confraternização de Natal aconteceu na Ermida de São José, Carmelo Santa Teresinha, às 17:00h.
Meditamos o texto extraído da obra de Santa Teresa Benedita da Cruz(Edith Stein), institulada: "O Mistério do Natal".
Na acolhida escutamos a Palavra de nossa Presidente, Maria Efigênia: "Nossa Ermida de São José e este Carmelo, enchem-se de alegria, pois nossa Comunidade está reunida para receber Jesus. O Mistério do Natal sob o olhar de Santa Teresa Benedita da Cruz, nos convida de forma profunda e séria a escutar o chamado ao seguimento de Jesus: Ponhamos nossas mãos nas mãos do Menino-Deus pronuciando o nosso SIM ao seu siga-me. Então nos tornamos seus, e o caminho está livre para que a vida divina possa passar para a nossa.
Frei José Cláudio, proclamou o Evangelho: Lucas 2, 1-4

Ser um com Deus e ser um em Deus. O maravilhoso do gênero humano é que todos somos um. E Ele veio para torna-se conosco um corpo místico.

Procissão com as velas. Irene com a vela branca simbolizando a FÉ, Jacyra com a vela verde simbolizando a ESPERANÇA e Marília com a vela vermelha simbolizando a CARIDADE. Não podemos deixar esses três dons se apagarem em nossa caminhada como carmelita.
"Ponhamos nossa mãos nas Mãos do Menino-Deus!" Cada pessoa pôde colocar suas mãos, nas Mãos do Menino Jesus, como sinal de que somos Seu! Cantamos a música Noite Feliz!

Na sequência, depois da meditação sobre o Natal, cada membro da Comunidade tirou o nome da pessoa que irá passar todo o ano de 2013 sendo "anjo", isto é, intercendo por essa pessoa.

Comemoramos os aniversariantes do trimestre, outubro, novembro e dezembro.


O frei José Cláudio nos deu a benção final e concluímos nossa noite com a ceia.
"Natal é festa do amor que tudo renova. Jesus deseja nascer de novo no coração de cada um de nós! Permaneçamos caminhando com Santa Teresa de Jesus, Santa Teresa Benedita da Cruz, com São João da Cruz, com Santa Teresinha e todos os Santos Carmelitas que formam as flores do Jardim do Céu. Que Nossa Senhora do Carmo e São José abençoem toda a família Carmelitana e o mundo inteiro!!
Um feliz e santo Natal!
Feliz 2013

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Confraternização natalina

Queridos Irmãos da Comunidade Rainha do Carmelo, paz e bem!

Convidamos a todos a se fazerem presentes em nossa confraternização natalina, nosso 4º lazer, quando também, iremos comemorar os aniversariantes do último trimestre. Será um encontro especial de amizade, fraternidade e alegre celebração da vida. Que Jesus, ao se fazer presente entre nós, faça brilhar Sua luz e ilumine os nossos passos, nos levando ao encontro dos irmãos.

Pedimos a colaboração de todos para o nosso coquetel (Lanche) e também a contribuição para a cesta de natal da solidariedade (Chocolate, biscoitos, panetone...).

Local: Carmelo: Ermida de São José

Data: 15/12/2012;

Horário: 17h.
Um fraterno abraço da equipe de eventos!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012




Hoje a Igreja no mundo inteiro, especialmente na América Latina, comemora o dia de sua Mãe, Rainha e Senhora: a Virgem de Guadalupe. 
Nossa Senhora de Guadalupe continua sendo uma das aparições marianas mais belas, importantes e maravilhosas! Sua vinda ao mundo, naqueles tempos do início da evangelização do México e da América Latina, trouxe benefícios tão grandiosos que ainda hoje perduram e são causa de admiração:


1) A conversão do México ao catolicismo, bem como um incremento da devoção mariana, que ainda hoje caracteriza o devocionário católico na América Latina. 
2) O surgimento de um santo para a Igreja: São Juan Diego.

3) Uma mensagem de esperança para todos os povos latino-americanos: Maria, a verdadeira Mãe de Deus, também é nossa Mãe, que vela por nós e que está no meio de nós. 

4) A certeza de que a Virgem Maria é nossa Mãe, que se assemelha aos seus filhos e e filhas, que reza por eles, que cuida amorosamente de cada um e os acompanha em seus trabalhos e dores. 


5) A presença de um glorioso milagre contínuo, que é sua imagem deixada no manto do vidente, o índio São Juan Diego, que ainda hoje deixa cientistas estupefatos, maravilhados e confusos. 

Sim, é uma honra para nós, latinos, que a Virgem Maria tenha deixado um dos milagres mais portentosos da Terra justamente aqui, na América Latina. Agradeçamos a Ela de todo o coração, por suas graças e misericórdias.
Nossa Senhora de Guadalupe, rogais por nós! 
Um abraço fraterno e amigo: 
Giovani Carvalho Mendes, ocds
(Comunidade Rainha do Carmelo)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

5ª Palestra sobre o Pai Nosso


O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE


Como é interessante a pedagogia de Jesus! Às vezes, nosso Senhor chega a ser redundante, na tentativa de que nossa pouca inteligência, muito inclinada à matéria, ao visível e ao palpável, possa entender o que quer nos dizer.
Aqui Jesus nos ensina a pedir ao Pai o “pão”. Melhor ainda, o “pão NOSSO”. Mais uma vez nosso Senhor usa a palavra “nosso”. Pai nosso e pão nosso. Mais uma vez, Jesus quer nos dizer que assim como o Pai é de todos, o pão também o é, ou, pelo menos, deveria ser.
Mas, que “pão” é esse? Antes de tudo, temos que compreender que o Pai nosso é a oração universal. Ela contempla a essência de Deus e também a essência do homem. Nós, homens e mulheres, somos corpo, mente e alma. Esses três aspectos do ser humano não são autossuficientes. Corpo, mente e alma necessitam ser alimentados, necessitam, cada um a seu modo, de “pão”. Portanto, podemos sim dizer que o “pão nosso” é tudo aquilo que precisamos para alimentar, revigorar e sustentar nosso corpo, mente e alma.
Antes de falarmos dos vários “pães” que compõem o “pão nosso”, não podemos deixar de falar no PÃO mais importante de todos eles, aliás, fonte de onde emanam todos os “pães”: o próprio Deus, na Pessoa de Jesus, PÃO DA VIDA. Sim! Jesus é o PÃO DE DEUS, o MANÁ divino que verdadeiramente é fonte de vida para todos nós. Não seríamos nada, nada mesmo, sem Jesus, o PÃO DESCIDO DO CÉU (conferir em João 6, 51.58).

Jesus é tudo o que o homem e a mulher precisam para realmente serem felizes nesta vida e na eternidade. Por Ele nos vem a paz verdadeira, a alegria interior, a esperança, a fé, o amor ao próximo, a paciência nos sofrimentos do dia a dia, a força para lutar, etc. Jesus é a Vida do homem. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Como Jesus é de todos e para todos, pois morreu por nós na cruz e nos salvou, Ele verdadeiramente é NOSSO. Ninguém pode se apropriar de Jesus. Jesus é nosso Deus, nosso Irmão, nosso Rei, nosso Redentor, nosso Salvador, portanto, é NOSSO. Jesus é o PÃO NOSSO que o Pai quer nos dar, se O pedirmos com fé. No entanto, o Pai só nos dará Jesus se pedirmos com fé e confiança a Ele. E temos que pedir a cada dia, e, em cada um desses dias, para aquele dia, portanto, para HOJE. O ontem não existe mais. O amanhã ainda não chegou. Tudo o que importa é o hoje. Deus quer nos dar seu PÃO hoje, somente para hoje, a cada dia. Esse pedido gerará em nós muita humildade, muita confiança e muita dependência de Deus. Se esperamos dEle o Pão somente para hoje, como nos orgulharmos, como sermos ambiciosos ou ciosos se tudo o que temos é o hoje?
Assim, como ORAÇÃO DE SANTIDADE, o Pai nosso mais uma vez cumpre o que veio fazer: tornar-nos mais santos, quando verdadeiramente rezamos pensando e querendo o que ela nos diz.
Mas, falemos também sobre os outros “pães” quem também compõem o Pão nosso que Deus quer nos dar. Deus nos conhece. Sabe de nossas necessidades. Jesus foi homem como nós. Viveu nossa condição humana e conhece todas as nossas necessidades, mais do que ninguém. Sabe que somos frágeis, pois, Ele mesmo conheceu nossa fraqueza, mesmo nunca pecando. Jesus sabe que precisamos do alimento para nossos corpos, que precisamos de acesso à educação, à saúde, ao emprego, à moradia, isto é, a tudo aquilo que possa tornar nossa vida digna.
Todos precisam de tudo isso que enumerei. Deus sabe disso. Peca gravemente quem acha e chega mesmo a dizer que Deus não se importa com o nosso sofrimento, que não se compadece de nossas misérias, que não chora com os que choram, que assiste às desgraças e catástrofes que ocorrem na terra de forma impassível. Deus é um Deus de Amor! Deus é Amor! Como podemos julgar a Deus de forma tão cruel? Infelizmente, no entanto, nossa condição humana, inclinada ao pecado, permitiu que todas essas desgraças penetrassem no mundo. Deus não tem culpa das desgraças ou das maldades humanas. Elas estão aí porque permitimos que elas existissem. Deus sofre conosco também e é solidário à nossa situação.
Por isso a oração! A oração é nosso canal de comunicação com Deus. Pela oração poderíamos alcançar grandes milagres de graça, benção e providência, no entanto, não temos fé. Montanhas poderiam ser movidas, obstáculos derrubados, os fracos ganhariam novo ânimo, os caídos, força para se erguerem, os perdidos uma nova esperança de vida. No entanto, não temos fé. Não rezamos, não oramos, não conversamos com Deus, não nos entregamos à sua vontade, não fazemos dEle o centro de nossas atenções e nem de nossas vidas. Por isso vivemos assim: sem esperança, sem forças, perdidos, atordoados, cegos e desanimados. Meu Deus! Que pena!
Rezemos bem o Pai nosso! Peçamos o Pão nosso com fé, com ânimo, com confiança, com espírito de luta! Como braços de Deus no mundo, lutemos por uma sociedade mais justa, menos desigual, onde todos tenham acesso a um serviço de saúde digno, a boas escolas, a boas moradias a um emprego ou trabalho que dê ao homem condições de se manter e manter sua família.
Jesus foi trabalhador. Trabalhou com seu pai São José e também sozinho quando Maria ficou viúva. O PÃO DA VIDA trabalhou para conquistar o pão do corpo, que também é necessário para sermos felizes. Ele compreende essa necessidade humana e ensinou-nos a pedirmos ao Pai, como filhos e filhas, que nem Ele, Jesus, nunca nos falte, como também nunca nos falte os meios materiais que também precisamos para sermos felizes e realizados.
Peçamos sempre ao Pai que esse PÃO DO CORPO que também faz parte do PÃO NOSSO, além de nunca nos faltar, que seja o suficiente para cada dia, para o hoje, para que nunca sejamos engolfados pela ganância ou avareza, sabendo ser solidários com os famintos de corpo e de alma, bem como para com todos os que sofrem.

PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS

Acredito que 99 % dos cristãos católicos rezam de forma equivocada esta parte do Pai Nosso. Pode até ser que você mesmo, caro irmão ou irmã, que lê este pequeno livro, também reze de forma errada esse trecho do Pai Nosso. “Perdoai-nos” as nossas ofensas... Raríssimas vezes ouvi alguém rezando assim. A grande maioria (até padres) reza: “perdoai as nossas ofensas”. Reparam? Na maioria das vezes omite-se o “nos” após a palavra “perdoai”.
Aos olhos de muitos tal detalhe talvez nada importe ou nada signifique, no entanto, muito pelo contrário, a presença ou não do “nos” altera bastante o sentido da Oração do Senhor.
E qual seria essa diferença? Simples. Quando dizemos: “perdoai-nos” as nossas ofensas, não estamos pedindo ao Pai que perdoe as nossas faltas, mas, na verdade, estamos pedindo que perdoe a nós, os autores das ofensas. Entenderam? Pedimos: “Pai, perdoe a gente, que tanto Vos ofendemos”! Isso é bem diferente de dizermos: “Pai, perdoe as nossas ofensas”. Precisamos que Deus NOS perdoe e não apenas que perdoe os nossos pecados. Claro que os pecados ofendem a santidade e honra de Deus Pai, no entanto, precisamos que Deus Pai nos perdoe a nós que somos ingratos, inconstantes, tíbios e infiéis à infinita bondade de Deus.
Na própria continuação da oração, não dizemos que perdoamos as ofensas de quem nos ofende, mas, que perdoamos a quem nos ofende, isto é, à pessoa. O pecado é pessoal, portanto, a ofensa é pessoal. Nosso relacionamento com Deus é pessoal. Devemos pedir-Lhe perdão por sermos tão pequenos, tão pobres e tão miseráveis diante de sua Pessoa, que tanto nos quer bem e que é tão ofendida por nós.
Nós somos essencialmente pecadores. Somos inclinados ao pecado. Não tem jeito. Faz parte da natureza do homem e da mulher serem pecadores. Mesmo quando somos aparentemente “bonzinhos” ou até mesmo santos, enquanto caminhamos neste mundo, somos pecadores. Os santos e as santas de Deus sabiam muito bem disso. Tinham ódio ao pecado e julgavam-se, até à morte, miseráveis e indignos pecadores, mesmo aqueles ou aquelas que já viviam em grande perfeição. Pediam e imploravam continuamente a Misericórdia de Deus, pois sabiam que eram pecadores e poderiam incorrer em pecados se lhes faltasse a assistência divina, a oração e uma contínua vigilância. “Orai e vigiai para não cairdes em tentação”. A guerra contra o pecado é constante. Veremos isso mais a diante quando comentarmos sobre a tentação.
Interessante que Jesus não usa a palavra “pecados” quando compõe a oração do Pai Nosso. Ele se utiliza da palavra “ofensas”. Por que será? O que Ele nos quer dizer com isso?
Já ouvi da parte de algumas pessoas – talvez quem está lendo estas páginas também possa testemunhar isso – que Deus “tem assuntos bem mais importantes a resolver ou para se preocupar” do que ficar “prestando atenção” nos pecados da humanidade. O que mais admiro nos nesses falsos argumentadores é a inteligência astuta que possuem – aparentemente irrefutável – mas, que rapidamente demonstra o errado conceito que tem da Pessoa de Deus. Para esses, Deus é um Ser Eterno e Todo Poderoso que, devido a sua infinita grandeza, está muito distante de nós e que pouco se importa com a nossa vida e realidade.
Que pena que pensem assim. Vê-se claramente que tais “sábios para as coisas deste mundo” pouco leram a Palavra de Deus e menos ainda a vida e os escritos de nossos santos e santas católicos que muito descreveram como é o Amor de Deus, tão intimamente voltado para cada ser humano. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo (a Trindade Indivisa) são totalmente apaixonados pelo ser humano e tem por nós um amor violento e ciumento, ao ponto de, mesmo na glória infinita que possuem no Céu, fazê-los sofrer de amor.
Deus Pai é verdadeiramente nosso Pai, pois nos criou do nada e nos criou para sermos dEle. O Pai é cioso de nosso amor, suspira ardentemente por um ato ou gesto de amor nosso e chegou ao mais supremo ato de amor possível a um Pai: dar seu Filho Único para morrer por nós. Deus Filho, Jesus Cristo, é o Emanuel, o Deus Conosco, que veio se tornar um de nós. Além de ser nosso Deus e Senhor, é nosso Irmão e Salvador, apaixonado de amor por nós, e também tudo fez para nos provar esse amor e tudo fez para nos salvar. Deus Espírito Santo também é apaixonado de Amor por nós. O Espírito Santo é a Personificação deste Amor Divino, infinito e santíssimo, que habita o centro da Santíssima Trindade.
Assim, esse Deus que tanto nos ama, quer também ser amado. É justo! Todo amante é assim. Quem ama quer e merece ser amado, quanto mais nosso Deus que nos criou e salvou para sermos dEle, para pertencermos a seu Amor infinito.
Bem, aí vem o ser humano: senhor de si, julgando-se independente de Deus, livre para escolher o caminho do bem ou do mal, conforme escolha de nossos primeiros pais Adão e Eva. Optamos por sermos “deuses de nós mesmos”, viramos as costas para o amor e para a vontade de Deus, achando com isso que seríamos talvez mais felizes. Quanta ilusão! Como nos enganamos! Caímos em nosso “mundinho” mesquinho e egoísta, nos enchemos rapidamente de prepotência, nos tornamos rebeldes, infelizes e insatisfeitos com tudo. De tudo reclamamos, alimentando cada vez mais o “reizinho” ou “deusinho” que vivem em nós.
Essa condição humana é uma contínua ofensa a Deus. Ah, não sabiam? Pois é. Somos “pecadores contínuos”, pois, geralmente, fazemos de nós mesmos objetos de adoração, buscando sempre satisfazer a nossa vontade e aos nossos desejos. Somente a Santíssima Virgem Maria jamais ofendeu a Deus, pois foi sempre e constantemente sem máculas, humilde e obediente à vontade de Deus. Muitos santos também atingiram altos níveis de perfeição e santidade, no entanto, todos tiveram que lutar muito contra as más tendências que sempre ficam ali, rondando as suas mentes e as suas almas, solicitando que satisfizessem as suas vontades.
Temos que ser constantemente humildes, muito humildes. Foi a virtude que Jesus mais valorizou. Leiam com atenção aos evangelhos e vejam! Jesus detestava qualquer pecado, no entanto, o pecado do orgulho, da soberba, da vanglória e da autossuficiência, que são tudo a mesma coisa, tirava a Jesus do sério. Eram justamente esses pecados que tanto irritavam a nosso Senhor quando Ele tinha contato ou conversava com os fariseus e doutores da lei.
A oração do Pai Nosso deve nos ensinar a sermos humildes. Temos que continuamente nos reconhecer pecadores, frágeis, pequenos, fracos e totalmente dependentes de Deus para tudo! Se não fizermos isso, jamais nos salvaremos! Imploremos o perdão de nossas ofensas, pois realmente Deus é o Grande Ofendido, tanto por mim como pelo mundo inteiro. Deus, que é Amor, não é amado, já gritava São Francisco de Assis pelas ruas de sua cidade. Deus não é amado! Aí está a razão de ser tão ofendido por mim, por você, meu caro irmão e irmã, bem como pelo mundo inteiro!
Se somos, portanto, tão ruins e ingratos, e nosso Deus nos ama e perdoa, quem somos nós para não perdoarmos a nossos irmãos e irmãs? Ao mesmo tempo em que nos perdoa, Deus Pai nos pede que ao menos tenhamos disposição em perdoar a quem nos ofende.  E olha que, com isso, Deus não quer nada mais do que a nossa paz e felicidade, tão plenamente alcançadas quando nosso coração ama e perdoa.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Hino do Carmelita Secular da Província São José

HINO DO CARMELITA SECULAR DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉ


CARMELITAS SECULARES DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉ,
COMUNIDADES DO BRASIL CAMINHANDO COM FÉ.

Todos juntos caminhamos feitos sementes a germinar,
ultrapassando as fronteiras deste país a clamar.

No silêncio, na oração, nossa vida transformar,
com Teresa e João o mundo evangelizar.

Todos os leigos carmelitas na Igreja a se doar,
na família, no trabalho, nossa vida consagrar.

São José nosso Patrono nos abençoa com igualdade,
e se faz nossa força é exemplo de caridade.

Mãe Rainha do Carmelo és modelo de oração,
com Jesus seguimos juntos o Caminho de Perfeição.
 
Letra: Cláudia Maria Rodrigues Pinto

Música: Luiz Carlos Belizário Filho
(Comunidade Rainha do Carmelo, OCDS, Fortaleza-Ce)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Reunião em 17/11/12

Nosso encontro aconteceu na Ermida de São José, Carmelo Santa Teresinha. Iniciamos nossa tarde com a oração conduzida pela Neila.
Em seguida nosso irmão Giovani, deu continuidade à formação sobre a oração do Pai Nosso, falando do trecho: "O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas ofensas."
Momento do intervalo, partilhamos e nos confraternizamos!
Nossos irmãos, Mário e Jacyra
Após o intervalo, apresentamos os iniciantes e cada um pôde falar seu nome e dizer de qual paróquia pertence. Acolhemos a cada um com amor e alegria, e pedimos ao Nosso Bom Deus que os ajudem a perseverarem nessa caminhada!
Neila iniciou a formação fazendo uma retrospectiva dos outros livros de Santa Madre Teresa de Jesus que já foram estudados: VIDA, CAMINHO DE PERFEIÇÃO E FUNDAÇÕES, e que esse novo período que inicia-se em 15/10/12 a 15/10/13, todo o Carmelo estará entudando o livro CASTELO INTERIOR OU MORADAS.
Fizemos uma abordagem, para facilitar aos iniciantes, sobre a vida de Nossa Santa Madre Teresa de Jesus, desde seu nascimento. 
Finalizando nossa tarde, com a Oração das Vésperas e Salve Regina.

AVISOS: *Nossa próxima reunião será dia 24/11/12 com o repasse do Congresso Provincial.
                *A equipe de limpeza desse dia será: Danielle, Giovani e Rosângela.
                *O Hino feito por nossa irmã Cláudia, foi o vencedor.              

domingo, 4 de novembro de 2012

Reflexões de Bento XVI em 04-11-12

O amor é um dom que Deus nos faz conhecer e experiementar!


Reflexões de Bento XVI antes da oração do Angelus
CIDADE DO VATICANO, domingo, 04 de novembro de 2012(ZENIT.org) - Às 12 horas de hoje, o Santo Padre Bento XVI apareceu na janela de seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano para rezar o Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Oferecemos as palavras do Papa na introdução da tradicional Oração Mariana.

Queridos irmãos e irmãs!

O Evangelho deste domingo (Mc 12, 28-34) nos propõe o ensinamento de Jesus sobre o maior mandamento: o mandamento do amor, que é duplo: amar a Deus e amar ao próximo. Os Santos, que recentemente celebramos todos juntos em uma única festa solene, são aqueles que, confiando na graça de Deus, buscam viver segundo esta lei fundamental. De fato, o mandamento do amor pode colocá-lo em prática plenamente somente quem vive uma relação profunda com Deus, assim como a criança se torna capaz de amar a partir de um bom relacionamento com sua mãe e seu pai.
São João de Ávila, que recentemente proclamei Doutor da Igreja, assim escreve ao inicio do seu Tratado de Amor a Deus: “A causa – diz – que mais impulsiona o nosso coração ao amor de Deus é considerar profundamente o amor que Ele teve por nós... Isto, mais do que os benefícios, leva o coração a amar; porque aquele que faz ao outro um beneficio, lhe dá alguma coisa que possui; mas aquele que ama, se doa com tudo o que tem, sem que lhe sobre algo a dar” (n.1). Antes de ser uma ordem – o amor não é uma ordem – é um dom, uma realidade que Deus nos faz conhecer e experimentar, para que, como uma semente possa germinar também dentro de nós e se desenvolver em nossa vida.
Se o amor de Deus deixou raízes profundas em uma pessoa, esta é capaz de amar até mesmo quem não merece, assim como Deus faz conosco. O pai e a mãe não amam os filhos somente quando eles merecem: os ama sempre, mesmo quando naturalmente faz com que eles entendam que estão errados. De Deus aprendemos a querer sempre e somente bem e nunca o mal. Aprendemos a olhar o outro não somente com os nossos olhos, mas com os olhos de Deus, que é o olhar de Jesus Cristo. Um olhar que vem do coração e não permanece na superfície, vai além das aparências e consegue captar os anseios profundos do outro: de ser escutado, de uma atenção gratuita; em uma palavra: de amor. Mas se verifica também o percurso inverso: que abrindo-me ao outro assim como ele é, indo ao seu encontro, tornando-me disponível, eu me abro também para conhecer a Deus, para sentir que Ele existe e é bom.
Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis e estão em relação recíproca. Jesus não inventou nem um nem outro, mas revelou que estes são, no fundo, um único mandamento, e o fez não apenas com palavras, mas, sobretudo, com o seu testemunho: a própria Pessoa de Jesus e todo o seu mistério encarnam a unidade do amor a Deus e ao próximo, como os dois braços da Cruz, vertical e horizontal. Na Eucaristia Ele nos doa esse duplo amor, doando-Se a Si mesmo para nós, para que, nutridos deste Pão, nos amemos uns aos outros como Ele nos amou.
Queridos amigos por intercessão da Virgem Maria rezemos para que todo cristão saiba mostrar a sua fé no único verdadeiro Deus com um testemunho claro de amor ao próximo.

domingo, 28 de outubro de 2012

4ª PALESTRA SOBRE O PAI NOSSO


SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

Podemos iniciar a reflexão sobre esse trecho do Pai Nosso com as seguintes perguntas polêmicas: O que é vontade de Deus e o que é permissão de Deus? Qual é a vontade de Deus?
As diversas religiões cristãs e não cristãs, bem como seus líderes ou pregadores, tem várias versões e explicações para essas perguntas. Muitas delas, inclusive, absurdas. Para muitos, Deus é a favor de guerras, de assassinatos, de atentados terroristas e outras violências contra a liberdade, dignidade e vida humanas. Em certos casos particulares, para muitas pessoas até mesmo “religiosas” e que “gostam de Deus”, este Deus seria a favor de um homem deixar sua esposa e juntar-se com outra mulher, caso seu casamento não estivesse “dando certo” ou se seus gênios não fossem “compatíveis”. Muitos ladrões, bandidos, assaltantes e traficantes podem até mesmo, em suas preces, pedir a Deus que os proteja durante a prática de seus crimes e até mesmo agradeçam a Deus o “feliz sucesso” em suas empreitadas.
Mesmo em nossa própria religião cristã, quiçá, entre nós católicos, as opiniões sobre a vontade de Deus se dividem. Há pregadores que em suas homilias e palestras dizem que Deus valoriza e até mesmo abençoa o sofrimento humano, que pode ser caminho de santificação. Outros, ao contrário, acham que Deus veio para aliviar toda dor e toda cruz, portanto, que o maior sinal de sua benção é uma pessoa ficar livre de doenças e qualquer forma de sofrimento.
Antes que falemos sobre a vontade de Deus, é interessante que reflitamos um pouco na diferença que há entre vontade de Deus e permissão de Deus. Muitos são os pensadores e filósofos que se debatem neste momento. Infelizmente, jamais compreenderemos na terra o exato limite entre uma e outra.
Podemos, no entanto, garantir que Deus de forma alguma é a favor do pecado e ou de qualquer coisa ou ocasião que possa levar alguém a pecar. Nunca! Deus é o inimigo número um do pecado. O pecado é coisa odiosa para Deus. Claro que também Ele não se compraz com as consequências do pecado, como, sofrimentos, tribulações, provações, tentações, doenças, morte, etc. No entanto, Deus permite que existam tais coisas no mundo e na história humana, pois nós (todo o gênero humano) as merecemos por nossa culpa.
Uma das coisas mais incompreensíveis à mente humana é o porquê de Deus permitir a presença do mal, isto é, a ação do maligno no mundo. Como pode ser que um Deus que é Amor permita que a humanidade padeça tanto sob o jugo das forças do mal? Quantos inocentes sofrem diariamente o ataque de satanás e daqueles que são da parte dele? Caros irmãos e irmãs, tudo é culpa nossa. Fomos nós, homens e mulheres, que abrimos as portas para que o mal viesse à terra. Deus respeita nossa liberdade. Mesmo cheio de dor, sofrendo junto conosco (como o fez na Pessoa do Cristo), Deus permite que exista no mundo a presença do mal. Repito e insisto: Deus não fica nada feliz com presença do mal no mundo. Sofre junto conosco. Chora com os que choram. Enviou seu Filho Único ao mundo justamente para vencer esse Mal, morrendo por nós na cruz. Porém, apesar de ter vencido o mal na cruz e de nos ter conseguido a graça de também vencê-lo em nossas vidas, não retirou totalmente a presença do mal do mundo. Esta é uma realidade dura que faz e fará parte da cruz cotidiana de cada homem ou mulher na face da terra, inocentes ou não.  O sofrimento com suas mais diversas “caras” é a cruz que todo o gênero humano terá que levar até o fim do mundo. Mas isso não é vontade de Deus.  Podemos afirmar com segurança: não são vontade de Deus os crimes, as guerras, as violências, as catástrofes naturais, etc. Deus permite que tais coisas aconteçam para que nós seres humanos as enfrentemos com paciência, oferecendo a Ele nossa cruz do dia a dia, vivendo com espírito de partilha e solidariedade, fazendo o que for possível para ajudarmos os outros a levar também sua cruz.
Bem, voltemos ao que é vontade de Deus. Primeiramente temos que saber que a Santa Vontade de Deus engloba vários aspectos. Os dois principais, que resumem tudo, seriam a nossa salvação eterna e a história humana. Uma leitura que muito ajudaria a nossa reflexão seria a do livro do Êxodo. Lá nós vemos como Deus trabalhou pelo bem e salvação do povo eleito de Israel, permitindo a eles, inclusive, muitos sofrimentos e dissabores, tudo visando a sua conversão e perseverança na fé. Sim. Deus testa nossa fé e nossa fidelidade. Testa com o sofrimento. Isso é vontade de Deus. Não fiquemos “chateados” com nosso Deus. Ele é nosso Pai. Ele sabe que frequentemente precisamos de correção, do clássico “puxão” de orelhas para que nos voltemos para Ele. Fazer o quê? Faz parte de nossa condição humana, herdada de nossos pais Adão e Eva. Deus é “obcecado” por nossa salvação eterna. Quer que um dia cheguemos ao Céu. Para isso temos que passar pela cruz, assim como Ele, na Pessoa de Jesus, passou. Deus trabalha nossa salvação eterna, trabalhando em nossa história de vida.
Bem, o caminho ou “método” para a salvação eterna de nossas almas já está muito bem relatado nos santos evangelhos, bem como nos dez principais mandamentos da Lei de Deus. Para nos salvarmos temos que amar a Deus sobre todas as coisas, pronunciar seu santo Nome com respeito, respeitar e guardar suas principais festas, honrar pai e mãe, não matar ou prejudicar a vida de ninguém, guardar a castidade de acordo com nosso estado de vida, não furtar ou subtrair algo de ninguém, não invejar ou cobiçar as coisas alheias, não cometer adultério contra nosso cônjuge e nunca levantar falso testemunho contra nossos irmãos e irmãs. Além disso, de acordo com o Sermão das Bem – Aventuranças e outros discursos feitos por Cristo Jesus, para nos salvar temos que ser desapegados dos bens materiais, temos que renunciar a tudo que atrapalha o nosso amor a Deus e ao próximo, tem que levar nossa cruz cotidiana com paciência e resignação, temos que ser puros de coração, mansos, pacíficos, humildes, pobres de espírito e ter grande sede de Deus e de sua justiça (justiça nas Sagradas Escrituras é tudo que é santo, correto e bom). Tudo isso nos levará seguramente para a salvação eterna ao lado de Deus. Portanto, não precisamos nos estender muito no tocante a qual seja a vontade de Deus no tocante à nossa salvação eterna. Ele quer que todos nós nos convertamos, que renunciemos e abandonemos todo e qualquer pecado, que abracemos a virtude e sejamos santos. Pronto! Essa é seguramente a vontade de Deus no tocante à nossa salvação eterna.
Muito bem, podemos até nos convencer que Deus que nossa salvação eterna e que lutemos por ela. No entanto, o “problema” justamente está em compreendermos, aceitarmos e nos resignarmos quando Deus permite que o sofrimento venha a “bater” na “porta” de nossas vidas. Como é difícil, meu Deus! Como facilmente nos revoltamos convosco! Nossa pouca fé e nosso pouco amor, bem como nosso instinto de autodefesa rapidamente nos levam à revolta e às vezes até à blasfêmia.
Herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva, o mesmo pecado deles. Por isso que se chama “pecado original”. E que pecado seria esse? Todos nós somos nossos próprios “deusezinhos”. Temos um “amor próprio”, um instinto de auto – conservação e auto – preservação extremamente aguçados. Isso é impressionante! Como é difícil aceitarmos a vontade ou a permissão de Deus em nossas vidas quando elas vão exatamente de encontro aos nossos interesses, melindres e vontades próprias! Muitas vezes essa vontade ou permissão vão de encontro até contra nossos instintos básicos, tais como: amor pela nossa vida, apego a parentes e amigos, desejos e ambições. Não é verdade? É exatamente aí que quase todos nós caímos. Para nós é muito difícil ver em tudo isso a presença amorosa de Deus que quer que vençamos, com Ele, todas as nossas cruzes, que encontremos nelas meios eficazes de conversão e de libertação de nós mesmos, nossos “deusezinhos particulares” para termos apenas nEle e só nEle toda a nossa vida e consolação.
Não pensem, meus irmãos e irmãs, que Deus se compraz ou se alegra com o choro de uma mãe que perde um filho ou filha em um acidente, ou quando este filho ou filha padece e morre de alguma doença grave. De forma alguma! Deus sofre e chora junto com essa mãe. Deus é misericordioso e compassivo. Deus é pleno em bondade, ternura e amor. Não nos livra da cruz, porque ela é própria do gênero humano (“tome a sua cruz”...), por causa do pecado de nossos primeiros pais, mas nunca nos abandona. Está ao nosso lado, sempre. Parece invisível, pois, somos cegos. Fechamos os olhos de nossas almas com muita facilidade. Queremos que Ele sempre esteja conosco do nosso jeito, da maneira que achamos que Ele tem que fazer. Queremos que Ele sempre nos dê saúde, prosperidade e sorte na vida. Achamos que Ele praticamente tem a obrigação de fazer a nossa vontade e não que nós tenhamos que fazer a dEle! Por isso nos revoltamos quando a vontade ou a permissão dEle não é igual à nossa.
O sofrimento faz parte do “ônus” de sermos humanos. Todos nós temos que passar pelo sofrimento e pela dor, uns mais, outros menos. Esse sofrimento já começa em nosso próprio nascimento. Como sofremos ao nascer! Graças a Deus que em nossa memória não ficam gravados os tormentos que sofremos no útero de nossas mães no momento das contrações do parto! Creio que se nos lembrássemos de tudo, ficaríamos loucos. Deus, até nisso, foi misericordioso para conosco. Tão logo respiramos, isto é, tão logo nascemos, logo nos esquecemos de tudo e somos consolados com a presença amorosa de nossas mães e somos acalentados pelo delicioso leite de seus seios. Como Deus é bom! No entanto, toda nossa vida, a partir daí, será repleta de lutas. Sentiremos fome, sede, choraremos sentindo a falta de um abraço, de um consolo, sentiremos cólicas, pegaremos as primeiras gripes ou viroses, ficamos sujos, etc. A vida é assim... Fazer o quê? A culpa foi nossa. Leiamos o que Deus disse aos nossos primeiros pais quando estes pecaram: “Disse também à mulher: Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores, teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio.” E disse em seguida ao homem: “Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar” (Gênesis 3, 16-19).
Portanto, meus irmãos e irmãs, é “normal” para Deus permitir que tenhamos que lutar na vida, que penemos, que trabalhemos, que tenhamos que fazer a nossa parte no mundo. A vida é assim. E isso não a torna menos bela. Não! Deus continua conosco. Ele está perto de nós, ao nosso lado. Ele nos dá força, nos encoraja, nos dá esperança e vida constantemente. O problema é que não O vemos. Fechamo-nos em nosso “mundinho” e não enxergamos a um palmo de nossos narizes. Não vemos a Deus nas “noites escuras” que Ele permite que nos ocorram para o nosso bem. Somos cegos. Somos nossos próprios “deusezinhos” e só ficamos satisfeitos quando a nossa vontade é feita, não a de Deus. E olha que a nossa vontade geralmente não nos conduz à felicidade verdadeira e à vida...
Como somos diferentes dos habitantes do Céu! Lá, apenas a vontade dEle, por mais difícil ou incompreensível que pareça ser, é que é feita e comprida à risca. Os santos amaram a vontade de Deus na terra, por isso é que a amam no Céu. Pensam que isso foi fácil? Não conheço um santo ou santa que não tenha sofrido muito. As histórias dos processos de beatificação e canonização estão cheias dessas histórias. O que eles ou elas tinham de diferente de nós? Eram, porventura, insensíveis? Eram masoquistas? Não! Claro que não! Muitos, inclusive, eram bastante sensíveis e até mesmo frágeis de saúde e compleição física. O que tinham de diferente? Amavam a Deus, amavam-nO ardentemente! Isso faz a diferença. Quando amamos a Deus e estamos certos, convencidos que Ele também nos ama, aceitamos tudo o que vir em nossa vida. Aceitamos a tempestade e a bonança, a dor e o alívio, a fome e a fartura, a doença e a saúde, o trabalho e o descanso, não como coisas próprias, mas, tudo como dom de Deus. Isso também faz a diferença.
Quando consideramos as coisas e fatos em nossas vidas como coisas e fatos “isolados de Deus”, vivemos em grande desassossego e intranquilidade. Temos medo de tudo. Tudo nos causa medo. Se estamos na “calmaria” temos medo que venha a “tempestade”. Se estamos na “tempestade”, achamos que ela nunca mais tem fim. Ficamos impacientes. Esses pensamentos fazem-me pensar no episódio da tempestade no mar da Galileia. Puxa vida! Os apóstolos e discípulos estavam com Jesus na barca. Eles já haviam assistido a estupendos e maravilhosos milagres! Nada disso bastou quando veio sobre eles a ventania e a revolta das ondas. Eles nem prestaram atenção em Jesus que dormia tranquilamente. Voltaram seus olhares, atenções e medos unicamente para a tempestade. Não olharam para Jesus. Não imitaram Jesus. Gritaram de medo e pavor. Desesperaram. Não fazemos exatamente o mesmo? Nos sofrimentos de nossa vida, desesperamos facilmente. Não olhamos para Jesus que “dorme”, mas, que está junto de nós. Não temos fé de que Deus está junto de nós, mesmo quando aparentemente “dorme”...
Ó meu Deus, que seja feita a vossa Vontade, assim na terra como no Céu! Vossa vontade muitas vezes misteriosa e incompreensível às nossas pobres inteligências e à nossa pouquíssima fé é sempre para o nosso bem. Não creremos nisso? Vamos viver eternamente assim, infelizes, desconfiados de Deus? Somos assim tão mesquinhos e interesseiros?
Que a vossa Vontade seja feita na terra como é feita no Céu! Que Jesus nos ensine a crer e em amar a vossa Vontade. Quantas vezes, meu Jesus, fizestes a vontade do Pai a “duras penas”, mas, a fizestes ardendo de amor e desejo que essa vontade se cumprisse até o fim! Que exemplo, Jesus! Quantos exemplos nos deixastes de adesão heróica à vontade de Deus Pai, chegando ao ponto do sacrifício de vossa vida! 
Que também a Virgem Maria nos ensine a crer e a amar a vossa santíssima Vontade, assim como Ela creu e amou mesmo no momento da profecia de Simeão, na perseguição de Herodes, no exílio para o Egito, na vida pobre e humilde de Nazaré, na saída de Jesus para sua missão messiânica e no momento de sua Paixão e Morte de Cruz. Nunca duvidastes, ó Maria, do Amor e da Bondade de Deus, mesmo vendo o vosso Filho pendente no madeiro da Cruz, sofrendo os mais cruéis tormentos. Vossa fé jamais se abalou. Ajudai-nos. Ajudai-nos! Vede nosso pouco amor a Deus. Vede nossa pouca fé. Ajudai-nos. Ajudai-nos a amar a vontade de Deus, mesmo quando ela vier com sofrimento e cruz. Somente assim seremos felizes, verdadeiramente felizes como vós fostes. Somente assim seremos felizes como o foram os santos e santas de Deus. Amém!

Ângelus dia 28-10-12

"Jesus Cristo, a verdadeira novidade que responde às expectativas do homem"

As palavras do Papa durante a oração do Ângelus
CIDADE DO VATICANO, domingo, 28 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – Ao final da Missa celebrada com os Padres Sinodais para a conclusão da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, o Papa Bento XVI recitou a oração do Ângelus. Estas são as suas palavras:

[Antes do Ângelus]
Caros irmãos e irmãs!
Com a Santa Missa celebrada esta manhã na Basílica de São Pedro, terminou a XIII Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos. Por três semanas enfrentamos a realidade da nova evangelização para a transmissão da fé cristã: toda a Igreja estava representada e, portanto, envolvida nesse esforço, que não deixará de dar os seus frutos, com a graça do Senhor. Primeiro de tudo, no entanto, o Sínodo é sempre um momento de grande comunhão eclesial, e por isso eu quero agradecer a Deus com todos vocês, que mais uma vez nos fez experimentar a beleza de ser Igreja, e sê-lo hoje, neste mundo tal qual ele está, no meio desta humanidade com as suas dificuldades e esperanças. Muito significativa foi a coincidência desta Assembleia sinodal com o 50 º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e portanto com o início do Ano da Fé. Repensar o Beato João XIII, o Servo de Deus Paulo VI, no tempo conciliar, tem sido muito bom, porque nos ajudou a reconhecer que a nova evangelização não é uma invenção nossa, mas é uma dinâmica que se desenvolveu na Igreja especialmente a partir da década de 50 do século passado, quando se tornou evidente que mesmo os Países de antiga tradição cristã tornaram-se, como acostumamos dizer, “terra de missão”. Assim surgiu a necessidade de um renovado anúncio do Evangelho nas sociedades secularizadas, na dupla certeza de que, por um lado, é só Ele, Jesus Cristo, a verdadeira novidade que responde às expectativas do homem de todas as épocas, e por outro, que a sua mensagem pede para ser transmitida de modo adequado nos diferentes contextos sociais e culturais.

O que podemos dizer depois destes intensos dias de trabalho? Da minha parte, eu escutei e reuni muitos pontos de reflexão e muitas propostas, que, com a ajuda da Secretaria do Sínodo e dos meus colaboradores, buscarei ordenar e elaborar, para oferecer a toda a Igreja uma síntese orgânica e indicações coerentes. Desde já podemos dizer que deste Sínodo sai um reforçado esforço para a renovação espiritual da mesma Igreja, para poder renovar espiritualmente o mundo secularizado; e esta renovação virá da redescoberta de Jesus Cristo, da sua verdade e da sua graça, da sua "face", tão humana e tão divina, sobre a qual brilha o mistério transcendente de Deus. Confiamos à Virgem Maria os frutos do trabalho da Assembleia Sinodal apenas concluido. Ela, Estrela da nova evangelização, nos ensine e nos ajude a levar Cristo a todos, com coragem e com alegria.

[Depois da recitação da oração do Ângelus, o Papa lançou o seguinte apelo:]
Começo com um apelo.
Nos últimos dias um furacão devastador atingiu com particular violência Cuba, Haiti, a Jamaica e as Bahamas, causando várias mortes e extensos danos, fazendo com que várias pessoas fossem obrigadas a deixar as próprias casas. Desejo assegurar a minha proximidade e lembrança a todos aqueles que foram atingidos por este desastre natural, enquanto convido a todos à oração e à solidariedade, para aliviar a dor dos familiares das vítimas e oferecer ajuda aos milhares de danificados.

[No final do Ângelus, o Papa cumprimentou os peregrinos. Em português disse:]
Dirijo agora uma calorosa saudação aos peregrinos de língua portuguesa, e de modo especial ao grupo vindo do Brasil - das dioceses de Guaxupé, São João da Boa Vista e Jundiaí. Ao concluir a Sínodo sobre a Nova Evangelização, confio à Virgem Santíssima os seus frutos e peço-Lhe que guie e proteja maternalmente os vossos passos ao serviço do anúncio e testemunho da Boa Nova de Jesus Cristo! A minha Bênção desça sobre vós, vossas famílias e comunidades cristãs.
[Tradução do Italiano Thácio Siqueira]